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Bala na Cesta

Principal evento de base do país, LDB não 'vê' NENHUM representante da Confederação

Fábio Balassiano

29/12/2012 21h36

No dia 19 de setembro, coloquei aqui um post bacana com as primeiras declarações do técnico Rubén Magnano depois das Olimpíadas de Londres. O treinador argentino falou sobre o problema na formação dos atletas brasileiros, mas ao meu ver posicionou errado o seu canhão.

Disse ele: "Um atleta tem dez meses no clube e dois meses na seleção. É uma equação que não é muito boa para uma seleção. Ele pertence durante os próximos 10 meses aos clubes, então é muito difícil, o calendário não nos permite fazer muita coisa".

Pois muito bem. Embora sua (torta) ideia de seleção permanente (na Argentina ninguém ousa pensar nisso porque simplesmente mataria os clubes) não vá dar em nada em curto prazo, principalmente agora com a diminuição da verba da Eletrobras para a Confederação, confesso estar chocado ao confirmar, agora há pouco, a informação que a Confederação Brasileira de Basketball, a minha querida e amada CBB, não enviou nenhum representante a principal competição de base do país na atualidade, a Liga de Desenvolvimento de Basquete, a LDB, que está acontecendo atualmente em Brasília e Belo Horizonte (no site da Liga Nacional há cobertura completa).

Vão me desculpar, mas isso é um absurdo imenso. Magnano, que, é sempre bom dizer, é um técnico excelente (e isso ninguém discute), cansa de falar sobre formação, sobre clubes, sobre divisão de base, mas tem ido a pouquíssimos jogos do NBB (atletas com quem conversei perguntaram o porquê da ausência dele nos ginásios, inclusive) e agora deixar de comparecer a um evento que conta com jovens valiosos como Ricardo Fischer, Ronald, Isaac, Gegê, Gui Deodato, Leo Meindl (foto à direita), Lucas Mariano, Cauê, Leonardo Demétrio, Lucas Dias, entre outros.

Chega a ser engraçado, se não fosse trágico, que o mais importante treinador do país, funcionário da principal responsável pelo patético estado em que se encontra o basquete por aqui (a CBB, claro), não vá a um evento desse quilate no primeiro ano de um ciclo olímpico fundamental não para a seleção brasileira, mas principalmente para o basquete deste país. Como diria o saudoso Joelmir Betting, na prática, a teoria (magnaniana) é outra.

Por fim, uma observação importante: aponto o dedo para Rubén Magnano, mas o principal mesmo é entender por que diabos a gestora dele, no caso a CBB mesmo (Carlos Nunes, Andre Alves e Vanderlei), não enviou NINGUÉM para BH ou para a capital federal neste fim de ano. Pode ser que o recesso para essa turma (leia mais aqui) seja mais importante do que acompanhar as principais revelações do país e outras que podem vir a aparecer em um evento como este, mas para uma modalidade que precisar urgentemente de oxigenação e mais e mais gente jogando em alto nível, esquecer da LDB, e consequentemente da base, não me parece muito inteligente.

Que pena, não?

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