Analisando e palpitando as semifinais do NBB - quem chega à decisão?

As semifinais do NBB começam nesta segunda-feira com o Pinheiros recebendo Bauru (19h30 no Sportv) na capital de São Paulo, têm sequência nesta terça-feira com o Paulistano abrindo o seu ginásio para duelo contra o Vitória (19h30, com Sportv) e em poucas linhas você lerá meus palpites para os duelos.

Antes vale muito a pena falar de algo que já havia notado e escrito aqui há mais de dois meses. A força dos jovens técnicos do NBB. César Guidetti foi capaz de sair de 0-2 contra o multicampeão Flamengo para guiar o Pinheiros a uma improvável vitória de 3-2 contra o Flamengo. Demétrius remontou Bauru e tirou Brasília para jogar a sua (dele) segunda semifinal seguida. Gustavo de Conti leva o time mais jovem da história do NBB tão longe assim. O seu Paulistano de garotos (média de 21,7 anos) está entre os quatro melhores do país. E Régis Marrelli, o mais experiente deles todos mas também jovem (47 anos apenas), conseguiu o feito de eliminar Mogi para colocar o Vitória na semi. Mérito total destes treinadores e de suas diretorias, que apostaram em líderes talentosos, mas que estão inicianso (e bem) as suas carreiras.

Agora vamos a análises e palpites dos duelos semifinais.

BAURU x PINHEIROS -> Neste duelo há um dado bem interessante que atende pelo nome do armador Gegê. Titular de Bauru, ele foi tetracampeão pelo Flamengo e pode se tornar o primeiro jogador a conseguir cinco títulos seguidos de NBB. Além dele, os bauruenses contam com a experiência de Alex, Valtinho, Jefferson e Shilton para jogar a sua terceira final consecutiva. Vale dizer que, com as eliminações dos quatro primeiros colocados, o time de Demétrius tornou-se o cabeça-de-chave com melhor campanha ainda vivo, ou seja, jogará com mando de quadra também uma eventual final.

Essa experiência toda e a ausência de mando de quadra não parecem atormentar tanto assim o pessoal do Pinheiros. Pelo que vimos nas quartas-de-final contra o Flamengo, Holloway, Bennett e Teichmann são muito capazes de liderar uma garotada muito boa que tem em Ansaloni, Gemerson, Renan, Neto, entre outros, os seus principais nomes. Um aspecto que chamou a atenção nos pinheirenses foi a fome com que eles dominaram a tábua com os pivôs e também como os dois norte-americanos tiveram facilidade nas infiltrações

Acredito que estes dois aspectos (rebotes ofensivos + infiltrações) sejam fundamentais para definir o vencedor dessa série. Para Bauru, o que pesa favoravelmente a seu favor, é que a marcação de Alex e Gegê no perímetro é muito boa e no garrafão há Shilton para proteger o aro. Além disso, os atletas pinheirenses terão necessariamente que sair de perto da cesta para vigiar Jefferson na linha de três pontos.
Meu palpite: Bauru em cinco jogos

PAULISTANO x VITÓRIA -> Está aí um duelo interessante em TODOS os aspectos. O armador titular do Vitória, Kenny Dawkins, jogou por muito tempo no Paulistano, levando a turma da capital de São Paulo a decisão do NBB anos atrás. No lugar deixado por ele estão lá Arhtur Pecos, Yago e Georginho de Paula, todos muito jovens e promissores. Além de Dawkins, o time de Salvador que conseguiu a virada de 1-2 para 3-2 contra Mogi tem os experientes Key, Andre Goes, Coimbra e Arthur para duelar contra os jovens do Paulistano. Isso pode pesar, sem dúvida alguma, além do fato da torcida do Vitória ser bastante presente e atuante no ginásio na capital da Bahia.

Do outro lado, porém, há um time empolgado, bem armado e que conta com jovens de um potencial absurdo e em busca de um lugar ao sol para brilhar. Parafraseando aquele técnico de futebol, famoso, jogador precisa ter fome – e os do Paulistano estão famintos para tentar chegar (quase todos eles) a uma final inédita em suas curtas carreiras. O mais interessante é que os comandados de Gustavo de Conti tiveram dois jogos 5 vencidos em condições completamente diferentes. Contra o Basquete Cearense venceram o jogo 4 fora de casa e sacramentaram o triunfo decisivo em SP. Diante de Franca, o 2-1 era a favor, mas os francanos ganharam o quatro duelo. No Pedrocão lotado, os vermelhos mostraram um controle mental admirável apesar do começo ruim e se classificaram. Fala muito sobre a vontade e o desejo desse grupo de atletas.

Taticamente, acredito que um jogador fundamental nessa série atenda pelo nome de Lucas Dias. Espetacular no jogo 5 em Franca com 20 pontos e 10 rebotes (dois ofensivos), ele cresceu durante a competição e traz um componente fortíssimo para a semifinal – a agressividade longe da cesta e uma força absurda na luta pelos rebotes. Como o Vitória estará preparado para detê-lo? Abrir espaço não é um bom caminho, pois suas bolas estão caindo. Travar os chutes pode ser o caos, pois ele tem conseguido boas infiltrações e passes para seus companheiros. O competente Régis Marrelli terá que pensar muitíssimo bem em como tirar Lucas de sua zona de conforto para vencer essa semifinal.
Meu palpite: Paulistano em cinco jogos

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