Confederação mais uma vez esquece da base - alguma surpresa?
Fábio Balassiano
20/07/2011 11h40
"Fábio, tudo bem? Infelizmente meu clube não irá ao Encontro Sul-Americano de Novo Hamburgo deste ano. E o motivo é bem simples. Vou contá-lo resumidamente.
Em 2009, as condições da quadra estavam ruins (para ficar em um exemplo, as tabelas estavam sem proteção adequada e colchões de cama eram colocados para tentar solucionar o problema). Sempre presente nas aberturas do evento, o Carlos Nunes, presidente da Confederação Brasileira, foi questionado por nós (dirigentes) e pelos técnicos. Perguntamos como a CBB dava chancela para um torneio disputado em condições tão ruins e por que a entidade não ajudava a Sociedade Ginástica Novo Hamburgo a organizar o evento. Obviamente estamos sem resposta até agora.
Se é verdade que a entidade máxima não é A responsável pelo torneio, ela dá a chancela e ao menos deveria ajudar aos abnegados profissionais de Novo Hamburgo. Por isso resolvemos não ir. Se isso não fosse o bastante, devido ao inchaço da competição não há como jogar muitas partidas, a tabela de jogos é alterada constantemente e as arbitragens não são preparadas para serem educativas (e é um torneio para crianças, vale salientar).
Fábio, em Novo Hamburgo temos uma oportunidade única de podermos discutir a base no Brasil. E o que é feito? Nada! Não há seminários, palestras, clínicas, atividades paralelas de discussão, nada. Todo ano o presidente Carlos Nunes promete melhorias e ajuda ao evento, mas elas nunca vêm. Por inúmeras vezes pedimos que fosse feito também um encontro técnico, mas nada evoluiu. Ali temos a base do Brasil (SP, RJ, PE, AM, SC, PR, MG, DF, entre outros) e seria muito importante se sentássemos para debater. Nisso, no meu modo de ver, a CBB deveria ajudar, já que é (ou deveria ser) a maior interessada em ver o esporte se desenvolver.
O pior disso tudo é que nem o diretor técnico da CBB aparece por lá para ver a competição. Em 2010 o (técnico) André Germano esteve por lá apenas na premiação e o Carlos Nunes na abertura. Ora bolas, a base não precisa de social. Precisamos de ações objetivas, e é impossível que ninguém da CBB tenha interesse em pelo menos ver como está a base no Brasil. Por ali passam em duas semanas de 500 a 600 meninos e meninas que acreditam e amam o basquete. São 15 dias vivendo o basquete. Acho que seria suficiente, não?".
Triste, não?
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