Vitor Benite assina a melhor história da final do NBB
Fábio Balassiano
01/06/2014 02h16
Parecia. Na sexta-feira conversei com José Neto, técnico do Flamengo, a respeito da situação do ala-armador, e o técnico me disse: "Ele está relacionado. Não como prêmio a sua recuperação, mas sim porque ele tem condição física e técnica de atuar. Tão simples quanto isso". Ouvi e pensei: 'OK, condição ele tem, mas não deve jogar'. E guardei isso pra mim. No sábado, chegando à HSBC Arena, o amigo Vitor Sergio Rodrigues perguntou: "Benite vai jogar?". E eu, todo, todo, disse: 'Ah, cara, acho quase impossível, viu'.
Aí a bola quicou, e no começo do segundo período eu vi Benite (a foto à direita é de seu Instagram) aquecendo atrás do banco do Flamengo. E aí Neto chamou o ala de 24 anos para entrar (". Se ele não tivesse jogado nada, absolutamente nada, já seria uma baita história, uma grandíssima história de luta e recuperação (quem já teve lesão no joelho sabe que é um sofrimento danado).
Por tudo isso Vitor Benite parecia emocionado no final (ele é muito frio, não dá muito pra saber), sem saber bem no que pensar naquele momento. Bati um breve papo com ele:
BALA NA CESTA: Qual é a sensação, depois de tanto tempo parado, de retornar e jogar tão bem uma final de NBB?
BENITE: Olha, depois de tudo o que eu passei, sem jogar o campeonato quase inteiro, curando uma lesão séria, que teve além disso alguns probleminhas que atrasaram a recuperação, voltar depois de cinco meses e meio e conseguir ajudar depois de fazer apenas quatro treinos com a equipe é indescritível. É uma sensação muito boa. É muito mais do que eu esperava. Agradeço aos jogadores e ao Neto. Não sei se outro treinador faria o que ele fez comigo, de me botar pra jogar. É o final de uma fase da minha vida que termina da melhor forma que poderia.
BENITE: Cara, quando eu entrei pra jogar posso te dizer que foi um dos jogos que mais me senti à vontade na vida. Tentei me concentrar ao máximo, me manter com a cabeça focada, fazer o meu jogo como sempre fiz. Acabou dando tudo certo, ainda bem.
BALA NA CESTA: Você estava escalado, entre os 12, mas o que passou pela sua cabeça quando o Neto te chamou para entrar ali no segundo período?
BENITE: Eu só falei: 'Agora é a hora. Não tem mais jeito'. Jogo único, né, cara. Não tem como olhar pra trás, não.
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