Em crise elétrica, Eletrobras vai reduzir verba da CBB de R$ 13 para R$ 7,5 mi em 2013
Matéria muito boa do Globoesporte.com na tarde de ontem, não sei se vocês viram. A reportagem de Leonardo Filipo dá conta que, em meio a crise elétrica que todos vocês têm visto, a Eletrobrás, principal patrocinadora da Confederação Brasileira, "reduziu quase pela metade a proposta de renovação de contrato com a CBB". Os R$ 13 milhões deste ano cairiam para R$ 7,5 mi, pelos próximos quatro anos (cicolo olímpico, lembremos). Mesmo com tudo isso, "a assinatura do novo acordo está prevista para o início do próximo ano, quando a parceria completa uma década".
Ato contínuo, a diretora de seleções femininas, Hortência, deu declaração ao portal: "A Eletrobras não tem culpa nenhuma. Nós é que estamos no lugar errado, na hora errada e com o patrocinador errado. Se há um monte de empresas estatais patrocinando as confederações, alguma tem que patrocinar a gente. O vôlei tem R$ 70 milhões por ano por méritos próprios. Imagina o basquete com esse dinheiro. Eu não sou de pular do barco, mas como faz para resolver esse problema?", falou.
Bem, é uma questão pra lá de delicada, não há dúvida alguma disso. Por mais que o Ministério dos Esportes diga que vai ajudar (já está investindo na Liga de Desenvolvimento da LNB e manterá verbas nas seleções Sub-19 do país, o que é louvável e excelente), o orçamento da Confederação é mantido pela Eletrobrás em quase 50%. Dos 25 milhões da entidade neste ano, R$ 13 mi vieram (ou deveriam vir) da estatal (a maioria não foi recebido porque a Confederação não prestou as contas, sabemos disso, né).
Ou seja: com metade disso previsto para 2013, por mais que o Ministério diga que vai prestar auxílio, alguém vai ficar sem grana. Mas não por ser pouca grana, porque obviamente dá pra fazer esporte com R$ 18, 17 milhões, com um mínimo de competência, gestão, planejamento e criatividade, mas sim porque a gente sabe quem administra o orçamento, né. A falta de seriedade e gestão da CBB já são conhecidas de quem habita este espaço aqui, certo?
E aí é que vem as perguntas: se com toda a dinheirama de 2012 o presidente Carlos Nunes (foto) investiu bizarramente mal, o que fará em 2013 com metade disso? Será que ele manterá o arsenal todo de assessores, que, é bom dizer, têm um custo absurdo para a entidade? Será que ele continuará a pagar por um serviço inexistente (o da empresa de marketing de José Carlos Brunoro) por mais um ano? Se Hortência considera o valor abaixo do esperado, por que diabos a Confederação não arregaça as mangas e procura/encontra um patrocinador que lhe pague o quanto (e como) a CBB diz que merece? Rubén Magnano falará alguma coisa sobre a ridícula gestão de recursos da entidade máxima neste ou nos próximos anos, ou mais um vez colocará a culpa nos clubes?
Perguntas que terão que ser respondidas por Nunes o quanto antes, mas neste momento obviamente não haverá resposta alguma. Em primeiro lugar porque ele não saberá o que dizer, nem o que fazer com metade de um orçamento que ele não consegue usar de maneira correta. Depois porque está mais preocupado com a eleição da CBB, que acontece em março de 2013, do que com qualquer outra coisa (a propósito: é possível renovar contrato com uma estatal às vésperas do pleito presidencial na entidade?).
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