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Os 30 da NBA: O longo, longo, longo caminho do Nets para ter um time

Fábio Balassiano

21/09/2016 01h32

Se tem alguém que pode usar e abusar da expressão "longo prazo" na NBA é o Brooklyn Nets. Para mim o pior elenco de toda liga para a temporada 2016/2017, a franquia do magnata russo Mikhail Prokhorov não tem absolutamente nada que anime o torcedor a sair de casa não só para este campeonato, mas por um bom tempo mesmo.

Sem um único jogador de altíssimo nível (se você quiser considerar Brook Lopez, ok, mas eu não vou fazer isso…), o Nets está pagando o preço, agora, por suas tresloucadas cartadas de anos atrás, quando achou que conseguiria desafiar o Miami Heat para conquistar o Leste e também a NBA. A franquia trocou tudo o que poderia, pensou apenas o presente, não venceu e ficou também sem futuro.

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Para se ter uma ideia, o Brooklyn só terá uma escolha sua de primeiro round de Draft (atenção) em 2019. Sim, só daqui a três anos. Pensa que é só? O desespero é tão grande que o ex-novo rico Nets está US$ 10 milhões abaixo dos US$ 84 mi, piso salarial da liga. O quinteto inicial que deve ter Jeremy Lin, Bojan Bogdanovic, Caris LeVert, Trevor Booker e Brook dá bem o tom do que se passará por lá, não?

Digamos que não é assim que nenhum gerente-geral quer começar o seu trabalho em uma equipe, né? Mesmo assim Sean Marks aceitou sair do todo poderoso San Antonio Spurs para o maior desafio não de sua carreira (é a sua primeira experiência como GM), mas sim de qualquer executivo que topasse pegar essa barca perigosíssima. Não há pick de Draft, não há nenhum jogador que chame a atenção do mercado para forçar trocas, nenhum agente-livre terá interesse em rumar para Brooklyn nem por um caminhão de dinheiro e nem as peças jovens empolgam pra absolutamente nada.

Sean Marks vai tentar a todo custo emplacar a cultura Spurs no Brooklyn. Isso está claro. Para isso já trouxe de cara o técnico Kenny Atkinson, assistente do Atlanta desde 2012. Para quem não lembra, Mike Budenholzer, o treinador principal do Hawks, foi auxiliar de Gregg Popovich no San Antonio por anos e anos. O problema é que o neozelandês Marks pode ter as melhores ideias do mundo, mas infelizmente ele não faz milagres, não é mágico. Sem peças, obviamente não há cultura Spurs que dê jeito (infelizmente para ele).

Chegaram, é verdade, alguns nomes para tentar fazer com que a franquia não pague um mico de proporções bizarras na próxima temporada, mas para o padrão NBA ter o ala Anthony Bennett, o ala-pivô Trevor Booker, o ala-armador Randy Foye, o pivô Justin Hamilton, o armador Jeremy Lin, o argentino ala-pivô Luis Scola, o venezuelano armador Greivis Vasquez e o calouro Caris LeVert está longe de ser animador. Para azar de Marks, se não bastassem as dificuldades que o próprio trabalho apresenta logo de cara, o russão Prokhorov não é das figuras mais pacientes do mundo.

E paciência, no caso do Nets, é o artigo mais recomendado do mundo para quem não tem absolutamente nada nas mãos e uma imensa incerteza no futuro. Se o presente é tenebroso, os próximos anos não prometem ser muito melhores assim no Brooklyn, não.

Campanha em 2015/2016: 21-61
Projeção para 2016/2017: Fora dos Playoffs (entre 12 e 20 vitórias).
Olho em: Jeremy Lin (por falta de opção…)

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