Rossi deixa imenso legado, e Kouros volta a presidência da Liga Nacional
A Liga Nacional de Basquete anunciou ontem através de comunicado a imprensa que Kouros Monadjemi é o novo presidente da entidade. João Fernando Rossi não exerceu o direito de se reeleger para mais um biênio, e Kouros, mandatário da LNB entre 2008 (ano de sua fundação) e 2012, retorna ao cargo. E aí cabem várias análises. Vamos lá:
1) Em primeiro lugar, vale a pena desejar sorte a Kouros neste seu retorno a presidência da Liga. Um dos responsáveis pela criação da entidade, ele é um dirigente experiente, sério, absurdamente comprometido com o basquete e com a LNB, além de dono de uma reputação incrível em entidades como a Federação Internacional. De sua competência ninguém duvida absolutamente.
2) Há um ponto importantíssimo e que Kouros terá que lidar rápida e diretamente que é em relação ao lado político envolvendo a relação entre Liga Nacional de Basquete e Confederação Brasileira. TODO mundo sabe que as coisas não andam bem. E em breve haverá o Torneio da CBB que dará acesso ao NBB na temporada 2020/2021. Costurar bem esta relação é fundamental não para o NBB em si, mas para a modalidade como um todo.
3) Sobre João Fernando Rossi, um dos mais ativos dirigentes do basquete brasileiro no Twitter, o que dá pra dizer é que ele deixa um legado gigantesco. Imenso, imenso mesmo. Se o produto NBB ainda não é excepcional (e não é mesmo), dá pra dizer que sob sua gestão e graças ao seu inconformismo e seus sonhos o sarrafo subiu, a qualidade cresceu, a visibilidade aumentou.
4) Foi com Rossi como presidente que o NBB mudou o patamar de eventos esportivos com o Jogo das Estrelas de 2017 em um Ibirapuera apinhado de gente, com show do Jota Quest, atrações na quadra e fora dela, área externa tomada por patrocinadores fazendo suas ações e um público absurdamente feliz (relembre aqui). Disparadamente o melhor evento esportivo (com exceção de Olimpíadas e Copa do Mundo, claro) já produzido no Brasil em minha opinião.
4.1) Entre outros avanços (o instant replay, o crescimento exponencial nas redes sociais, a chegada de novos patrocinadores como Nike, açúcar Guarani, Infraero e Unisal), também na gestão de Rossi o número de partidas na internet aumentou sobremaneira. Pode-se dizer, também, que foi sob sua gestão que o contrato e o conceito do multiplataforma do NBB saiu do papel para dar vazão ao que estamos vendo nesta temporada (mais aqui). Um, digamos, banho de loja maneiríssimo para o produto que já era bom e ficou ainda melhor.
5) Rossi é um dos caras mais "malucos" em termos de visão de esporte, entretenimento, crescimento e digitalização que eu já vi na vida. Se 10% do esporte brasileiro tivesse seu senso crítico, organização e pensamento, certamente estaríamos, todos, em outro patamar. Pra sorte do basquete, seu talento atracou no NBB, que mudou de patamar nestes seus dois anos de gestão. Suas vitórias são imensa, claras, visíveis e que perdurarão por muito tempo ainda em uma Liga Nacional que também foi fundada por ele há uma década.
Kouros volta a presidência para preparar Nilo Guimarães, seu vice, para assumir no futuro em um cenário de NBB com evolução graças ao trabalho que ele começou e sobretudo pelo que seu (agora) antecessor atingiu. O sarrafo, como disse, subiu e subiu muito. João Fernando Rossi sai do cargo e deixa uma lição bem importante para todos nós: de que trabalhando, pensando, criando, planejando e se organizando é possível fazer de (quase) tudo.
Boa sorte ao Kouros e parabéns ao grande Rossi, um cara do bem com quem tive o prazer de conviver profissionalmente nestes 10 anos de Liga Nacional sempre com curiosidade, admiração, carinho, algumas desavenças (naturais) e muito respeito.
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