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Bala na Cesta

A uma semana do final da suspensão, já dá pra dizer: nada mudou no basquete brasileiro

Fábio Balassiano

21/01/2017 00h11

fiba1(E lá vamos nós de novo pra esse assunto)

No dia 14 de novembro de 2016 a Federação Internacional de Basketball (FIBA) suspendeu o basquete brasileiro devido aos desmandos da Confederação Brasileira e avisou: no dia 28 de janeiro de 2017 irá reavaliar a situação em sua reunião do Comitê Central (mais aqui , aqui e aqui).

A verdade, porém, é clara e uma só: passaram mais de 60 dias, a FIBA até agora costura uma força-tarefa com Ministério do Esporte e Comitê Olímpico que não sai do papel, mas de fato, de fato cristalino mesmo NADA mudou no basquete brasileiro.

cbb1Como disse aqui no final do ano passado, a CBB se faz de morta, ainda tenta manter a pose, mas na verdade não fez NENHUM sinal de mudança. As eleições seguirão o mesmo modelo arcaico de sempre, com os presidentes de Federação decidindo, só eles, os rumos do basquete daqui, o estatuto não foi modificado, plano de reestruturação da dívida não apareceu e Carlos Nunes, o presidente, de verdade, verdade mesmo só está esperando o seu mandato acabar para passar a batata quente (quentíssima) para o próximo. Os dois candidatos ao cargo (Guy Peixoto e Amarildo Rosa), por sua vez, fazem suas campanhas, divulgam seus ideais nas redes sociais, mas nem eles sabem se haverá pleito.

nunes1Há um outro ponto nisso tudo também. Se da CBB não se esperava nada mesmo, do restante da "comunidade do basquete", sim. Os clubes até que estão criticando a suspensão publicamente, mas muito mais por causa da ausência deles (Flamengo, Mogi e Bauru) da Liga das Américas do que por uma mudança estrutural do basquete brasileiro em si (e isso era algo que a FIBA realmente esperava daqui – mudança). A Liga Nacional de Basquete (LNB) entrou em embate recente com a Confederação, mas por causa do STJD e não exatamente pela forma como a entidade máxima gerencia a modalidade por aqui. Federações, Atletas (que compactuam com a CBB há séculos, inclusive aprovando contas), técnicos e dirigentes fizeram no máximo uma carta, uma marola, mas nada além disso. Carlos Nunes agradece.

cbb1Beira o bizarro, mas não surpreende porque a passividade é uma das marcas do basquete desde sempre (e talvez para sempre). Choca, porém, ver que a suspensão que deveria ter dado início a uma grande mudança no basquete não tenha gerado nada, nada, nada por aqui. Nem através de Jose Luiz Saez, que seria o interventor da FIBA e que andou se reunindo com meio mundo de pessoas influentes da modalidade por aqui, as coisas caminharam. A dúvida, agora, é o que acontecerá com a CBB a partir de 28 de janeiro. Se a Federação Internacional retirar a suspensão, estará totalmente desmoralizada, tendo em vista o fato de que não houve nada de diferente desde 14/11. Se mantiver a suspensão, fará isso até quando? Aparentemente, respostas apenas em 28 de janeiro de 2017.

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