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Os 30 da NBA: Miami tenta provar que há vida sem Dwyane Wade

Fábio Balassiano

17/10/2016 00h24

Ninguém queria, mas chegou o dia. O Miami vai começar uma temporada da NBA sem Dwyane Wade em suas fileiras pela primeira vez em mais de uma década. Erro da franquia, como admitiu o manda-chuva Pat Riley, que não quis pagar tudo aquilo que o CRACAÇO pediu. Agora D-Wade está no Bulls e o Heat vai precisar começar uma nova era tentando provar que há, sim, vida sem o seu eterno camisa 3. A questão é: será que a equipe comandada por Erik Spoelstra conseguirá provar a sua força logo de cara?

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De cara a resposta é 'não'. Antes de falar do elenco em si é importante citar duas coisas. Primeiro que é praticamente impossível que o time conte com Chris Bosh. O ala-pivô ensaiou um retorno, começou a treinar, mas a franquia realizou novos exames para detectar a quantas andava de fato a sua saúde após dois coágulos e detectou que não, que infelizmente Bosh não teria a liberação clínica para jogar. O camisa 1 não gostou, esperneou, chegou a afirmar que gostaria de arriscar mas nenhum time do planeta será maluco de deixar atuar um atleta que tem risco de vida se jogar profissionalmente. Há, inclusive, um rumor forte de que o Miami tentaria rescindir contrato com ele em março de 2017, pagando os US$ 75 milhões que lhe deve até 2019 mas abrindo um pouco de espaço na folha salarial. Ainda não dá pra saber se isso irá ocorrer, mas que o Heat não terá Bosh em quadra é uma certeza.

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O outro nome fundamental de se citar é o de Erik Spoelstra. Técnico da franquia desde 2008/2009, Spo é bicampeão com o Miami, chegou a outras duas finais e tem a confiança de Pat Riley. Considero o cara um ótimo técnico, não embarco nem um pouco no clichê brasileiro que o coloca como um treinador abaixo da crítica (não concordo com isso nem por um decreto!), mas está muito claro que ele tem um desafio imenso pela frente. Uma coisa é treinar Dwyane Wade, LeBron James, Chris Bosh, Ray Allen e afins, levando-os a finais, playoffs e apenas sendo uma espécie de facilitador para seus craques. A outra é pegar um elenco totalmente remodelado, sem uma referência técnica definida e criar um novo sistema de jogo. Ele também será avaliado, claro.

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Na quadra aparentemente o Miami tentará se recriar em torno do armador Goran Dragic e do pivô Hassan Whiteside, que têm contrato no mínimo até 2018/2019. É óbvio que isso não é lá muito animador, pode ser que nem uma vaga em playoff os dois caras não sejam capazes de conseguir, mas eu quero muito ver como Dragic e Whiteside vão desempenhar seus papéis de líderes da equipe.

Tal qual falei sobre Spoelstra, uma coisa é você ser co-responsável por uma equipe tendo Dwyane Wade para auxiliá-lo em caso de problemas (como foi em boa parte da série de 2016 contra o Charlotte na primeira rodada). A outra é liderar uma franquia que venceu três títulos e chegou a cinco finais nos últimos dez anos e que tem como presidente um cara como Pat Riley. Não, não é fácil, mas os camisas 7 e 21 podem mudar de patamar na NBA caso desempenhem bem as suas funções.

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Além deles vale ficar de olho em Dion Waiters, que chega depois de razoável ano como reserva do Thunder. Além dele vieram James Johnson, Beno Udrih, Derrick Williams e Luke Babbit. Nada animador. Chamou-me a atenção, também, os US$ 38 milhões que o Miami irá pagar ao não mais que mediano Tyler Johnson, que tinha proposta do Brooklyn Nets. O Heat cobriu e terá o atleta até 2019.

Outro nome que merece um pouco de atenção é o de Justise Winslow, ala de 20 anos que entra em seu segundo ano. Ele não foi brilhante na sua temporada de estreia, arremessou mal pra caramba (42% de quadra, 27% de fora), mas mostrou-se maduro para aguentar a pressão de jogar minutos importantes em playoff e em alguns momentos até de pivô quando Whiteside se machucou. Pode ser que agora, sem Wade ao lado e menos pressão por resultados imediatos, ele consiga ter um pouco mais de chutes disponíveis (apenas 5,9 em 2015/2016).

Assim entra o Miami para a sua primeira temporada sem Dwyane Wade. Com Goran Dragic e Hassan Whiteside no comando da nave e com um punhado de jogadores em busca de afirmação. Não será fácil para ninguém na Flórida, e é bem possível que nem mesmo no playoff eles cheguem ao final do campeonato.

E a gente sabe quão frustrado fica Pat Riley quando as coisas não saem do jeito que ele gosta. Riley não gosta de reconstruções longas baseadas em picks altos de Draft provenientes de temporadas deprimentes seguidas, mas grandes nomes no elenco para capturar agentes-livres com facilidade, como era quando Dwyane Wade fisgou a LeBron James e a Chris Bosh, é difícil prever qualquer passo deste novo Miami Heat. A dúvida, no momento, é a maior certeza para a galera da Flórida.

Campanha em 2015/2016: 48-34
Projeção para 2016/2017: Briga por Playoff (entre 38 e 42 vitórias).
Olho em: Hassan Whiteside

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