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Raio-X do Basquete Feminino: no capítulo final, minha sugestão de mudança (seleção primeiro)

Fábio Balassiano

28/08/2012 11h40

Durante os últimos dias vocês que acompanham este espaço leram aqui um triste, porém realista, panorama do basquete feminino brasileiro, que vem sendo violentado principalmente pela CBB há algum tempo. Hoje é o dia de eu apresentar a minha proposta de mudança. Dividi em duas partes. Primeiro, seleção brasileira. Depois, Liga de Basquete Feminino (próximo post para não cansar muito). Vamos lá:

SELEÇÃO BRASILEIRA

Na verdade esta não é uma proposta nova para quem acompanha este blogueiro. Em julho de 2010, depois do mico que foi o Mundial da República Tcheca (aqui e aqui), falei que promoveria uma renovação radical na seleção brasileira. Usaria os anos pré-Olimpíada do Rio de Janeiro para formar um time novo e teria quatro, cinco anos para dar experiência, vivência internacional e bagagem a ele. Nada disso foi feito por Hortência e Confederação, e obviamente dois anos se perderam nessa tentativa de mudança.

Mas minha ideia continua idêntica – e passa, necessariamente por muito investimento, como não poderia deixar de ser. Colocaria Érika como pilar central da seleção feminina e seria bem sincero com todos, ao anunciar que durante três ou quatro anos os resultados internacionais não seriam os melhores (como, diga-se, não vêm sendo mesmo com as mais veteranas). Jogar o Mundial de 2014 não me parece problema, seja com um time renovado ou com um experiente, visto que os EUA já estão classificados e a Argentina ainda não oferece grande resistência. Logo, ficar de fora da competição internacional não me parece viável.

Encheria as meninas de amistosos, torneios, clínicas, acompanhamento e competições internacionais, e levaria o grupo anualmente para uma excursão de dez, 15 amistosos na Europa com um técnico de primeira linha. Como o calendário de clubes aqui é cheio de buracos, períodos de treinamento não faltariam também. Fala-se em Tom Maher, o australiano, que é evidentemente um bom nome, mas não o único. O que a seleção precisa é de um técnico forte, competente e de uma comissão técnica imensa, cheia. Arriscaria fortemente em Mila Rondon como desenvolvedora destas meninas mais jovens, Maria Helena Cardoso como consultora-técnica e Maher ou algum/a australiana como técnico(a) principal. Seria um trio de respeito, não?

Fiz aqui uma lista boba, despretensiosa, das meninas que poderiam fazer parte, digamos, deste projeto de seleção para os próximos quatro anos. Se vocês notarem bem, de experiente só tem Érika (nem Iziane eu coloquei). Apostei em meninas altas, jovens, com potencial físico a ser explorado e com boa técnica. Ou seja: atletas que conseguiriam chegar na Olimpíada de 2016 com 22, 23 anos e desempenhar papel bem bom caso fossem bem treinadas e orientadas.

ARMADORAS: Débora Costa (Americana), Tainá (São José), Joice (de Ourinhos), Carla Lucchini (Jundiaí) e Babi (Americana)
ALAS:
Tássia, Raphaella (Mangueira), Joice Coelho (Jundiaí), Isabela Ramona, Maria Claudia Teixeira, Izabella Sangalli (foto à direita), Kananda, Patricia Ribeiro (São José) e Tatiane Pacheco (já convocada)
PIVÔS:
Érika, Damiris (foto à esquerda), Vanessa (Sassá), Monique Teresa, Clarissa, Fabiana Caetano, Franciele, Thamara Freitas e Thais Pinto (NCAA)

Na minha opinião este é o único caminho que enxergo para que o Brasil ao menos tente fazer alguma coisa razoável em termos internacionais na Olimpíada de 2016, quando este ciclo terminará (insisto: em Olimpíada não se começa uma renovação, como apregoa Hortência, mas sim é o ponto alto de um projeto que precisa ter começado quatro anos antes). Do jeito que está, e com a geração que por aí figura, já está mais do que provado que resultados nos torneios principais (Olimpíadas e Mundiais – vide vexames recentes em Pequim, Londres e República Tcheca) não virão. E aí, amigos, o que acham? Viajei na maionese?

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