A notícia foi divulgada na semana passada em primeira mão pelo Daniel Brito aqui no UOL. Nesta quarta-feira houve a confirmação. A Caixa Econômica Federal tornou-se a principal patrocinadora da Liga Nacional de Basquete e investirá R$ 22 milhões no NBB e R$ 10 milhões na LBF até 2020 (R$ 5,5 mi/ano e R$ 2,5mi/ano, respectivamente), tornando-se a principal investidora dos dois maiores torneios de clubes da modalidade.
Vale lembrar que em menos de um mês este é o terceiro patrocinador que a Liga Nacional de Basquete anuncia (no fim de semana haverá o Jogo das Estrelas e certamente o clima será de otimismo entre dirigentes, técnicos e atletas). Primeiro foi a Sky, depois a Avianca e agora a Caixa. Ao que parece ainda há um último parceiro comercial em vias de fechar o acordo (é do ramo de bebidas – mais especificamente de isotônicos), mas a LNB prefere confirmar apenas quando o contrato estiver sacramentado (no que ela está certa).
Por enquanto vale dizer o seguinte: não se sabe exatamente os valores totais destes três contratos já firmados, mas é uma grandíssima prova de força da Liga Nacional de Basquete o que estamos vendo principalmente nos últimos 30 dias. Em um momento de retração econômica, de dificuldade em obter patrocínio (é impossível não lembrar do que Carlos Nunes, da CBB disse aqui recentemente, mas não vou nem entrar na questão…) e de dúvida em relação ao que será o Pós-Olimpíada, a turma que comanda o NBB e também a LBF deixa um recado simples – aquele de que não existe a palavra 'crise' para quem trabalha de forma séria, organizada, planejada e transparente. Ia falar daquela palavra em chinês, a de que crise se escreve quase igual a oportunidade, mas seria clichê demais. Não custa lembrar que foi esta mesma turma da LNB (Kouros, Cássio Roque, João Fernando Rossi como dirigentes e Sérgio Domenici como Gerente-Executivo) que oito anos atrás topou pegar um esporte na draga total em que se encontrava para tentar reconstruir. Eles têm conseguido.
Agora, porém, as questões mudam. Não sei se é o momento de falar disso, mas vamos lá. Se antes a cobrança na Liga Nacional era por gerar receitas (patrocinadores inicialmente), agora a figura se modifica. Não que os clubes vão nadar de braçada e que o NBB será o melhor campeonato do planeta depois da NBA (não é isso). Mas se antes não havia quase nada de grana (apenas o aporte inicial da NBA, parceira do NBB), agora há um respiro, uma margem para pensar em ações melhores de marketing / comunicação e tempo para explorar outros pontos ainda não existentes (a tão sonhada loja virtual dos produtos dos clubes nacionais, por exemplo). É hora, portanto, de mudar o patamar, subir muitos degraus, avançar em questões pra lá de importantes e necessárias não só no basquete, mas no esporte nacional.
Antes de terminar, é essencial dizer que o mesmo raciocínio vale para a Liga de Basquete Feminino. No fundo do poço, o basquete das meninas do país agora terá um pouco mais de fôlego financeiro para investir, para fazer diferente. Só é uma pena que, em um momento de festa, de comemoração, de evolução, a LBF tenha ficado de fora do Jogo das Estrelas que começa sábado em Mogi (e por opção própria – clique aqui e aqui).
A Liga Nacional de Basquete (reforço isso) tirou o basquete brasileiro da lama há 8 anos. Agora é hora de levantar ainda mais o nível. Não é mudar a maneira organizada, coerente e séria que a turma do NBB sempre fez as coisas, mas sim evoluir, trazer do aprendizado com a NBA as boas práticas que tornem o produto cada vez mais melhor. E não tenho dúvida que todos eles têm capacidade e muita vontade para fazer acontecer. Toda cobrança, ao menos deste blogueiro aqui, será neste sentido.