Previsão da temporada da NBA: os 15 do Leste
A temporada 2018/2019 da NBA começa na próxima terça-feira, e o blog analisa os 30 times do campeonato entre hoje e amanhã. Primeiro com a conferência Leste. Nesta sexta-feira, o Oeste. Vamos nessa!
Atlanta Hawks: É um dos times mais fracos da NBA. Mas se justifica. Após a saída do técnico Mike Budenholzer a franquia decidiu partir para a reconstrução. Limou tudo o que poderia de contrato, trocou algumas peças pensando no futuro e abriu espaço para jovens dentro da quadra (o calouro Trae Young é o que mais chama a atenção) e fora dela (o técnico, também estreante, é o Lloyd Pierce.
Fique de olho: Em Trae Young. Espécie de Steph Curry da NCAA (mais aqui), o armador chega para ser a cara da franquia Hawks. Difícil é saber, desde já, se o jogo dele consegue ser traduzido do basquete universitário para a NBA com a mesma eficiência.
Expectativa: Ótima posição no Draft de 2019. Ou seja: muitas derrotas na temporada.
Boston Celtics: A palavra de ordem no Boston é saúde. Totalmente afetado por lesões na temporada passada, os Celtics chegam para o campeonato com a expectativa de, agora sem LeBron na conferência, conseguir voltar à final da NBA. E elenco eles têm. O técnico Brad Stevens (excepcional!) tem à disposição um quinteto titular que pode ter Kyrie Irving, Gordon Hayward, Jaylen Brown, Jayson Tatum e Al Horford, além de um banco com Marcus Smart, Terry Rozier, Aron Baynes, Marcus Morris e outras peças bem úteis. Mantendo-se saudável, o Boston é o grande favorito no Leste.
Fique de olho: Em Kyrie Irving. Recuperado da lesão que o afastou no final da temporada passada, o armador já disse que planeja assinar com o Celtics no ano que vem, quando será agente-livre e promete fazer um campeonato à altura do jogador-franquia que ele é nos verdes.
Expectativa: Pensar em título da conferência Leste é possível. No da NBA, me parece um passo bastante demasiado para a franquia.
Brooklyn Nets: Com o brasileiro Tiago Splitter no Staff, o Nets começa a tirar a cabeça do atoleiro depois de anos de remontagem. O elenco continua fraquíssimo, mas a folha salarial dá sinais de recuperação. Há boas peças (DeMarre Carroll, Ed Davis, Shabazz Napier, Spencer Dinwiddie e D'Angelo Russell), mas nada de outro mundo. Mesmo em um Leste desfigurado, é pouco pra chegar ao playoff.
Fique de olho: No armador D'Angelo Russell. Talentoso, ele se lesionou na temporada passada e retorna para este campeonato com a expectativa de liderar a franquia e provar que é um dos jogadores de elite no Leste.
Expectativa: Chegar a 30 vitórias é lucro. Manter-se em boa posição pro próximo Draft, também.
Charlotte Hornets: O time de Michael Jordan entra na temporada bem renovado, mas não sei se tão mais forte assim em relação aos últimos anos. Tem um gerente-geral novo (Mitch Kupchack, ex-Lakers), um técnico estreante (James Borrego, ex-assistente do Spurs), contratou Tony Parker e Bismack Biyombo, recrutou Miles Brides, mas de verdade não dá pra crer que isso seja suficiente mesmo para ir ao playoff do Leste. Jovens, Malik Monk e Frank Kaminsky precisam jogar muito mais do que na temporada passada.
Fique de olho: Em Kemba Walker. É o melhor jogador do time, é um All-Star, mas uma pena que não encontre alguém de seu nível para dialogar na quadra. Kemba se desenvolveu ao longo dos anos, tornou-se um armador pra lá de confiável, joga muita bola, mas tenho receio que seus melhores anos sejam vividos em um Charlotte que mal playoff joga.
Expectativa: Chegar ao playoff é milagre na Carolina do Norte.
Chicago Bulls: Está aí um time que dá pra esperar coisa boa (apesar do técnico Fred Hoiberg). Kris Dunn, Zach LaVine, Jabari Parker, Lauri Markannen e Robin Lopez não formam um quinteto dos sonhos, mas não dá pra dizer que é um timeco. É uma formação bem heterogênea, com potencial físico, agilidade, juventude e muita vontade de tentar recolocar a franquia na elite da NBA.
Fique de olho: Em Jabari Paker. Vindo do Bucks, o ala formado em Duke tem excelente técnica e pode acrescentar demais ao Bulls. O problema dele é que as lesões sempre o atormentaram (já foram 2 cirurgias no joelho) e mesmo um contrato curto (2 anos apenas) pode ser um risco para quem está tentando construir uma identidade de time.
Expectativa: Voltar ao playoff não é irreal. Sobretudo neste Leste sem LeBron James.
Cleveland Cavs: Há vida sem LeBron James? O Cavs aposta que sim. Não foi direto para a reconstrução, renovou com Kevin Love, manteve alguns veteranos (Channing Frye voltou, e George Hill, Rodney Hood, Jordan Clarkson, Tristan Thompson, o maluco JR Smith e Kyle Korver permanecem), tem alguns jovens promissores (Cedi Osman, Collin Sexton, Sam Dekker e Ante Zizic) e pode, sim, pensar em permanecer entre os oito melhores do Leste. O duro é a pressão que um time sem LeBron acaba sofrendo. E isso Ty Lue terá que conseguir administrar no vestiário.
Fique de olho: No calouro Collin Sexton. Vindo de Alabama, ele sonhava em jogar com LeBron James. Não vai conseguir e provavelmente terá que lidar com a pressão de comandar um time sem LeBron e na vaga que há pouco tempo era de Kyrie Irving. Não será fácil pra ele.
Expectativa: Dá pra ir ao playoff, sim. O problema é a instabilidade da Era Pós-LeBron e confiar que Kevin Love pode, ainda, ser o jogador-franquia dos tempos de Minnesota.
Detroit Pistons: Vai depender muito da saúde do trio Reggie Jackson, Andre Drummond e Blake Griffin o futuro deste Detroit que agora tem o técnico Dwane Casey. O elenco é absurdamente desbalanceado nas alas (ninguém confiável!), o banco é ruim e as contratações não vieram. Aparentemente é um trabalho de lonzo prazo para Casey e companhia em Michigan
Fique de olho: Em Blake Griffin, claro. É o melhor jogador do time, aquele que a franquia deposita fichas para vencer jogos e vender ingressos, e alguém em quem o técnico Dwane Casey pode confiar para trazer 20 pontos por noite. A dúvida é se ele consegue carregar um elenco tão desbalanceado assim para a pós-temporada.
Expectativa: Pensar em playoff do Leste não é irreal. Como está tudo aberto na conferência, é possível sonhar, sim.
Indiana Pacers: Rapaz, se tem um time que estou curioso pra ver neste Leste aí é o Indiana Pacers. Manteve todo mundo, ainda adicionou Tyreke Evans, Doug McDermott e Kyke O'Quinn para o banco de reservas e conta com as evoluções dos promissores Domantas Sabonis, TJ Leaf e Myles Turner para dar aos veteranos Victor Oladipo, Bojan Bogdanovic, Darren Collisson e Thaddeus Young a confiança para dar os próximos passos neste Leste realmente aberto. O técnico Nate McMillan tem ótimas opções para a equipe e conseguirá variar bastante as formações, algo que é um desafio para quem quase sempre se manteve fiel aos seus conceitos.
Fique de olho: Em Victor Oladipo, claro. Estável e com confiança na franquia, Dipo renovou com o Pacers e sabe que terá que continuar a liderar um elenco jovem, bom e com inúmeras peças também esperando crescer. É um jogador que cresceu bastante na temporada passada e que já está na elite da NBA. Vamos ver o que ele traz de novo para este campeonato.
Expectativa: É possível, sim, pensar em ir longe no Leste. Com boa dose de sorte dá pra ir até a final da conferência. Com realismo, chegar a segunda rodada é o mais plausível.
Miami Heat: Uma loucura o que se passa em Miami, de verdade. O time não conseguiu assinar com ninguém, está envolvido nos rumores de troca de Jimmy Butler, quer trocar alucinadamente o maluco Hassan Whiteside e não sabe se o agora ex-calouro Bam Adebayo vai render o que esperavam dele. Erik Spoelstra, o técnico, já teve dias mais tranquilos, não há a menor dúvida. Do Heat não dá pra esperar absolutamente nada, tamanho é o pandemônio no qual está inserida a franquia neste momento. O elenco é muito mediano, totalmente desbalanceado e sem nenhum jogador que possa ser a cara da franquia.
Fique de olho: Em Dwyane Wade. A última temporada de um dos melhores alas de todos os tempos chegou. Wade anunciou que encerra a carreira em 2019, e obviamente curtir seus últimos momentos é o que temos que fazer. Se falta joelho, sobra talento e sobrará saudade. Pra torcida do Miami, lotar a American Airlines Arena nos 41 jogos para vê-lo atuar é mais que obrigação.
Expectativa: Chegar ao playoff é um milagre
Milwaukee Bucks: O Bucks sentiu o cheiro de que pode ir além no Leste. Trouxe um técnico experiente em Mike Budenholzer, está cercando a sua fera grega (mais abaixo) de gente talentosa (Eric Bledsoe e Khris Middleton principalmente) e contratou um punhado de jogadores para a composição de elenco como há anos não se vir na terra do queijo (Brook Lopez, Tim Frazier, Shabazz Muhammad, Ersan Ilyasova e Tyler Zeller). Olho nos jovens Thon Maker e Donte DiVincenzo, que podem fazer com que o elenco fique ainda mais profundo.
Fique de olho: Giannis Antetokounmpo. Repetindo: Giannis Antetokounmpo. Ele já é um dos melhores jogadores da liga. Talvez tenha chegado a hora de, inclusive, brigar pelo MVP. Muita gente que o viu nestas férias disse que a melhor versão de Giannis será vista agora após treinar com Kobe Bryant e ter evoluído nas bolas de três pontos. Se isso acontecer, azar dos adversários. Sorte do Bucks.
Expectativa: Chegar ao playoff é obrigação. Ir além da primeira rodada vai depender demais de Giannis, do técnico Budenholzer e das novas peças que lá estão. Difícil ainda confiar cegamente no Bucks.
New York Knicks: Ainda sem Porzingis, recuperando de lesão, o Knicks, que terá como novo técnico o ótimo David Fizdale, sabe que não tem absolutamente nada de relevante para fazer nessa temporada. É dar tempo de quadra pros jovens, criar uma identidade pros próximos anos, ver se é possível conseguir algo no mercado por veteranos como Courtney Lee e tentar encaixar Tim Hardaway Jr. em mais e mais funções, já que no último campeonato ele foi bem. Ir além disso é devaneio ao meu ver. O Knicks pode recuperar um pouco do carinho do torcedor do local, já que o time de 2017/2018 brigava demais na quadra, mas falta demais a centelha do talento.
Fique de olho: No calouro Kevin Knox. Vindo de Kentucky, o ala terá que lidar com a pressão da imprensa e da torcida da Nova Iorque, mas com uma vantagem: ninguém espera nada do time pra essa temporada. Logo, ele terá tempo de quadra e aprender, jogando, como é a NBA. Knox é alto, longilíneo, aparentemente tem bom lado psicológico para lidar com situações novas e bom arremesso.
Expectativa: Chegar ao playoff será um milagre. Não deve acontecer.
Orlando Magic: Um dos mais disfuncionais times da temporada. Agora treinado por Steve Clifford, o Orlando vem para 2018/2019 tentando criar uma identidade, uma cultura, e ver se é possível ir além com o elenco que tem ou se já é necessário implodir tudo. Estou mais para este segundo lado, mas John Hammond, o gerente-geral, que testar mais um pouco.
Fique de olho: Aaron Gordon é o craque do time, mas vale ficar de olho no pivô Mo Bamba, de 20 anos e 2,13m. O calouro do Texas ainda é bastante cru, mas pode ser a cara da franquia nos próximos anos. Vejamos a evolução dele em seu primeiro ano na NBA.
Expectativa: Nem playoff chega.
Philadelphia 76ers: O já ótimo elenco do Sixers em 2017/2018 está um ano mais velho e recebe os reforços de Markelle Fultz (agora integrado desde o começo da temporada) e do útil Wilson Chandler. O trio Ben Simmons, Joel Embiid e Dario Saric tem tudo para subir mais um degrau e conta também com a evolução de Brett Brown, o técnico que no playoff passado deixou um pouco a desejar na série contra o Boston Celtics. Espera-se demais deste Phila nesta temporada. Lidar com a pressão, algo incomum na Pensilvânia há tempos, será algo recorrente caso as vitórias não venham desde cedo. O novo gerente-geral, Elton Brand (sim, ele mesmo, o ex-jogador da franquia), chega para dar uma analisada nisso tudo.
Fique de olho: No Embiidão da Massa, claro. Joel Embiid já é um dos melhores pivôs da NBA. Carismático, talentoso, bom na defesa, excelente no ataque, o gigante de 24 anos tem tudo para dar mais um salto de qualidade. Com os holofotes em cima dele, continuará a ser o falastrão de sempre (isso é ótimo!), mas sabe que não é mais novidade e que agora mais que bons números as performances que ele irá liderar seu time precisam ser ainda mais consistentes.
Expectativa: Dá pra imaginar o Phila na final do Leste, sim. Na da NBA, eu ainda não vejo.
Toronto Raptors: Olhando o elenco que ficou por lá depois da mexida que levou DeMar DeRozan de Toronto para o San Antonio dá pra ver que o Raptors não ficou pior. Danny Green chegou, Greg Monroe também, Serge Ibaka renovou, os jovens devem evoluir e, claro, Kawhi Leonard estará por lá. O novo técnico, Nick Nurse, terá bastante trabalho para mudar a forma de jogar do time, dando mais opções táticas ao time e explorando mais os tiros de três pontos, e sobretudo para não ver a equipe sendo derrotada para ela mesmo psicologicamente falando.
Fique de olho: Em Kawhi Leonard, claro. Maior reforço do time para a temporada, o ex-jogador do Spurs não atua há praticamente um ano e precisa provar que está bem fisicamente. Em termos técnicos, Leonard é um dos dez melhores jogadores da NBA nos dois lados da quadra. Precisa estar focado e motivado. Se assim estiver, guiará o Toronto a sonhos mais altos.
Expectativa: Playoff é certeza. Falhar psicologicamente nele, praticamente certo também (vide os últimos anos). Pensar em final do Leste não é impossível. Mais que isso, talvez.
Washington Wizards: É um excelente elenco o que o técnico Scott Brooks tem nas mãos. Além de John Wall e Bradley Beal, estão por lá o recém-chegado Dwight Howard, Otto Porter Jr., o garotão Kelly Oubre Jr., Austin Rivers e Jeff Green, capazes de ser boas peças de rotação no elenco. Nome por nome, de verdade a turma da capital não fica nada a dever em relação aos demais concorrentes do Leste (só atrás do Boston…)
Fique de olho: Em Dwight Howard. O Superman chegou lá e obviamente o que se espera dele são rebotes, tocos e confusão no vestiário. Nada menor que isso será tolerado (sobretudo as brigas no vestiário). Na última temporada ele não foi mal no Hornets. A dúvida é se ele consegue ser bom em um time que quer ser muito bom.
Expectativa: Playoff é certeza. Segunda rodada é possível. Ir além disso depende demais do encaixe de John Wall, Bradley Beal e Dwight Howard.
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