Convite pro Mundial sai na próxima semana - é suficiente?
Nos próximos dias 1 e 2 de fevereiro o Comitê da Federação Internacional de Basquete (FIBA) se reúne em Barcelona para, entre outras coisas, decidir quais serão as quatro seleções agraciadas com o convite para disputar o Mundial de 2014 na Espanha (no dia 3 haverá o sorteio das chaves).
Pelo que pude apurar, além da informação do Corriere dello Sport de que Brasil, China e Turquia são os favoritos ao convite, o desembolso do país que quiser mesmo jogar o Mundial da Espanha chegará perto de US$ 1 milhão (sim, um milhão de dólares) em um jogo não muito ortodoxo comandado pela FIBA (Itália e Alemanha, inclusive, já se colocaram fora do páreo alegando diferenças 'éticas' com a Federação Internacional). A necessidade de conseguir dinheiro talvez explique o encontro do Secretário de Alto Rendimento do Ministério dos Esportes, Ricardo Leyser, na Confederação Brasileira essa semana (veja mais aqui) na sede da CBB aqui no Rio de Janeiro (será que contaram ao Secretário que os alugueis andavam atrasados?). Leyser (na foto à direita com a trupe toda) é homem-chave para ajudar uma entidade completamente falida, sem patrocínio, sem rumo financeiro, sem planejamento a bancar o passaporte de entrada na competição que irá acontecer na Espanha.
O encontro no Rio de Janeiro, na verdade, não foi o primeiro para tratar do tema. Em Barueri, no Mundial de clubes de 2013, o presidente Carlos Nunes se reuniu com Leyser para pensar na estratégia para conseguir os convites. A ideia de Nunes, como dita a mim e ao repórter Daniel Neves, era que o aporte financeiro para o convite saísse mesmo da iniciativa privada e quem sabe até da Globo. Mas a verdade é que a endividada CBB segue sem patrocínio (não era algo pontual, presidente?), a Globo não injetará essa grana toda e eu sinceramente não duvido que o Ministério coloque mais uma verbinha para tentar salvar o basquete (mais uma vez, né…).
Sinceramente sigo achando que o convite para o Mundial virá (e virá sem tanto sofrimento assim), mas espero que a ida para a competição não coloque uma cortina de fumaça em tudo de ruim que a Confederação Brasileira tem feito nos últimos 20 anos (e aí a gente se pergunta, mesmo, se o critério da FIBA não é só o financeiro mesmo, mas tudo bem). E quando falo 'ruim' não abordo apenas o lado financeiro da coisa, mas sim o conjunto todo que merece ser avaliado quando falamos da entidade máxima do basquete nacional. Em termos técnicos, de organização, comunicação, marketing a CBB é trágica, que isso fique sempre muito claro.
Haverá os puxa-sacos de sempre, dizendo que o Brasil está evoluindo (mentira), que o presidente Carlos Nunes faz uma grande gestão (óculos ou lente, qual a preferência?) e que a Federação Internacional olha o país com grande carinho (balela pura). Se eu pudesse pedir, falaria para o debate ser um pouco mais sincero.
Que ninguém seja ingênuo: a disputa dos convites é uma competição meramente FINANCEIRA (quem paga mais chora menos). Jogar o Mundial não dignifica absolutamente quase ninguém (a não ser para os atletas, que merecem) no péssimo trabalho que é feito pela entidade máxima do basquete brasileiro. Se o provável convite servir para anestesiar ainda mais os dirigentes da CBB, ao invés de abrir seus olhos de uma vez por todas, o tiro sairá totalmente pela culatra.
A situação do basquete brasileiro é muito, muito, muito ruim. Fechar os olhos para isso, com uma ida para o Mundial como se fosse a maior glória do planeta, seria (será?) um grande engano. Manter o olhar atento aos próximos passos de Nunes e seus funcionários na entidade máxima é o que melhor pode ser feito por quem acompanha basquete neste país.
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