A Olimpíada terminou domingo, e o que agita mesmo o basquete brasileiro não é tentar entender o que aconteceu para as duas seleções serem eliminadas na primeira fase. O que faz os telefones tremerem, as ligações pipocarem é o começo da corrida eleitoral para a presidência da Confederação. O cargo atualmente é ocupado por Carlos Nunes (foto), que após dois tenebrosos mandatos terá que sair devido ao Estatuto da CBB e também pela nova Lei Federal que proíbe mais do que uma reeleição.
O pleito da Confederação Brasileira acontecerá apenas em março de 2017 e o blog traz em primeira mão a informação: a entidade máxima já possui dois pré-candidatos dispostos a assumir a presidência. São eles o técnico Antonio Carlos Barbosa, que dirigiu a equipe feminina na Olimpíada do Rio de Janeiro, e Amarildo Rosa, da Federação do Paraná. Vale lembrar que a CBB fechou o ano de 2015 com uma dívida monstruosa (superior a R$ 17 milhões, como demonstrou a análise financeira feita pelo Professor Jorge Eduardo Scarpin aqui este espaço).
Para o grande público, o nome mais conhecido é o de Antonio Carlos Barbosa mesmo (treinador da equipe feminina na Olimpíada do Rio de Janeiro que terminou há dias com cinco derrotas em cinco partidas). Experiente e com ótimo trânsito nas Federações, Barbosa se apressou, em conversa com o blog na tarde de ontem, em dizer que não é candidato de forma espontânea, mas sim que seu nome foi alçado a esta condição devido aos pedidos dos presidentes de Rondônia, Maranhão, Goiás e do Acre, como você pode ver em relato que sua própria FanPage reproduziu recentemente (aqui e aqui). Dono de currículo imenso no basquete à beira da quadra, ele também foi Secretário de Esportes em Bauru em três ocasiões.
O outro pré-candidato é Amarildo Rosa, que tem feito sucessivas reuniões com os Presidentes de Federação, como ele mesmo coloca em sua FanPage de campanha. Com o nome de "Bola na Cesta, Brasil", Amarildo lançará a sua chapa oficialmente no dia 16 de setembro em Curitiba em coletiva de imprensa. De acordo com Amarildo, "nesta data se tornarão públicas as diretrizes gerais do Plano de Governo, com as mudanças que estamos dispostos a realizar. É necessário tornar a gestão profissional, dinâmica, inovadora e atuar com responsabilidade e transparência". Presidente da Federação do Paraná há 12 anos, foi descrito pelo atual mandatário, Carlos Nunes, como possível candidato em entrevista concedida a este blog em março deste ano. Vale lembrar que Amarildo fez parte da administração Nunes até 2013 (aqui também), aprovou os Balanços Financeiros da endividada CBB em 2014 (com ressalvas) e em 2015 (sem ressalvas) e votou em Nunes no pleito de quatro anos atrás.
Para se tornarem candidatos oficiais, Barbosa, Amarildo ou qualquer candidato deve ter carta de chancela de cinco Federações Estaduais. A partir disso, seus nomes estarão inscritos e poderão concorrer no pleito de abril de 2017. Até lá, muita coisa irá acontecer.
Para quem, porém, esperava uma grande mudança no basquete brasileiro, principalmente na forma estrutural de gerenciar a modalidade por aqui, já dá pra dizer que não teremos grandes e imensas mudanças, algo que eu mesmo já havia antecipado por aqui na semana passada. É uma pena, não há dúvida, mas não dá pra dizer que é surpreendente, né?