Por essa muita gente não esperava. O Cleveland veio para o jogo 2 sem seu armador titular (Kyrie Irving, lesionado no joelho) e com auto-estima abalada depois de perder a primeira partida apesar dos 44 pontos de LeBron James na última quinta-feira. Mas os Cavs se recuperaram muito bem. Jogaram com um nível de concentração altíssimo, impediram que a reação do Golden State Warriors no final do tempo regulamentar continuasse na prorrogação e venceram no tempo-extra o forte adversário em Oakland por 95-93, empatando a final da NBA em 1-1 (foi a primeira vitória da franquia na decisão da liga, aliás – estava 0-5).
Os jogos 2 e 3 serão em Ohio na terça e na quinta-feira (22h) e o time de LeBron James, autor de 39 pontos, 16 rebotes e 11 assistências neste domingo (o quinto triplo-duplo de sua carreira em finais), pode abrir 3-1, aproximando-se assim do inédito título.
O primeiro tempo começou e o Golden State mandou o mesmíssimo recado da primeira partida ao Cleveland Cavs (veja mais aqui): nenhuma dobra em LeBron James (a não ser perto da cesta), e pressão total nos outros quatro companheiros de LeBron. A diferença é que neste domingo o camisa 23, que descansou apenas por um minuto e teve ótimos 20 pontos, 6 rebotes e 5 assistências na primeira etapa (que números!), foi bem coadjuvado desde o princípio.
No ataque James Jones (8 pontos e 2 roubos em 12 minutos) apareceu para se juntar ao russo Timofey Mozgov (11). Na defesa, Matthew Dellavedova, substituto de Kyrie Irving, fez com que Steph Curry chutasse 2/10 (1/7 de fora) e cometesse 2 desperdícios nos primeiros 24 minutos com uma marcação incrivelmente boa. Apesar do maior volume de jogo e maior controle das ações, a vitória do Cavs (47-45) acabou não sendo maior porque Klay Thompson, ala do Warriors, estava com a mão quente e converteu 20 pontos (9/13). A maneira como os dois times atuaram, no entanto, seria um recado do que viria na segunda etapa, quando o domínio do Cavs se manteve intacto.
Nos 24 minutos finais o equilíbrio continuou e o Golden State seguiu sem conseguir jogar da maneira que gosta (mérito total da defesa implantada pelo técnico David Blatt). Os arremessos de fora saíram, em sua maioria, mascados, bem marcados, pressionados, e o aproveitamento de 5/23 no final do terceiro período dá bem o tom de como as coisas estavam na Oracle Arena. Oracle Arena que viu o público ficar até certo ponto calado com a partida mal jogada pelo time da casa. Com isso, o Cleveland, mesmo sem ser brilhante no ataque (longe disso), manteve o jogo sob seu controle, fechando o terceiro período com 62-59 depois que o pivô Marreese Speights errou, livre, uma enterrada no estouro do cronômetro.
No último período o controle não mudou de mãos. Dellavedova continuou segurando Steph Curry, que terminou com 5/23 (2/15 de fora) e 6 desperdícios, LeBron James conseguiu encontrar JR Smith para os arremessos e a vitória foi se aproximando aos poucos. Com a derrota aparecendo no radar o Golden State acelerou o ataque, mas de nada adiantava. Os arremessos para bolas de três, exagerados, não caíram de forma alguma (8/35), mas sabe-se lá com que força os Warriors foram buscar o placar (perdiam por 83-72 com três por jogar). Steph Curry voltou bem, matou bolas, a defesa funcionou e uma sequência de 15-4 levou a partida para a prorrogação depois que LeBron James (de novo!) teve a chance de dar o triunfo do Cleveland (sem sucesso de novo…). Empate em 87 e segundo tempo-extra consecutivo, algo inédito em finais de NBA.
Na prorrogação o Cleveland errou muito (principalmente com LeBron James, que forçou seguidos arremessos, e JR Smith, que fez duas faltas bobas em Steph Curry), mas o Golden State parecia errar mais ainda. No final o Cleveland, mesmo sem um ataque tão contundente assim (insisto nisso e os 32% de aproveitamento nos arremessos estão aí), conseguiu vencer o Warriors fora de casa para empatar a série graças a uma defesa incrível, a um Matthew Dellavedova muito corajoso e sem medo de nada, a um plano de jogo muito bem definido por David Blatt (seu rival tem 18/62 de fora nesta série!!!) e a uma disciplina tática acima da média da equipe (que seguiu exatamente o que tinha que fazer do minuto 1 ao 48). Vitória pra lá de justa da turma de Ohio portanto.
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