Sobre a vinda de Lucas Bebê e Bruno Caboclo para o Brasil no Carnaval
Fábio Balassiano
27/02/2015 13h25
1) Em primeiro lugar, eles NÃO erraram. Havia um período livre (e grande) dado pelas franquias aos atletas durante o All-Star e ambos optaram por vir descansar com seus familiares e amigos. Errado seria se eles não tivessem sido liberados e tivessem pego um avião e sumido. Não foi o caso.
3) Não tenho, e nem nunca tive, intenção de ser amigo de qualquer atleta. Gosto muito dos dois, torço realmente pelo sucesso de Lucas e de Caboclo (e conheço ambos há tempos), mas se não concordar ou gostar de qualquer coisa que ache que deva ser dito o farei (como sempre fiz e farei). Meu trabalho aqui não é ajudar a ninguém, mas sim analisar o basquete da melhor maneira possível (dentro do MEU ponto de vista). E vocês concordarem ou discordarem também faz parte disso (com educação podem dizer sempre o que quiserem).
4.1) A NBA está completamente sem paciência para novatos. Vejam o que o Sixers fez com Michael Carter-Williams (melhor jogador da franquia, ele foi trocado no meio do seu segundo ano). Vejam o que o Detroit fez com Brandon Knight (também limado rapidamente). Vejam o próprio exemplo de Hasheem Thabeet (escolhido em 2009 na posição dois e que NUNCA se firmou). Não rendeu, cai fora. E rápido. Se o jogador não mostrar que será efetivo em um curto espaço de tempo, a chance de a franquia mirar outro atleta (da NCAA ou do mercado internacional) é cada vez maior. Apenas um dado para vocês: um jogador fica na NBA em média por 2,9 anos. Jogadores fora do Top-10 do Draft, 2,1 anos.
6) Que fique claro: NÃO estou falando que Caboclo e Bebê optaram por uma estagnação técnica (longe disso), mas ter ficado treinando mais um pouco poderia ter sido um baita recado de comprometimento e busca de excelência que os dois teriam dado a franquia. Franquia que certamente teria adorado saber que suas duas peças mais jovens e cruas, como o próprio Toronto os define, estavam se matando de treinar mesmo em um período que não estavam obrigados a fazê-lo.
8) Ainda há muito tempo e espaço para Bruno e Bebê treinarem, evoluírem e crescerem com o que a franquia lhes oferece. Não dá para dizer que eles são carta fora do baralho e nem que são o futuro da franquia (nem um, nem outro). Apontar o ponteiro para um lado (de ser efetivo) ou para o outro (descartáveis) é algo que veremos em um futuro muito breve, podem ter certeza. E a definição de seus respectivos futuros profissionais depende deles – Lucas e Caboclo.
Não há, portanto, moralismo (como alguns insinuaram) de minha parte em dizer que seria mais bacana se eles tivessem ficado no Canadá treinando (ou em outro lugar menos gelado). É uma OPINIÃO. Não uma análise, não uma constatação, não uma reportagem. Nada. É algo que eu sinceramente teria feito diferente, mas quem acha (notem o verbo) o contrário tem ótimos pontos também.
E o jogo segue.
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