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O Sul-Americano Feminino e a volta do duo Nunes e Grego

Fábio Balassiano

24/04/2014 01h30

Há algumas coisas que você toma conhecimento no basquete brasileiro que até coça o olho para ver se não é mentira. Na terça-feira, Americana, campeão da LBF (foto ao lado) no sábado passado (relembre aqui), enviou nota a imprensa (veja mais aqui) informando que não fora convidado para jogar o Sul-Americano Feminino mesmo sendo o atual campeão nacional e vigente campeão continental.

"Temos direito mais do que adquirido, afinal vencemos a última edição do Sul-Americano (2012) e acabamos de conquistar o título da LBF. Já liguei na CBB e eles ficaram de me dar um retorno, o que não ocorreu até agora. Estou tentando falar na ABASU (Associação de Basquetebol Sul-Americana), mas ninguém atende. Vou notificar as duas entidades sobre esse absurdo que é deixar Americana fora do Sul-americano", afirmou Ricardo Molina, presidente da ADCF Americana/Unimed, que enviou ofício aos presidentes Carlos Nunes (CBB) e Gerasime Bozikis (ABASU) informando sobre a posição do clube de Americana. Para saber mais sobre a JUSTA revolta de Molina, clique aqui e aqui.

É absurdamente inadmissível que Americana não seja chamado para jogar, em maio, o Sul-Americano no Equador, mas aí quando você começa a apuração vê que tudo que é ruim pode piorar. Comecei a ligar alguns pontos, fazer algumas chamadas e o mundo bizarro, o mundo cão do basquete brasileiro, começou a ladrar mais alto. Estejam preparados, estejam espertos. Vamos lá.

A foto à direita explica muita coisa (se quiserem cliquem para ampliá-la). Estes senhores sorridentes são dirigentes do basquete Sul-Americano. Gerasime Nicolas Bozikis, o Grego, foi reeleito, para mais um mandato à frente da ABASU (Associação de Basquetebol Sul-Americana) no começo de abril. A surpresa não está na manutenção de seu status como presidente da entidade, mas sim (preparem-se) com o fato de Carlos Nunes, atual mandatário da CBB, ser seu "Vice-Presidente de Desenvolvimento" (seja lá o que for isso). É só clicar aqui e aqui para ler mais (caso tenha estômago, obviamente).

Sim, é isso mesmo que vocês entenderam. Grego e Carlos Nunes, que comandam o basquete brasileiro há duas décadas, levando-o a bancarrota (moral, administrativa, técnica e financeira) estão mais unidos do que nunca. Estranhou? Fique calmo, pois vamos à cronologia dos fatos:

1) Grego é presidente da CBB entre 1997 e 2009. Seu vice é, Carlos Nunes, presidente da Federação Gaúcha.
2) Em maio de 2009, Carlos Nunes passa a ser "adversário" de Grego nas eleições e vence.
3) Em março de 2013 há nova eleição. Quem é o candidato da "oposição"? Grego. Relembre aqui a entrevista que ele me deu, falando algumas barbaridades de Nunes.
4) Em março de 2014, Grego, o tal candidato da "oposição" de meses antes, APROVA as contas (as contas vermelhas, manchadas de dívidas) de Carlos Nunes como representante da Federação do Maranhão. Federação do Maranhão que o apoiou na eleição passada e que colocou uma liminar antes do pleito (aqui).
5) Em abril de 2014, Grego e Nunes, mais unidos do que nunca, fazem parte da mesma gestão na ABASU, entidade que rege o basquete Sul-Americano. É o oficial retorno da dupla que comanda o basquete brasileiro desde 1997. Como presidente, de acordo com Nota Oficial do site da CBB (veja mais aqui), Grego "nomeou para a Comissão Técnica da ABASU, o Sr. Vanderlei Mazzuchini Junior". Vanderlei também é Diretor Técnico da Confederação Brasileira (mais aqui).
6) De acordo com Ricardo Molina, de Americana, foi Nunes, na alcunha de presidente da CBB (são muitas as alcunhas e é melhor explicar) que indicou Sport-PE para o Sul-Americano antes do final da LBF: "A CBB indicou o Sport antes das finais pois não acreditava que Americana pudesse vencer o campeonato. Não estou brincando. Estou falando sério", disse em sua página do Facebook. Clique aqui e veja seu relato completo.

Então estamos conversados. A dupla Grego e Carlos Nunes está de volta. A dupla que detém os quatro últimos mandatos da Confederação Brasileira (serão 20 anos com este "combo") está mais unida do que nunca. Como sempre digo: o fundo do poço do basquete nacional não tem limite. Como sempre digo também: parabéns aos envolvidos em mais este escárnio.

Por fim, uma perguntinha: o que será que acontecerá nas eleições da Confederação Brasileira em 2017? Nunes não pode ser reeleito (dois mandatos completos), mas agora tem um aliado de peso, não?

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