O texto sobre o Milwaukee Bucks já estava quase preparado quando semana passada surgiu a notícia que de Khris Middleton, ala-armador titular do time e com contrato que vai no mínimo até 2018/2019 (2019/2020 é opção do atleta), vai operar a coxa e ficará seis meses afastado. Se já seria difícil retornar ao playoff com ele, autor de 18,2 pontos em 2015/2016, agora então a situação do time do técnico Jason Kidd fica ainda mais complicada. Mais do que nunca, agora, as esperanças da franquia ficam depositadas em Giannis Antetokounmpo.
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Aos 21 anos, o Greek Freak renovou recentemente o seu contrato (US$ 100 milhões até 2020/2021) e parece ter ganho não só uma bolada de dinheiro mas sobretudo a chave para guiar a franquia nos próximos anos. Se no final de 2015/2016 o grego recebeu carta-branca do técnico Jason Kidd para armar o jogo, fechando o certame depois do All-Star Game com as médias de 18,8 pontos, 7,2 assistências e 8,6 rebotes, além de cinco triplos-duplos, a tendência é que agora Kidd use Giannis desde o princípio assim. Com 2,11m, ele terá vantagens competitivas imensas no ataque devido ao seu físico descomunal e pode proporcionar ótimas alternativas no sistema defensivo de seu time marcando os rivais das cinco posições. Tenho bastante curiosidade para ver o que o rapaz de (insisto) 21 anos ainda pode colocar em seu arsenal. Ele já é um jogador muito bom, e em três temporadas tem 2 com 12+ pontos, o que não é pouco para alguém da sua idade e que veio tão jovem para a NBA. Com a evolução que tem demonstrado, tem tudo para se tornar um cara excepcional. Caso melhore nos chutes de três pontos (26% de aproveitamento em 2015/2016), se tornará uma arma muito difícil de ser marcada.
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Outro nome que a franquia aposta muito é Jabari Parker. Segundo colocado no Draft de 2014, ele se lesionou com gravidade no joelho logo no começo de sua temporada de calouro. Parou, retornou e teve um ano satisfatório em 2015/2016 com 14,1 pontos e 5,2 rebotes. É outro atleta muito jovem (21 anos) e que pode render ótimos frutos para o Bucks em um futuro muito próximo. Muita gente aposta, inclusive, que o fato de o Milwaukee ter conseguido renovar com Antetokounmpo por pouco menos que o salário máximo que poderia ter sido oferecido (cerca de US$ 110 milhões pelos mesmos quatro anos) fará com que a diretoria tenha fôlego para oferecer valor semelhante a Parker. Se evoluir sobretudo em seus arremessos (25,7% nas bolas de fora), tem tudo para formar uma dupla animadora com o grego por muito tempo na NBA.
Para o Bucks, porém, creio que falte um pouco mais para retornar ao playoff. A última vez foi em 2015 e de forma completamente inesperada. Chegaram os calouros Thon Maker (pivô australiano de 2,11m, 19 anos e que saiu direto do ensino médio) e o ala-armador de Virginia Malcolm Brogdon (23 anos, 1,96m de altura, 18 pontos de média em 2016 e 41% nas bolas de fora). Reforçaram o elenco via contratações os experientes alas Mirza Teletovic, Michael Beasley e Jason Terry, além do armador Matthew Dellavedova, ex-Cavs. As contratações de Terry e Teletovic explicam-se claramente. Os dois trazem a rodagem necessária para ser acrescentada à juventude do elenco (7 possuem 21 anos ou menos) e podem dar a Jason Kidd um alívio na conversão dos arremessos de três pontos. Em 2015/2016 o Bucks foi simplesmente o que menos arriscou de longe (15,6 vezes), com a conversão de 34,5% (a vigésima-primeira da liga). Para uma NBA que cada vez mais "demanda" times chutadores, ter opções mais consistentes é importante para conseguir mais vitórias.
Só que isso não é tudo. Antes de começar a temporada há perguntas importantes a serem respondidas. Armador trazido no campeonato passado em uma troca, Michael Carter-Williams perderá espaço com a consolidação de Antetokounmpo como armador principal e com a chegada de Dellavedova, que aparentemente vem para ser o primeiro reserva da posição 1? E o pivô Greg Monroe, contratado em 2015 como a esperança no pivô (15,3 pontos e 8,8 rebotes de média), mas que sempre figura nos rumores de troca, fica por lá até o final do certame? A chegada de Thon Maker é um indicativo de que Monroe poderá ser realmente envolvido em uma transferência?
Estas são as perguntas que envolvem muito mais a diretoria do que a quadra. Dentro das quatro linhas, Jason Kidd sabe que o ataque do seu time precisa ser mais consistente – ano passado pontuar era uma tortura para os caras. Foram apenas sete times que ficaram abaixo dos 100 pontos de média em 2015/2016 na NBA. O Bucks esteve entre eles. Como adaptar a imensa versatilidade de Giannis, Jabari, Beasley, Michael Carter-Williams e John Henson para que seu time tenha um sistema de jogo mais homogêneo? Será que enfim o técnico conseguirá explorar as habilidades que Greg Monroe, sim, possui?
Gosto bastante do futuro do Bucks na NBA (e o próprio slogan da equipe, o "Own the Future", algo como "Possua o Futuro", fala disso). Creio que com Giannis Antetokounmpo e Jabari Parker a pedra-fundamental do time seja animadora, mas não sei se os jogadores de 21 anos terão capacidade de levar a franquia ao playoff direto em 2016/2017. O Milwaukee passa por uma transição e vejo muitas interrogações, como as que mencionei acima, precisando ser respondidas antes de o time tentar dar o próximo passo.
Campanha em 2015/2016: 33-49
Projeção para 2016/2017: Fora do Playoff (entre 33 e 38 vitórias).
Olho em: Giannis Antetokounmpo