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'A gente trabalha', diz João Fernando Rossi, presidente da Liga Nacional, após anunciar Nike

Fábio Balassiano

19/01/2017 06h00

João Fernando Rossi estava exultante na noite de segunda-feira. O evento que oficializou o patrocínio da Nike à Liga Nacional de Basquete seria o seu primeiro grande ato como presidente da LNB. Recém-eleito para o cargo mais importante da instituição que organiza o NBB, ele conversou com o blog a respeito da chegada de mais um apoiador para a entidade, do bom momento vivido pela Liga, que acumula quatro patrocinadores de peso (Caixa, Avianca, Sky e Nike), e da ainda não digerida suspensão dada a FIBA à CBB que acabou vitimando os clubes, impedidos de jogar a Liga das Américas, por tabela. Antes de começar a entrevista, Rossi sacou da sua mochila o livro "A marca da vitória", de Phil Knight, fundador da Nike. Abriu um sorriso e disse: "Adoro a história da empresa, a marca esportiva mais valiosa do mundo, e me preparei muito para este evento de hoje".

BALA NA CESTA: Mais do que o que representa, que ficou claro durante a sua fala e também a do Marcelo Trevisan, diretor da Nike, queria saber o seu sentimento com a primeiro grande cesta de três pontos da sua gestão.
JOÃO FERNANDO ROSSI: Realmente a vinda da Nike soma às empresas que já haviam se tornando parceiras do NBB, mas não dá pra negar que é a cereja do bolo do mundo esportivo. É a maior marca do mundo, e com certeza só vai ajudar. Chancela a Liga, o nosso trabalho, os próximos passos.

BNC: O que a Liga Nacional espera exatamente com essa parceria? Muita gente vai falar sobre a questão dos uniformes dos times, mas não é exatamente isso que vocês buscam, pelo que ficou meio claro aqui, certo?
ROSSI: A entrada da Nike vai nos ajudar em três pilares: Liga de Desenvolvimento (LDB), Jogo das Estrelas e NBB. Em cada pilar a gente vai trabalhar sempre com desenvolvimento. Gostamos muito da questão de incluirmos a LDB, pois a LDB é o futuro do basquete. Gosto de dizer que 43% dos jogadores que estão atualmente no NBB passaram pela Liga de Desenvolvimento, motivo de muito orgulho para nós. No Jogo das Estrelas, que tem tudo a ver com a Nike, os uniformes serão da empresa. O NBB é onde você vê tudo isso consolidado. Mais do que natural que eles estejam presentes lá.

BNC: Já falei isso aqui e volto ao tema com você. Momento de retração econômica total. E a Liga Nacional emplaca quatro patrocinadores em menos de 12 meses. É um recado, Rossi? Um recado de que vale a pena investir no NBB e de que vocês estão trabalhando sério?
ROSSI: Sem dúvida que sim. A mensagem que fica, em um momento de crise financeira e política, é de que nestas situações o melhor a se fazer é sempre olhar melhor, com mais cuidado, os seus investimentos. E eu não tenho dúvidas que os investidores, dos clubes e a Liga Nacional, estão escolhendo o NBB porque é um ótimo retorno. Não gostamos de nos vangloriar, você sabe disso, mas hoje em dia o NBB é uma referência em termos de gestão esportiva. A gente não fala. A gente trabalha buscando a excelência, o crescimento, o desenvolvimento da modalidade. Agora, nós temos que, com toda humildade, reconhecer o que a gente representa no cenário esportivo não só brasileiro, mas latino-americano.

BNC: Você sabia que essa pergunta viria. Vocês lançam Nike, Jogo das Estrelas em São Paulo, Caixa investindo, Sky renovando, mas daqui a 15 dias começa a Liga das Américas sem os clubes brasileiros. Fica um gosto amargo por ver que, independente do belo trabalho que vocês vêm realizando, o cenário internacional não poderá ser habitado nesta temporada?
ROSSI: Na realidade nós estamos suspensos através da CBB. A punição foi para a Confederação Brasileira e acabou nos impactando de forma direta. Nós tentamos conduzir tudo da melhor maneira possível, mostrando que os clubes seriam impactados e que de fato não poderiam pagar pelos problemas da Confederação, mas infelizmente não deu certo ainda. Somos uma Liga que normalmente nos damos bem tanto com a FIBA quanto com a CBB, mas acabou que nossos clubes acabaram de tornando os únicos punidos pela Federação Internacional. Eu acho assim: nós temos que respeitar a punição, mas não podemos nos acostumar com isso. Não é normal que os clubes brasileiros fiquem de fora de uma Liga das Américas sem ter a menor culpa no cartola. Porém devemos respeitar as decisões e é isso que estamos fazendo. É uma decisão da FIBA e só cabe a ela rejeitar.

BNC: Você falou no Podcast BNC, mas agora já começou um pouco mais a sua gestão e dá pra retomar o assunto. É a área de marketing / comunicação que será seu foco maior neste primeiro momento de gestão?
ROSSI: Eu já vinha com uma boa atuação quando era vice-presidente nos últimos dois anos. A prioridade é a manutenção de todos os investimentos, mas de fato iremos acelerar em comunicação e em marketing. E te explico isso muito facilmente. Porque nós estamos crescendo. Com os parceiros novos que estão chegando, nós precisamos ampliar conteúdo, impactar mais gente. Dá pra perceber que com esse número de pessoas nós já estamos chegando ao limite, de profissionais dentro da liga. O investimento em recursos humanos tanto em marketing quanto em comunicação será intenso.

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