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Vitor Benite assina a melhor história da final do NBB

Fábio Balassiano

01/06/2014 02h16

No primeiro dia de junho de 2013 o Flamengo ganharia a final do NBB5 também em uma HSBC Arena lotada. Vitor Benite, um dos melhores jogadores do time na temporada passada (13,2 pontos), não pôde atuar devido a um problema muscular na coxa direita. O NBB6 começou, e Benite novamente figurava como um dos protagonistas em um time de estrelas, mas uma grave lesão no joelho esquerdo (ligamento cruzado anterior) no dia 21 de novembro de 2013 na partida contra o Palmeiras (mais aqui e aqui) parecia decretar o fim da temporada para ele.

Parecia. Na sexta-feira conversei com José Neto, técnico do Flamengo, a respeito da situação do ala-armador, e o técnico me disse: "Ele está relacionado. Não como prêmio a sua recuperação, mas sim porque ele tem condição física e técnica de atuar. Tão simples quanto isso". Ouvi e pensei: 'OK, condição ele tem, mas não deve jogar'. E guardei isso pra mim. No sábado, chegando à HSBC Arena, o amigo Vitor Sergio Rodrigues perguntou: "Benite vai jogar?". E eu, todo, todo, disse: 'Ah, cara, acho quase impossível, viu'.

Aí a bola quicou, e no começo do segundo período eu vi Benite (a foto à direita é de seu Instagram) aquecendo atrás do banco do Flamengo. E aí Neto chamou o ala de 24 anos para entrar (". Se ele não tivesse jogado nada, absolutamente nada, já seria uma baita história, uma grandíssima história de luta e recuperação (quem já teve lesão no joelho sabe que é um sofrimento danado).

Mas Benite foi além. Não errou seus dois arremessos (um de três, outro de dois + falta), acertou seus três lances-livres e terminou com oito fundamentais pontos para seu time terminar com o título do NBB. Foi a primeira partida dele em seis meses. Foi a primeira partida dele depois de se recuperar de uma cirurgia seríssima no joelho. E sua primeira partida foi em uma final de NBB.

Por tudo isso Vitor Benite parecia emocionado no final (ele é muito frio, não dá muito pra saber), sem saber bem no que pensar naquele momento. Bati um breve papo com ele:

BALA NA CESTA: Qual é a sensação, depois de tanto tempo parado, de retornar e jogar tão bem uma final de NBB?
BENITE: Olha, depois de tudo o que eu passei, sem jogar o campeonato quase inteiro, curando uma lesão séria, que teve além disso alguns probleminhas que atrasaram a recuperação, voltar depois de cinco meses e meio e conseguir ajudar depois de fazer apenas quatro treinos com a equipe é indescritível. É uma sensação muito boa. É muito mais do que eu esperava. Agradeço aos jogadores e ao Neto. Não sei se outro treinador faria o que ele fez comigo, de me botar pra jogar. É o final de uma fase da minha vida que termina da melhor forma que poderia.

BALA NA CESTA: E o que você sentiu quando fez uma cesta + falta no começo do segundo tempo? Foi uma jogada que te exigiu arrancada e ainda houve um choque…
BENITE: Cara, quando eu entrei pra jogar posso te dizer que foi um dos jogos que mais me senti à vontade na vida. Tentei me concentrar ao máximo, me manter com a cabeça focada, fazer o meu jogo como sempre fiz. Acabou dando tudo certo, ainda bem.

BALA NA CESTA: Você estava escalado, entre os 12, mas o que passou pela sua cabeça quando o Neto te chamou para entrar ali no segundo período?
BENITE: Eu só falei: 'Agora é a hora. Não tem mais jeito'. Jogo único, né, cara. Não tem como olhar pra trás, não.

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