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Boston muito perto do playoff - o que deu 'errado' no plano dos Celtics?

Fábio Balassiano

13/04/2015 13h30

No final da temporada 2012/2013 o gerente-geral Danny Ainge decidiu que era hora de mudar o rumo das coisas em Boston. Despachou Kevin Garnett e Paul Pierce para o Brooklyn, não fez muita força para manter o técnico Doc Rivers, recentemente trocou Jeff Green e Rajon Rondo (que seriam agentes-livres ao final da temporada) e começou a colecionar uma série de escolhas de Drafts futuros em negociações que aliviaria a folha salarial e daria condição de a franquia investir em curto prazo.

E, mesmo sabendo dos riscos de fazer a famosa remontagem (Rebuild, como os americanos chamam) em uma franquia como os Celtics, Danny Ainge não teve medo (e escrevi isso aqui há quase dois anos). Trouxe um promissor técnico universitário (Brad Stevens, de terno, na foto ao lado com Ainge), abriu mão da tradição e contratou um jovem-nerd-estatístico para a comissão técnica da franquia (mais aqui) e deve ter umas 765 escolhas de Draft pelos próximos anos graças a suas inúmeras negociações de dois anos pra cá (o número, exagerado, é uma brincadeira em decorrência de sua volúpia nas transferências – o correto é mesmo de 13 de primeira rodada e 4 de segunda até 2017).

Tudo o que poderíamos esperar era o Boston bem longe dos playoffs, certo? Não foi bem isso que aconteceu. Com 80 jogos, a franquia tem razoáveis 38-42, a quarta melhor campanha depois do All-Star (23-12), está em sétimo no Leste e depende de apenas mais uma vitória para voltar a pós-temporada muito antes do que todos ali imaginavam. Como tem a vantagem no confronto direto contra Nets (o oitavo) e Pacers (nono), os Celtics, que venceram seis das últimas sete partidas, só precisam vencer Raptors (em casa amanhã) ou Bucks (fora na quarta-feira) para ir ao mata-mata.

Boa parte do sucesso recente da equipe deve-se a Isaiah Thomas (foto à esquerda). Contratação frustrada do Phoenix para esta temporada, ele foi despachado para os verdes e chegou cercado de dúvidas (seu contrato vai até 2018). Vinte jogos se passaram, ele continua saindo do banco (a melhor opção mesmo!) e suas médias falam por si (19,5 pontos e 5,4 assistências em menos de 30 minutos por noite). Além dele outros que têm jogado muito bem são o ala Avery Bradley (14,8 pontos depois do All-Star), o ala-pivô Brandon Bass (12,5), o pivô Tyler Zeller (11,1 e excelente defesa), o ala Evan Turner (10,2) e o  titular Marcus Smart (9,6 pontos e 2,1 assistências).

E o que isso significa para o futuro da franquia? Há duas maneiras de ver isso. É óbvio que, por mais experiente que este grupo fique, parece longe de ser um elenco capaz de brigar pelas finais que todos de Boston esperam. Faltam muito potencial defensivo e sobretudo um craque, falta alguém capaz do calibre de (vá lá) Paul Pierce, Kevin Garnett, Rajon Rondo e Ray Allen. Por outro parece claro que o plano de Danny Aingle está mais avançado que os de Lakers e Knicks, franquias tradicionais que também têm sofrido nos últimos anos.

Se não era exatamente o que Ainge esperava (o ideal para ele, mesmo, era ter uma posição ruim na temporada para garantir um pick entre os 10 do próximo Draft), ninguém de Boston pode reclamar. O time provavelmente jogará o playoff contra Atlanta Hawks ou Cleveland Cavs, há boas chances de ser eliminado de cara, mas a reconstrução verde está em curso e com boas chances de avançar ainda mais nos próximos anos. O futuro aparentemente está bem encaminhado nos Celtics.

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