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Bala na Cesta

Quem se deu melhor na troca que levou o craque Anthony Davis do Pelicans pro Lakers na NBA?

Fábio Balassiano

16/06/2019 00h02

O que todo mundo esperava aconteceu no final da tarde deste sábado. Depois de externar o desejo de ser trocado, e de ser trocado ou pra Lakers ou pra New York Knicks, o craque Anthony Davis, do New Orleans Pelicans, foi despachado mesmo para Los Angeles, onde jogará com LeBron James a partir da próxima temporada. O pacote enviado pelo Lakers ao Pelicans inclui o armador Lonzo Ball, o ala Brandon Ingram, o ala-armador Josh Hart e três escolhas de primeira rodada do Draft, incluindo a quarta da loteria do final do mês em Nova Iorque. Dá pra analisas essa transferência por três vieses. Vamos lá:

ANTHONY DAVIS -> Em forma, o Monocelha, como é chamado, é um dos dez melhores jogadores da NBA. Disso não há a menor dúvida. Aparentemente o Lakers não teria mandado um pacote gigante de jovens caso o ala-pivô não tivesse se comprometido a ficar na Califórnia por um longo período, então dá pra imaginar que Davis ficará em LA por mais tempo do que apenas o ano expirante que há em seu contrato. Com o seu desejo atendido, agora é hora do craque colocar a cabeça no lugar, se preparar, porque a pressão no Lakers é algo que ele nunca viu na sua vida profissional. Jogar ao lado de LeBron James é uma maravilha, claro, mas James já teve um fracasso retumbante em 2018/2019 ao ficar de fora do playoff. Ele não vai querer ver a pós-temporada de 2020 de casa novamente e Anthony Davis é parte desse processo. No final das contas, e isso é algo que a NBA precisa pensar direitinho, Davis disse que queria ser trocado. Disse onde queria jogar. E tudo aconteceu como ele quis.

LOS ANGELES LAKERS -> Faria exatamente o que a franquia angelina fez. Na NBA há um mantra que diz que pra ser campeão você precisa ter no mínimo uma grande estrela. Top-10 da liga. O Lakers agora tem duas. Simples. Contratar peças de apoio, jovens ou não, é mais fácil do que angariar um craque, então Rob Pelinka, que agora responde pelas decisões de basquete da equipe, fez certíssimo e ainda conseguiu manter ao menos Kyle Kuzma, ala de valor, com bom chute e ótimo espaço para crescimento. Estava óbvio demais que nem Ingram, nem Ball, nem Hart iriam entregar a LeBron o que ele precisava – um All-Star para se ter ao lado (talvez Ingram apenas). Ato contínuo, o Lakers deixou o elenco inteiro à disposição do Pelicans e ainda conseguiu reter Kuzma.

A missão não pode parar, porém. Há três ótimas peças em LeBron, Davis e Kuzma, mas além deles apenas o jovem Moritz Wagner sob contrato. Há espaço para mais uma estrela e ao que parece o alvo é Kemba Walker, armador do Charlotte Hornets. Além dele, ficarão faltando um pivô titular e TODAS as posições do banco de reservas. O trabalho de Pelinka está apenas começando e vale a pena ficar de olho se dessa vez as peças que chegarão para ser comandadas pelo novo técnico Frank Vogel serão mais assertivas que as da temporada passada.

Divulgação Pelicans

NEW ORLEANS PELICANS -> Desde que chegou ao Pelicans o novo manda-chuva do basquete, David Griffin, tinha essa batata-quente de David para descascar. E ele foi muito bem. Com o pick 1 nas mãos do próximo Draft (leia-se Zion Williamson), a franquia de New Orleans conseguiu peças jovens para formatar o novo elenco visando os próximos anos.

Se, conforme disse acima, Ingram, Ball e Hart não são estrelas de primeira grandeza (e talvez nunca serão All-Stars mesmo, o que não é uma crítica…), para cercar Zion de um mínimo de experiência e formar um núcleo jovem para ir crescendo e aprendendo aos poucos em um time sem pressão alguma é algo que acredito que pode funcionar. Ainda é um mistério a situação do pivô Julius Randle, que pode optar por sair de lá e testar o mercado, mas com ou sem ele uma base com Lonzo Ball, Jrue Holiday (sob contrato), Brandon Ingram, Josh Hart e Zion me parece no mínimo divertida de se acompanhar.

Se o Pelicans não conseguiu uma estrela do nível de Anthony Davis, o que obviamente seria o ideal em um cenário razoável de troca, ao menos chegam peças novas, com um mínimo de experiência na liga e com a chance de cercar Zion com algum talento.

No final das contas, as 3 partes se deram bem na história – Davis, Pelicans e Lakers. Concorda comigo?

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