Diretor do IBOPE/Repucom aponta crescimento e deixa 'dever de casa' para o NBB
Fábio Balassiano
28/09/2016 00h40
Colagrossi palestrou no NBB Marketing Summit em São Paulo na última terça-feira, mostrou números importantes sobre o crescimento do NBB, como por exemplo, a base de fãs (38%) e superfãs (15% dos famosos viciados), e deixou um dever de casa para os times em particular e para a Liga Nacional de maneira geral que é conseguir trazer os fãs da NBA para acompanhar o NBB mais de perto. Confira a entrevista que fiz com ele.
BALA NA CESTA: Não consigo resumir a sua palestra porque foram dados e mais dados incríveis, mas algumas coisas chamaram a atenção. Primeiro a questão do renascimento do basquete com a criação do NBB. Queria que você dissesse como o IBOPE / Recpucom explica isso.
COLAGROSSI: É isso. Há o pessoal de 40 anos ou mais que viveu os anos 80 e cresceu vendo Oscar, Paula, Hortência e tantos outros grandes jogadores. Essas pessoas nunca esqueceram do basquete, mas se distanciaram e retornaram agora. E tem, no outro lado, a turma da geração Y, de 16 a 29 anos, que consome o basquete no Brasil por causa da NBA. Então você tem dois públicos completamente diferentes consumindo o mesmo produto. Em idade, background, renda, em educação, interesse, mas os dois, por razões diferentes, consomem o esporte muito fortemente. Isso é parte do renascimento que eu mencionei.
BNC: Você falou muito também muito sobre a questão de blogueiros e influenciadores. De acordo com o IBOPE / Repucom, 7 dos 10 maiores influenciadores do esporte brasileiro hoje são blogueiros e não ex-jogadores ou jornalistas renomados. E você disse outra coisa que era a questão da rebeldia dos jovens, que cada vez menos aceitam argumentos fáceis, pré-estabelecidos. Juntando essas duas coisas hoje eu questiono: o jovem, hoje, confia menos no, digamos, institucional e mais em quem fala diretamente a língua dele e por isso os influenciadores fazem tanto sucesso?
COLAGROSSI: Quando você olha a performance do NBB e da Liga Nacional é uma história de sucesso. O basquete hoje está entre os três esportes mais consumidos do país, como disse aqui no encontro. Mas tem uma tarefa que eles não conseguiram fazer muito bem até o momento, que é essa que você cita. A base de fãs do esporte basquete ainda é muito maior do que a base de fãs do NBB. Então tem muita gente transitando pelo basquete que não consome NBB. Não torce para nenhum time, não vê jogo, não lê nada. O NBB precisa se aproximar, atrair esse cara para que ele consuma o basquete nacional da mesma maneira que ele consome a NBA. Esse é um desafio. E se tem alguma coisa que a Liga Nacional ainda não fez intensamente em relação a marketing / comunicação, eu posso te citar isso. E este é o grande desafio para os próximos anos.
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