Antecipei aqui que o ala do Pinheiros Bruno Caboclo inscreveria seu nome no Draft da NBA desta temporada. Na quarta-feira à tarde a liga norte-americana divulgou a lista completa (clique aqui). Nela aparece também o nome de Lucas Mariano, ala-pivô de Franca que passou por um drama familiar terrível no final de 2013 (mais aqui).

É impossível comparar as situações de Caboclo e Lucas, principalmente (e isso é FUNDAMENTAL ressaltar) porque o Draft da NBA é muito mais complexo do que a gente consegue imaginar (embora existam gatos-mestre por aqui que chegam a me assustar…), mas é muito claro para todo mundo que o ala-pivô de Franca está mais preparado, encorpado até para enfrentar uma dureza que são os treinos com as franquias da NBA e até mesmo uma temporada na melhor liga de basquete do mundo.

Insisto: são situações diferentes, e a gente nunca sabe o que se passa na cabeça das franquias. Algumas escolhas são óbvias, mas outras nem tanto. É só analisar o caso do grego Giannis Antetokounmpo, 18 anos, escolhido pelo Bucks na décima-quinta posição sem NINGUÉM apostar um centavo nisso. A turma de Milwaukee, obviamente, olhou para o garoto não imaginando-o sendo efetivo em 2014, mas em 2015, 2016, sabe lá. Mas, bem, o tema do texto aqui é o Lucas Mariano, né. Vamos lá.

Aos 20 anos (fará 21 em setembro), Lucas (2,06m de altura) está em seu terceiro NBB de forma efetiva, é titular do time de Lula Ferreira e uma das peças-chave do bom (e jovem) time de Franca. Já bate de frente (literalmente) contra os melhores pivôs daqui e não sente tanta pressão assim – e muito menos é dominado pelos mais veteranos. A fase "verde", ao menos no cenário nacional, já parece ser passado, embora seu potencial ainda tenha MUITO a ser explorado, desenvolvido (isso é importante dizer: sua curva de crescimento, principalmente o tático, é enorme, imensa mesmo).

Convocado para treinar com (o simpático) Rubén Magnano na temporada passada com a seleção brasileira, Lucas já tem alguns fundamentos consolidados (seu arremesso de média/longa distância é BASTANTE calibrado), seu porte físico é bastante elogiável e sua defesa, embora careça de ajustes nas rotações (no famoso "lado oposto" ele ainda falha muito), é muito boa (seu potencial físico ajuda, claro). É bom notar que ele divide o garrafão francano com Paulão Prestes, que domina grande parte dos rebotes, tornando o jogo de Lucas mais periférico, e menos "viciado" embaixo da cesta (o que é ótimo pois acaba forçando o camisa 17 a ganhar mais armas em seu arsenal ofensivo). Abaixo suas médias, e como elas vêm evoluindo com o tempo.

Tanto Lucas quanto Caboclo têm até o dia 16 de junho para, se quiserem, retirar seus nomes do Draft de 2014. A saber, também, que para a turma internacional ser nascido em 1992 (casos de Rafael Luz, armador que atua na Espanha, e Cristiano Felício, ala-pivô do Flamengo) o credenciamento para o Draft é automático. Boa sorte a todos.