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Carlos Nunes admite problemas financeiros e revela novas dívidas da CBB

Fábio Balassiano

09/10/2013 03h27

Todo mundo que acompanha este espaço sabe que tento uma entrevista com Carlos Nunes, presidente da Confederação Brasileira, há tempos. Pois bem. No domingo, antes do jogo 2 da final da Copa Intercontinental, Nunes, muito educado e paciente (chegou a brincar comigo, chamando-me de seu maior algoz, logo eu…), concedeu uma entrevista exclusiva a mim a ao ótimo repórter do UOL Daniel Neves. Publicamos ontem parte do nosso papo com o mandatário da entidade máxima sobre o convite para o Mundial de 2014 (leia mais aqui), e hoje colocamos abaixo o papo completo sobre os demais assuntos.

BALA NA CESTA: Presidente, a Copa Intercontinental volta pro cenário internacional do basquete. Qual sua avaliação?
CARLOS NUNES: Evento espetacular, organização linda. Estamos muito satisfeitos e esperamos que esse evento tenha continuidade. Temos uma promessa da FIBA de que isso ocorra e isso é importantíssimo. Para o basquete brasileiro é importantíssimo.

BALA NA CESTA: Antes de falarmos sobre a situação financeira da Confederação, como está o planejamento do feminino, que se classificou na quadra, para o Mundial de 2014? Haverá algo diferente de amistosos?
CARLOS NUNES: Existe um planejamento para o feminino até 2016. Os amistosos estão contemplados, mas falta o acerto. É muito difícil, ainda mais com os campeonatos mundiais sendo na Europa, como será o do ano que vem na Turquia, que os times europeus desçam [para jogar na América do Sul]. Então vamos pra lá, como já fomos esse ano aliás.

BALA NA CESTA: A Hortência continua na CBB como aparece no site oficial da entidade?
CARLOS NUNES: Não, a Hortência é da Liga Feminina. Vai ser a presidente, se afastou da CBB.

BALA NA CESTA: Como está a situação financeira da CBB hoje? Tinha uma dívida de R$ 8,8 milhões, teve a questão do empréstimo que não pagou ao Itaú. Como está hoje, está mais equacionada a questão?
CARLOS NUNES: Essa ajuda do Ministério do Esporte nos proporcionou um pouco mais de tranquilidade daqui para frente (aqui e aqui). Estamos devendo aquilo que não foi repassado pela Eletrobrás. Tínhamos um pacto com a Eletrobrás de R$ 15 milhões anuais. A Eletrobrás em maio do ano passado nos mandou um documento dizendo que iria renovar pelos mesmos R$ 15 milhões por quatro anos. Renovaram por seis meses com R$ 4,2 milhões. Ficamos pendurados, mas tínhamos que dar continuidade ao nosso planejamento. Não poderíamos deixar as seleções Sub-19 não participar dos Mundiais. Mas agora, com o patrocínio que está para entrar, vamos saldar tudo isso aí. Nossa dívida, hoje, é de R$ 6 milhões.

BALA NA CESTA: Quais serão os patrocínios?
CARLOS NUNES: Isso ainda não podemos falar, tem uma cláusula de confidencialidade. Vamos esperar, vai se resolver.

BALA NA CESTA: A IMX, nova agência de marketing da CBB, está ajudando a busca por esse patrocínio?
CARLOS NUNES: Sim, Está ajudando e o Ministério do Esporte também está.

BALA NA CESTA: É um patrocínio estatal ou uma empresa privada?
CARLOS NUNES: Existe uma conversa com uma outra estatal e tem a iniciativa privada. Vamos ver, só que isso é para janeiro. Estamos vendo se conseguimos antecipar.

BALA NA CESTA: Como ficou a história do processo do Itaú? Está sendo pago direitinho?
CARLOS NUNES: O processo do Itaú foi a melhor coisa que nos aconteceu. Além do Itaú ter dilatado o prazo, diminuiu os juros e toda vez que pagamos a parcela eles abonam 5%. Foi de pai para filho.

BALA NA CESTA: O condomínio onde fica a sede da CBB também os acionou recentemente, correto? Quanto o Edifício Bokel está cobrando da CBB? A entidade está devendo quantos meses?
CARLOS NUNES: Já fizemos um acordo. Não sei o valor, ainda não pagamos, mas fizemos um acerto. Não é só isso que nós devemos, não. Devemos justamente aquilo que não nos foi repassado (pela Eletrobras). Nós devemos para outras empresas também. Devemos para uma empresa de turismo, por exemplo, mas todo mundo está consciente de que nós temos condição de pagar, como estamos pagando. Hoje temos um valor bem pequeno de dinheiro livre, que não é carimbado (Nota do Editor: carimbado é um termo que as Confederações usam quando falam sobre dinheiro estatal, ou seja, dinheiro que deve ser usado em projetos pré-determinados).

BALA NA CESTA: A CBB ainda está devendo para jogadores da seleção?
CARLOS NUNES: Estávamos devendo, mas saiu um dinheiro do Ministério que era para sair lá trás e saiu na sexta-feira. São as duas seleções, mas nessa semana estará tudo limpo.

BALA NA CESTA: O que o senhor está planejando para 2016? Termina seu segundo mandato e o senhor colocou uma cláusula no estatuto que proíbe mais de uma reeleição. Está pensando na continuidade de seu trabalho através de uma outra pessoa, um outro candidato?
CARLOS NUNES: Isso aí vamos ver em 2016. As federações é quem vão decidir quem será o próximo presidente da CBB. Temos um planejamento até 2016. Quando vier um novo candidato, vamos chamá-lo para bater um papo e ver o planejamento.

BALA NA CESTA: As Federações estão recebendo dinheiro?
CARLOS NUNES: Neste quadrimestre (setembro, outubro, novembro e dezembro) ainda não pagamos, não.

BALA NA CESTA: Como você viu a declaração do Amarildo Rosa, seu antigo aliado e que anunciou aqui no blog ter rompido com você?
CARLOS NUNES? Foi uma opinião dele que a gente respeita, a gente tem uma política. Não tenho nada contra o Amarildo, é um excelente presidente, o Paraná subiu no ranking depois que ele assumiu. Temos divergências, mas é normal. Respeitamos a opinião do outro.

BALA NA CESTA: Você tem algum sonho como presidente? Algum projeto, alguma medalha?
CARLOS NUNES: A medalha olímpica e o centro de treinamento que estamos tentando implementar em Jundiaí ou Campinas.

BALA NA CESTA: Nesse caso, como ficará a utilização do centro de treinamento em São Sebastião do Paraíso (MG)?
CARLOS NUNES: Vai continuar com a base. Não dá para levar as seleções principais para São Sebastião do Paraíso por causa da distância para o aeroporto mais próximo. Mas a base vai continuar lá.

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