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Bala na Cesta

Revelações, Joice e Ramona aguardam CBB para não ficar sem jogar por até 6 meses

Fábio Balassiano

12/03/2013 15h30

Como você leu aqui no sábado, o Guarulhos terminou sua participação na Liga de Basquete Feminino ao perder para o Maranhão Basquete por 2-0 no mata-mata. O jovem e aguerrido time de Alexandre Cato teve oito jogos na competição, uma vitória apenas (contra Ourinhos) e menos de dois meses em atividade (começou em 20/1 e terminou em 9/3/2013) antes de sair de cena (sabe-se lá se voltará para a próxima edição).

Não vou entrar no mérito sobre o absurdo número de jogos e na falta do returno na LBF, pontos abordados aqui anteriormente, e nem entrarei no tema sobre a volta ou não de Guarulhos para o próximo campeonato. O ponto que me preocupa no momento é: como ficarão Joice Coelho (leia mais sobre a moça da foto à esquerda aqui), que teve 11,5 pontos, 3,1 rebotes, 38,7% em 26,1 minutos na competição, e Isabela Ramona, cujos números em seu segundo nacional (antes jogou pela Mangueira) foram de 8,7 pontos, 2,7 rebotes e 37,1% nos arremessos (como se pode ver, a dupla precisa evoluir demais na mecânica dos chutes, ainda muito rápidos) em 19,3 minutos por jogo?

Será que elas só voltarão a jogar na próxima temporada (tipo, daqui a uns seis meses), ou a Confederação Brasileira possui algum plano para não "matar" de vez as revelações do basquete feminino do país que ainda teimam, sabe-se lá como, em surgir por aqui (agora que passaram as eleições na entidade será que a entidade começará a trabalhar?). Uma boa sugestão, além da seleção de novas, seria pegar umas 10, 15 meninas (Joice, Ramona, Izabella, Damiris etc.) e colocá-las em clínicas nos, sei lá, Estados Unidos por 15, 20 dias. Seria uma evolução bacana, creio.

Por incrível que pareça, o caso de Isabela Ramona (foto à direita), de 19 anos, é o que preocupa menos. Entre 18 e 28 de julho ela fará parte da seleção feminina Sub-19 que jogará o Mundial da categoria na Lituânia. O que se espera da CBB é que exista um planejamento bem diferente daquele apresentado para a seleção Sub-17, que pagou um mico danado no Mundial do ano passado (relembre aqui o que escrevi, alertando, inclusive, para o que poderia vir, ou virá, em 2013). Pelo que consta, o Ministério dos Esportes liberou uma verba para a entidade máxima preparar justamente essa geração de Ramona e companhia, mas até agora não vi nada em termos de calendário, convocação ou algo do gênero. Se a Confederação for fazer algo, que faça rápido, é só o que espero.

O caso de Joice Coelho, que completa 20 anos no dia 1/4, é um pouco mais complicado e depende da força do planejamento da Confederação (e aí é que mora o perigo, sabemos). A diretora Hortência havia prometido uma seleção de novas, na qual Joice certamente se inclui, mas até agora nada saiu do papel (nenhuma surpresa aqui também, certo?). Caso de fato não exista essa seleção, a boa ala de Guarulhos precisa torcer para ser lembrada na adulta, que disputará Copa América e Sul-Americano. Do contrário, ficará parada no mínimo até agosto, setembro de 2013.

É assim que vivemos no basquete feminino do Brasil. Duas das grandes revelações do país (citei apenas Joice e Ramona, mas outros nomes cabem aqui neste texto, obviamente) precisam evoluir muito e muito rápido, mas ao mesmo tempo precisam esperar que a Confederação Brasileira tenha algum plano (que nos últimos 15 anos não teve, diga-se de passagem) para que não fiquem inativas até o começo da próxima edição da LBF.

Triste o cenário, não?

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