Muitas lições na vitória do Brasil contra a Argentina
Fábio Balassiano
02/08/2014 12h17
1) Antes do jogo, um pito necessário em quem merece. Se dentro de quadra Rubén Magnano e os atletas têm feito de tudo para colocar a seleção no rumo (com erros e acertos, mas trabalhando muito), fora de quadra não dá para dizer o mesmo. É inadmissível que um jogo como o de hoje, o primeiro no ginásio com a seleção (e seleção completa) em muito tempo, não tivesse sua lotação total. Deve ter chegado a 10 mil pessoas, mas não encheu. E não encheu simplesmente porque não houve ação/divulgação/comunicação alguma sobre a partida pela entidade máxima do basquete brasileiro. CBB esta que, aliás, durante o jogo não colocou NADA sobre o Brasil x Argentina, mas TUDO sobre os Brasileiros Sub-15 de seleções estaduais. Lamentável.
3) Por outro lado, essa superioridade toda acabou gerando alguns problemas (e isso foi muito bem detectado por Magnano em entrevista ao Sportv no final do jogo). Julio Lamas, sábio e bom leitor do jogo, fechou o garrafão na medida do (seu) possível. Com o elenco que tinha (algumas vezes o ala Leo Gutierrez tenta desesperadamente conter Nenê, vejam vocês), tentou concentrar três, quatro jogadores perto da cesta para evitar arremessos com alto índice de conversão para Splitter-Nenê-Varejão. E aí os espaços abriram para os chutes de fora (mesmo com o Brasil por vezes não "abrindo" tanto a quadra, diga-se). Foi onde o Brasil pecou demais. O time teve 37% nos arremessos de quadra, 3/18 de fora (Marcelinho Machado saiu-se com 0/6, e Marquinhos, com 0/4) e isso fez com que os platenses, mesmo em deficiência técnica (sem Scola) e física (sem um "cincão" para bater de frente), conseguissem manter a peleja quase que em igualdade até o começo do quarto período. Ali Andres Nocioni reclamou da arbitragem, inúmeras faltas técnicas foram marcadas, os lances-livres vieram e a vantagem brasileira veio. Os arremessos de média e longa distância precisarão ser corrigidos pela seleção brasileira no Mundial, isso é um fato. Encontrar o equilíbrio entre o (já ótimo) sistema de garrafão e o de perímetro é fundamental para ir longe.
5) Único ponto da rotação que não gostei foi quando Magnano colocou, ao mesmo tempo, Marcelinho Machado, Larry Taylor e Leandrinho. Fica um time baixíssimo, sem NENHUM potencial defensivo e com armação confusa. Foi com este núcleo que, no segundo período, a Argentina chegou a virar o jogo em menos de cinco minutos. Em um Mundial isso pode ser trágico e representar uma eliminação. É jogo-treino, todos precisam atuar, todos precisam de minutos, mas é bom ficar atento a que tipo de grupo de cinco jogadores estará, junto, em quadra. Esta específica combinação não me agradou.
Viu o jogo? Gostou? Brasil indo bem para a Copa da Espanha? Comente!
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