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Bala na Cesta

Em evolução, Joice Coelho brilha em Guarulhos em sua primeira Liga de Basquete Feminino

Fábio Balassiano

18/02/2013 15h22

Deve ser por causa da idade que está ficando avançada, mas estava ontem de manhã (10h de domingo, pensem só) vendo Americana x Guarulhos em partida válida pela Liga de Basquete Feminino (aqui, aliás, cabe um parabéns ao Sportv, que vai exibir, de sábado e hoje, com Maranhão x São José, às 20h, três partidas femininas em três dias). Vitória fácil das atuais campeãs contra o jovem Guarulhos por 70-50. Mas fiquei impressionado mais uma vez com o basquete de Joice Coelho (na foto), que saiu-se com 16 pontos (7/11 nos chutes), três rebotes e dois roubos de bola.

Em sua primeira competição nacional no adulto, a ala de 1,75m (ainda com 19 anos) tem mostrado uma maturidade incrível, um jogo bem físico e uma vontade em quadra que impressionam tanto quanto suas médias (12,5 pontos, 4,5 rebotes, 47,2% nos tiros de dois pontos e 1,5 roubo nas quatro partidas em que atuou). Para quem jamais havia atuado em um Nacional, é de se impressionar muito mesmo.

Para quem acompanha basquete feminino, no entanto, Joice não é tanta surpresa assim. Presente no time que foi vice-campeão da Copa América Sub-18 em 2010 e bronze no Mundial do Chile no ano seguinte com a Sub-19, ela sempre impressionou pela capacidade física, pela defesa assustadoramente forte (dá gosto de ver!) e pela coragem em quadra. Mas não é só isso, não. Desde que a vi pela primeira vez, na Copa América de 2010, seu jogo vem apresentando uma evolução nítida e muito consistente.

Joice pulou dos 29% nos tiros de dois pontos na Copa América de 2010 para 40,6% no ano seguinte em uma competição bem mais difícil (o Mundial), e não se intimidou no jogo contra os Estados Unidos na semifinal (com um Brasil apático, ela não teve medo, somou 12 pontos e duas assistências e chamou a atenção da técnica norte-americana, Jennifer Rizzotti, que elogiou seu ímpeto e sua marcação depois da partida). Ainda tímida no ataque, ela jamais se notabilizou por ser uma pontuadora voraz, mas tem acrescentado movimentações interessantes nos últimos anos e vem conseguindo números bem razoáveis para (repetindo) uma jovem de 19 anos que está estreando em competições adultas no país.

Joice ainda está longe de estar pronta para brilhar no cenário nacional (seu arremesso ainda precisa de mais precisão, seu drible ainda é um pouco errático e sua defesa, embora excelente, ainda passa um pouco do ponto entre o que é legal e o que é faltoso), mas vê-la em quadra tem sido uma das melhores coisas desta Liga de Basquete Feminino, sem dúvida alguma.

Que ela siga evoluindo (talvez a palavra que melhor defina a menina é esta mesmo, evolução), que ela siga se desenvolvendo. O basquete precisa de alas rápidas, fortes e sem medo de atuar aqui ou em competições internacionais.

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