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Bala na Cesta

Também por falta de verba, seleção feminina fica fora do Sul-Americano Sub-15

Fábio Balassiano

14/11/2016 00h55

CBB1Começa na quarta-feira em Ibarra, Equador, o Sul-Americano Feminino Sub-15, competição que classifica dois países para a Copa América Sub-16 de 2017 (desta saem três para o Mundial Sub-17 de 2018). E mais uma vez por falta de verba a Confederação Brasileira de Basketball (CBB) deixará o Brasil FORA do evento, o primeiro degrau de campeonatos continentais. A imagem ao lado mostra as chaves do torneio e nela não está a bandeira brasileira.

Com isso, tal qual já aconteceu com a Sub-15 masculina, as meninas desta geração já nascem fadadas a não atuar em torneios de âmbito continental e mundial no mínimo até 2018, uma lástima e um recado péssimo para novas gerações. Se a CBB não cuida das divisões de base, quem há de cuidar? Para quem está iniciando na modalidade, qual é a motivação ao saber que nem dos campeonatos sul-americanos será possível porque a digníssima Confederação não tem um tostão furado para investir no presente e futuro da molecada? Vale dizer que crianças de ótima estatura com seus 13, 14 e 15 anos podem facilmente trocar de esporte, procurando algum tão legal quanto mas que dê projeções profissionais muito maiores do que aquelas que estão na superfície do basquete de seleções na atualidade.

nunes1Em recente entrevista a este blog, o presidente Carlos Nunes mostrou esperança (ou ilusão?) de que a seleção feminina participaria do campeonato, informado até que a preparação começaria no final de outubro. "A seleção feminina deve jogar, sim, o Sul-Americano Sub-15. Deve, não. Vai jogar, vai jogar. A partir de semana que vem (28/10) já estaremos treinando", disse com exclusividade à época.

Neste momento de fim de ano e consequente reflexão vale relembrar os últimos momentos do basquete na gestão Carlos Nunes. O não pagamento do convite do Mundial de 2014 fez com que a vaga olímpica do Rio-2016 ficasse ameaçada; dívida chegando a R$ 17 milhões; Campeonatos Brasileiros de Base cancelados em 2016; Seleção Sul-Americana Feminina Sub-17 joga competição neste ano sem treinar; A Masculina Sub-17 vai ao mesmo torneio com o time do Pinheiros mesclado com outros atletas; Um interventor da Federação Internacional vem ao país para analisar a situação da CBB de perto; O país cancela uma etapa do Mundial 3×3 e irrita a FIBA mais uma vez; O Brasil não vai ao Mundial 3×3 por falta de verba; Seleção Sub-15 masculina fora do Sul-Americano .

nunes3Antes de chegar ao derradeiro parágrafo deste texto, gosto de lembrar que as contas e os atos de Carlos Nunes foram, por oito insanos anos, SEMPRE aprovados / chancelados por Federações, clubes, atletas (a maior decepção na minha concepção), técnicos e até por uma imprensa absurdamente contemplativa, tornando a vida de um dos piores dirigentes da história do basquete brasileiro fácil demais. Nunca houve uma grita, uma cobrança mais forte, um começo de motim. NADA. A anestesia é assustadora e fala muito sobre a passividade de quase todos os segmentos do basquete brasileiro. Sem o menor incômodo, as alucinações e os erros administrativos de Nunes foram se acumulando, acumulando, até chegar a essa situação deprimente em que se encontra a modalidade atualmente. Como se fosse normal para uma entidade que é totalmente atrasada, retrógrada, que deveria estar correndo para corrigir as suas imperfeições, a CBB ainda está, nesta segunda-feira, emendando o feriado.

cbb2Por fim, vale perguntar: o que será que os candidatos Amarildo Rosa e Antonio Carlos Barbosa terão pela frente quando um deles assumir a presidência da CBB no segundo semestre 2017, logo depois das eleições? Eu posso antecipar um pouquinho. Algum deles terá uma entidade falida, financeira e eticamente, sem nenhuma credibilidade alguma junto a sociedade, dirigentes, entidades (COB, Ministério etc.) e imprensa, e com o planejamento de Nunes e seus companheiros para o próximo ano registrado no site oficial da entidade com todos os campeonatos descritos como "a definir".

nunes1Já disse e repito: Carlos Nunes não foi / é apenas um péssimo presidente de Confederação Brasileira por 8 longos anos. Ele e seus comandados serão os caras que deixarão, em todas as esferas da CBB (técnica, financeira, de marketing etc.), um legado tenebroso para quem assumir a entidade em 2017.

Entidade que devia até o final de 2015 mais de R$ 17 milhões conforme publicado no balanço analisado por este blog, que "matou" as suas duas primeiras gerações (as Sub-15 masculina e feminina) e que não produziu, em quase uma década, absolutamente nada de útil para o esporte. O presente é triste. O futuro, BEM nebuloso.

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