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Bala na Cesta

Brasil joga mal, perde da República Tcheca e se complica no Mundial da China

Fábio Balassiano

07/09/2019 06h13

Terminou neste sábado a invencibilidade da seleção brasileira no Mundial da China. Jogando em Shenzhen, o time do técnico Aleksandar Petrovic foi inteiramente dominado pela República Tcheca e perdeu a partida por 93-71. O cestinha dos europeus foi Tomas Satoransky com 20 pontos (9 assistências e 7 rebotes de quebra), enquanto que pelo lado do Brasil o melhor anotador foi Vitor Benite, com 12 pontos. O revés brasileiro complica demais as aspirações da equipe no restante do campeonato.

Ainda hoje, às 09h30, EUA e Grécia se enfrentam. Independente do resultado, na segunda-feira, às 09h30 (Sportv exibe), o Brasil enfrentará os Estados Unidos precisando desesperadamente da vitória (do contrário estará eliminado). Há dois cenários possíveis:

a) Se a Grécia VENCER os EUA -> Todos chegariam com 3-1 na última rodada e os vencedores dos jogos de segunda-feira avançariam para as quartas-de-final. Brasil, então, precisaria vencer os norte-americanos sem depender do resultado do jogo entre gregos e tchecos.

b) Caso os EUA VENÇAM a Grécia -> Brasil precisará vencer dos EUA e torcer para a Grécia vencer a República Tcheca. Brasil e EUA avançariam com uma derrota cada (gregos e tchecos teriam duas derrotas). Caso Brasil vença e tchecos ganhem da Grécia a vaga seria disputada no saldo de cestas entre brasileiros, norte-americanos e tchecos, todos com 4-1 de campanha. Rep Tcheca já tem +1 de saldo, e os EUA, no momento, +21. Brasil, -22. Ou seja, neste caso: não precisaria "só" vencer os americanos, mas sim de no mínimo 22 pontos.

Os cenários todos estão aqui. Caso não avance às quartas-de-final, a vaga olímpica ficará para o Pré-Olímpico Mundial, visto que a Argentina já está na outra fase. Então pro Brasil está muito claro: é vencer dos EUA na segunda-feira e torcer.

O começo da seleção brasileira não foi muito bom. Com a República Tcheca tendo estudado o Brasil até a alma, os europeus fecharam o garrafão para impedir as infiltrações e "pediram" os chutes de fora da seleção nacional. Que não caíam. Foram cinco erros seguidos do perímetro, permitindo que os adversários abrissem 15-9 até que o técnico Aleksandar Petrovic tirasse, logo aos seis minutos, Rafa Luz e Vitor Benite, que não começaram bem na partida. Ao final do primeiro período, 20-16 para a República Tcheca, que jogou muito melhor nos dois lados da quadra e merecia a vitória. Tomas Satoransky, craque rival, tinha 7 pontos, 3 rebotes e 3 assistências.

O panorama no segundo período não mudou muito, com Ondrej Balvin, pivô alto do rival, pontuando com facilidade (11 pontos muito rápido), e a marcação "entendendo" todos os movimentos do Brasil. A vantagem chegou a 6 na metade da parcial (32-26), quando os tchecos retornaram com Satoransky e mantinham Balvin no banco para descansar um pouco. A situação, naquele momento, não era boa e não mudou muito da metade pro final do quarto. Com a defesa brasileira sem se encontrar os tchecos chegaram a abrir 11 pontos, 39-28, quando o técnico Petrovic pediu dois tempos praticamente seguidos. No intervalo, a diferença era de 15 pontos, com os europeus vencendo o Brasil por 45-32 com inteira justiça, tamanha era a superioridade naquele até então. Alex chegou a sua terceira falta, e os europeus tinham 63% de aproveitamento em bolas de dois pontos (15/24) e 26 pontos de dentro do garrafão, muita coisa.

Na volta do intervalo o cenário não mudou muito. Os tchecos chegaram a abrir 22 pontos explorando todas as falhas da defesa do Brasil, que tentava de tudo, mas nada dava certo. Petrovic tentou Yago, que mal havia jogado no Mundial, e isso tampouco deu resultado. Apenas Leandrinho (11 pontos) e Vitor Benite (6) conseguiam construir jogadas no ataque, mas isso era insuficiente para a reação acontecer. Os europeus tinham 17 pontos, 7 rebotes e 6 assistências de Satorasnky, que guiava os rivais a uma vitória de 65-46 ao final de três períodos.

O panorama não teve nenhuma mudança no último período, com os europeus comandando as ações com maestria, sendo extremamente disciplinados taticamente e abrindo cada vez mais vantagem. A sete minutos do fim, estava 76-52, uma diferença gritante e alarmante para o Brasil pensando nas quartas-de-final. A esperada reação brasileira não veio, e no final o placar apontou um desastroso 93-71 a favor dos tchecos, que venceram com inteira justiça e jogando um basquete de altíssimo nível do começo ao fim.

Agora é esperar o jogo dos EUA contra a Grécia e lutar para vencer os EUA na segunda-feira. Será que dá?

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