A pré-temporada da NBA começou na terça-feira. Dia de posar para fotos e dar um punhado de entrevistas, rever os companheiros, bater um papo com técnico e assistentes e ir à quadra. E no primeiro treino com bola, a pior notícia possível para o Chicago Bulls e para quem gosta de basquete: Derrick Rose recebeu uma acidental cotovelada no rosto e ficará de fora de 2 a 3 semanas (ou mais). Passará por procedimento cirúrgico ainda esta semana e verá o começo da temporada 2015/2016 do lado de fora. É mais uma lesão na já atribulada carreira do cara que pintou como craque mas que aos poucos vai murchando, murchando.
Desta vez, porém, há um atenuante: por mais que ele vá ficar de fora, o problema não foi muscular ou de ligamento – como foram seus últimos. É óbvio que Rose tem um histórico terrível (ficou de fora de 103 jogos na duas últimas temporadas), mas não dá para comparar uma cirurgia facial com uma artroscopia no joelho, né? De todo modo, é mais um balde de água fria em um Chicago que estava se remodelando com o novo técnico Fred Hoiberg e para quem, como eu, ainda espera que o camisa 1 volte a jogar em altíssimo nível. Não é o fim do mundo, mas é quase isso…
A imprensa de Chicago chegou a dizer que Rose nunca havia se apresentado em tão boa forma física como nesta terça-feira em Illinois. Isso é bom e dá ânimo. Mas, e isso já havia escrito no começo deste ano (mais aqui), creio que o problema maior seja mesmo mental para Derrick Rose. Como o armador entenderá mais esta lesão? Como ele vai conviver com uma série de críticas, a maior parte delas injusta? Será que ele conseguirá ler alguns "adjetivos" como "homem de vidro" (algo injusto e cruel ao mesmo tempo!) sem ficar pra baixo? Como a diretoria do Chicago vai lidar com mais este problema? O apoio, até então, incondicional, continuará para com o armador que tem contrato finalizando ao final da próxima temporada?
São perguntas até o momento sem resposta. São dúvidas que vão ficar no ar no mínimo até Derrick Rose voltar às quadras para treinar e ficar pronto para a temporada. A diretoria sabe que ninguém em sã consciência aceitaria uma troca pelo armador cujo histórico de lesões é imenso e seu salário, também. O jeito será mesmo conviver com isso da melhor maneira possível. Do meu canto eu torço sinceramente para ele sair dessa e jogar o basquete de alto nível que sabemos que ele tem. Se não for o mesmo de 2010, 2011, que seja o melhor que ele puder ser.
E isso já pode ser o bastante para um Chicago Bulls que precisa, hoje, tê-lo mais vezes em quadra do que fora dela. A missão da franquia é justamente esta – de manter Derrick Rose na quadra pelo maior tempo possível. Não depende dela, nem dele, mas muitas vezes da tal "sorte" que não tem acompanhado a carreira do craque nos últimos anos. Só resta torcer para ele sair de mais um buraco.
