Minha análise do balanço financeiro CBB: que estrago fez Carlos Nunes, hein...
Fábio Balassiano
25/07/2018 05h55
Você leu aqui na segunda-feira a análise do Professor Jorge Eduardo Scarpin a respeito do Balanço Financeiro da Confederação Brasileira – Ano Base de 2017. Do ponto de vista financeiro / contábil, ele é o especialista e não tenho muito mais a acrescentar.
Do ponto de vista de gestão, e de basquete, a pergunta que fica depois de ler como se encerrou a gestão Carlos Nunes (2009/2017) é: como a modalidade se deixou afundar a um nível tão baixo assim? Comitê Olímpico, Ministério Público, Tribunal de Contas da União, Ministério, Federações, Clubes, Atletas (a Associação, a Associação…), ninguém fez absolutamente nada para mudar o estado catatônico das coisas…
Isso não sou eu que estou dizendo. Os números são límpidos, claros, bem cristalinos. Nunes pegou uma CBB com patrocinador, sem dívida, com razoável possibilidade de fazer um bom trabalho depois de 8 anos de Grego e conseguiu simplesmente falir a Confederação Brasileira. Não há outra palavra, sinceramente. Nunes FALIU a entidade máxima – e durante todos esses anos COB, TCU, ME, federações, atletas, clubes e (grandíssima parte da) imprensa pouco fizeram para tentar frear a sanha destrutiva do antigo mandatário.
Por isso considero bem importante ter calma com Guy Peixoto, o presidente eleito no ano passado com a missão (e que missão!) de recuperar a Confederação Brasileira de Basketball da lama em que se encontrava. Se não bastassem as dívidas, a estrutura inchada e a falta de patrocinador-máster, Guy e seu time ainda tinham a missão de provar à Federação Internacional que eram diferentes e que e mereciam a confiança da FIBA para a retirada da suspensão imposta à CBB em 2016 (e isso foi feito, com a suspensão revogada recentemente).
Entre erros e acertos (mais acertos que erros, isso é muito óbvio), Guy tem tentado recuperar a credibilidade e colocar um pouco de organização em uma entidade que não tinha absolutamente nada disso. Não vai ser fácil, não vai ser rápido, não vai ser do dia pra noite. Se a suspensão já foi revogada, não é simples conseguir um patrocinador-máster neste momento de retração econômica do país (isso sem falar da mudança da Lei que o presidente Temer tenta passar, praticamente acabando com o esporte do país…). Com a "herança" que recebeu de Nunes, então, tudo tende a ser ainda mais complexo.
O mandato de Mr. Nunes na CBB foi de oito anos. O impacto dele ao basquete brasileiro vai durar bem mais que isso. Que estrago fez o ex-presidente, hein.
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