Com "novo LeBron" e brasileiros na lista, Draft da NBA acontece nesta noite
Fábio Balassiano
20/06/2019 06h01
ANDY LYONS / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
Acontece nesta noite no Brooklyn, em Nova Iorque (20h, ESPN exibe), o Draft de 2019 da NBA. A seleção, que conta com duas rodadas de escolhas por cada uma das 30 franquias da liga (são 60 atletas que passam pela peneira, portanto), tem a seguinte ordem dos escolhidos das franquias 1 a 14 (que não foram ao playoff mais recente):
Como observações, vale a pena dizer que a escolha 4, do Lakers, foi pro Pelicans na troca de Anthony Davis e a 14ª, a que seria do Sacramento, é do Boston Celtics devido a trocas anteriores.
A lista completa você consegue ver aqui, e todos os olhos do mundo a partir de hoje ficam em cima de Zion Williamson, que será escolhido na primeira posição pelo New Orleans Pelicans. Comparado a LeBron James, o ala de 18 anos, 2,01m e 129kg jogou apenas um ano na Universidade de Duke (média de 22 pontos e 8 rebotes na temporada em que arrebatou todos os prêmios de melhor jogador) e logo inscreveu seu nome no Draft. O barulho que ele causa é imenso, e o impacto que a franquia Pelicans, que acaba de trocar Anthony Davis para o Lakers por um punhado de jovens, também.
Nascido em Salisbury, Carolina do Norte, Zion, cujo nome é uma referência ao Monte Zion, em Jerusalém, começou primeiro no futebol americano mas logo foi levado ao basquete por seu padrasto. Grande influência do camisa 1 de Duke, Lee Anderson jogou na faculdade de Clemson e desde os 11 anos passou a ensinar fundamentos e treinar o seu enteado nos arredores de Florence, cidade da Carolina do Sul onde passou a morar desde os cinco anos de idade.
Comparado a LeBron devido ao seu físico e também a fama que sempre teve desde o colegial, o rapaz agora deixa a NBA salivando. É pra isso tudo? Dá só uma olhadinha nos melhores momentos do rapaz:
Zion Williamson é uma força da natureza, alguém com potencial físico descomunal e que passou 99% da temporada chutando todos os adversários que passaram na sua frente e enterrando bolas de todas as maneiras. Partindo em direção a cesta ele já é uma ameaça de outro mundo para a temporada 2019/2020 da NBA. Neste ponto não há muita dúvida. Seus cortes, invariavelmente, são para a esquerda e a forma como ele conclui as jogadas são em enterradas. Isso talvez não encontre eco em uma liga cujos defensores também têm dotes físicos de primeiro nível.
Os críticos, e eu concordo em grande parte com isso, dizem que ele tem tudo pra ir bem na NBA, mas seu impacto terá que ser medido não pelas socadas furiosas, mas pela adaptação que ele conseguirá fazer em seu jogo, trazendo mais arremessos de média e longa distância, algo pouco visto até aqui. É impossível dizer que ele fez a escolha errada, mas pode ser que em algum momento o fato de seu jogo não ter sido lapidado antes de chegar à liga profissional seja questionado.
Além dele, vale a pena ficar de olho em Ja Morant, armador de Murray State, RJ Barrett, ala de Duke, Darius Garland, armador de Vanderbilt, Jarrett Culver, ala de Texas Tech, DeAndre Hunter, ala de Virginia, e Coby White, ala-armador de North Carolina. Eles devem aparecer entre os dez primeiros da noite de hoje.
Os olhos brasileiros não ficam só atentos aos americanos. Há dois nomes conhecidos do país e que mantiveram-se no Draft na esperança de um chamado. O primeiro é o de Yago Mateus, armador baixinho (1,75m) do Paulistano. Pelo que me consta, suas chances para o Draft são reduzidas, mas vale a pena ficar de olho nesta noite de quinta-feira e também no pós-Draft, quando jogadores não selecionados são chamados para jogar em Ligas de Verão nos EUA.
O outro nome, e este sim chama bastante atenção pelo que tem feito por aqui no NBB e também nos treinamentos lá de fora, é o de Didi, ala 19 anos, 1,95m e já efetivo na rotação do atual vice-campeão nacional.
Conversei com ele logo no começo da temporada que terminou há dias, e ele não escondeu, obviamente, seu sonho de um dia chegar à NBA:
"Todo jogador sonha em NBA, Europa. É natural, normal. É meu foco chegar na NBA, mas sei que é difícil. Estou muito feliz em Franca no momento e sei que tenho que evoluir para dar meus próximos passos. Gosto muito de ver o Russell Westbrook (Oklahoma City Thunder), o LeBron James (Lakers) e o Paul George (Thunder também). Me amarro no Kevin Durant também, porque ele é grande e ao mesmo tempo muito rápido. O que ele faz na quadra é assustador. Me inspiro bastante neles", disse-me em novembro passado.
De acordo com fontes ouvidas pelo blog, Brooklyn Nets, Boston Celtics, Indiana Pacers e Atlanta Hawks, além do San Antonio Spurs mais recentemente, pediram informações mais detalhadas sobre Didi, que pode ser escolhido no final da primeira rodada.
Vale a pena ficar de olho no Draft.
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