Os 30 da NBA: Pelicans têm Anthony Davis, mas elenco de apoio não ajuda
O sonho de qualquer time da NBA é encontrar um jogador-franquia. Aquele cara que vai ser a referência técnica, moral, comportamental não só do time, mas também de toda organização. Recentemente tivemos isso com Kobe Bryant no Lakers, Tim Duncan no Spurs, LeBron James em Cleveland, entre outros casos que vocês conhecem. Não basta ser bom. É preciso ser craque e respeitado por todo elenco. Alguns buscam esse atleta para conectar todas as pontas e, aí sim, chegar perto do sonhado título. Nem todos conseguem.
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O New Orleans Pelicans conseguiu esse cara em 2012 na primeira posição do Draft. Ele se chama Anthony Davis, é um cracaço de bola, dono de ética profissional invejável e com uma habilidade descomunal. Em quatro anos de liga, tem 20,8 pontos, 9,7 rebotes e 2,4 tocos de média, sendo que nos três últimos campeonatos saiu-se com mais de 20 pontos e 10 rebotes. É um fenômeno do basquete de apenas 23 anos e que tem talento suficiente para liderar QUALQUER franquia da NBA por mais de uma década. Tanto é assim que o New Orleans não teve dúvida e renovou com o cara no mínimo até 2019/2020.
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O problema é que se a parte mais difícil (a de achar o jogador-franquia) foi conseguida, a outra, a menos tortuosa, digamos assim, não tem sido realizada muito bem pelo Pelicans. A de cercar o monocelha, o dono de um físico descomunal apesar das sequenciais lesões em 2015/2016, com peças realmente talentosas e que possibilitem ao cara atingir resultados compatíveis com a sua capacidade em pouco tempo. A começar pelo técnico. Davis confiava, gostava e compreendia os métodos de Monty Williams. Foi com Monty que o camisa 23 entrou na liga e jogou o primeiro playoff de sua vida em 2015. Havia mais do que respeito. Havia cumplicidade e noção do que cada um representava pro outro no dia a dia.
O que fez o New Orleans logo depois da pós-temporada daquele ano? Mandou o técnico que saiu de 21 para 45 vitórias em 3 anos pro espaço. Trouxe Alvin Gentry, que é gente boa, ótimo assistente, para implementar a cultura do Warriors do qual ele era auxiliar na Louisiana. Sempre que acontece isso eu coço a cabeça. A identidade de um time pode ser "copiada" em outro com jogadores de características tão diferentes? O que acontece no Golden State não é realmente único devido às peças que lá estão? Sigo acreditando que foi incompreensível a saída de Monty. E sabem o pior disso tudo? Não é que a equipe parou de evoluir, mas sim que regrediu terrivelmente. Saiu de 45-37 em 2014/2015 para 30-52 em 2015/2016. As lesões de Anthony Davis atrapalharam, claro, mas a mudança de cultura não surtiu o efeito esperado.
Para piorar as coisas, o New Orleans tem metido os pés pelas mãos nas contratações. Desesperado para cercar Davis de talento, gastou os tubos com jogadores não mais que razoáveis. Trouxe os não mais do que medianos Langston Galloway, Solomon Hill, Terrence Jones e E'Twaun Moore como se fossem fenômenos. Não são e sinceramente creio que nem os atletas acreditaram quando receberam ofertas tão gordinhas assim. A bizarrice é tão grande que a franquia, que chegou pertinho do máximo que pode gastar (US$ 91 milhões é a folha e US$ 94 mi é o teto), ainda arriscou a vida ao trazer o maluco Lance Stephenson (foto), dispensado de Indiana, Charlotte e Memphis em menos de 24 meses. Alguém me dê um Google Basketball Tradutor para compreender o que quer o gerente-geral Dell Demps com isso tudo, porque não dá pra entender tão facilmente, não.
De bom mesmo, é a chegada do calouro Buddy Hield (foto), ala-armador da Universidade de Oklahoma. Hield tem 1,96m, 22 anos, foi bem em 2014 e 2015 na NCAA antes de explodir com 25 pontos de média em 2016. Pode ser o companheiro de perímetro que Anthony Davis sonha há tempos, já que Jrue Holiday, Eric Gordon (foi pro Houston) e Tyreke Evans não conseguiram fazer isso até agora. Os três, juntos, perderam 92 partidas devido a lesões em 2015/2016 e Holiday já avisou que perderá o começo da temporada 2016/2017 devido a um problema de saúde da esposa.
Não dá pra esperar muita coisa, em termos de resultado, do Pelicans por tudo isso que apontei no texto. Vamos, sim, ver performances geniais de Anthony Davis quando seu físico permitir (ele ainda não está 100%), mas nada além disso. Pode ser que, em um esforço descomunal do monocelha, o time brigue por playoff, mas as contratações não animam, o elenco que já estava por lá vive no departamento médico e apresenta uma inconsistência criativa devastadora, e o técnico não inspira confiança. Para o New Orleans, talvez a melhor expectativa mesmo seja que Hield consiga começar a se tornar o parceiro sonhado por Davis. E só.
Campanha em 2015/2016: 30-52
Projeção para 2016/2017: Fora do Playoff (entre 30 e 35 vitórias).
Olho em: Anthony Davis
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