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Bala na Cesta

Os 30 da NBA: Com Thibs de técnico e jovens Wiggins e Towns, Wolves pode sonhar alto

Fábio Balassiano

23/09/2016 13h00

thibs1Quando acabou a temporada 2015/2016, Glen Taylor, dono do Minnesota Timberwolves tinha duas certezas: a) Que Karl-Anthony Towns, escolhido no Draft de 2015 em primeiro lugar, calouro do ano e dono das médias de 18,3 pontos e 10,5 rebotes era uma joia preciosa; b) E que Towns precisaria de um técnico capaz de colocá-lo em outra dimensão. Unindo os dois mundos Taylor não fez cerimônia, abriu o cheque, e também a franquia, e contratou Tom Thibodeau, ex-técnico do Chicago Bulls e melhor nome disponível no mercado, não só para a função de treinador mas também para ser o Gerente-Geral. Ou seja: Thibs chega para mandar em absolutamente tudo o que se relaciona a basquete na equipe.

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wolves2E aí, para quem gosta de basquete, é impossível não abrir um largo sorriso (apesar de uma lágrima já escorrer por vislumbrar a possível aposentadoria de Kevin Garnett, assunto que será obviamente debatido em um texto à parte tão logo a confirmação do fato ocorra). Primeiro porque Tom Thibodeau, que terá entrevista publicada pelo blog nos próximos dias, é um dos melhores técnicos em atividade e tê-lo de fora da NBA é um desperdício e tanto. Em segundo lugar porque a franquia Wolves tem uma chance de ouro de fazer história na liga com um elenco jovem que conta com Towns, Andrew Wiggins, Zach LaVine, Tyus Jones, Kris Dunn e tantos outros. A união da exigência alucinada de Thibs nos treinamentos com a fome dessa galera mais jovem pode transformar uma das franquias menos vitoriosas do basquete em uma casa poderosa em breve – e por muito tempo. Para se ter uma noção, Towns e Jones têm 20 anos, Wiggins e LaVine, 21, e Dunn, 22. São cinco jogadores de muito talento e que ainda estão nos contratos de calouro deles.

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rubio1Tenho bastante curiosidade em ver como este Minnesota será montado. Não só em relação a estilo de jogo (será que Thibs deixará a galera mais jovem correr um pouco, diferente do sistema mais, digamos, preso que víamos em Chicago devido ao elenco mais lento?), mas também em relação às peças que irão para as batalhas com ele do começo ao final da temporada. Aparentemente Thibodeau terá que fazer algumas opções logo de cara. Na armação, Kris Dunn, escolhido no Draft na posição 5, tem tudo para ser titular, mas o espanhol Ricky Rubio (foto), que tem contrato até 2018/2019, pode ganhar tempo para, pela última vez, mostrar serviço. Se escolher entre Dunn e Rubio não fosse o bastante, o espevitado Tyus Jones foi excepcional e eleito o melhor jogador da Liga de Verão recentemente. Como conjugar os três ao mesmo tempo? Será que algum deles será trocado?

wiggins3Nas posições 2 e 3 eu gosto bastante das opções do elenco. Não só em relação a nomes, mas por quão diferentes elas são, tornando as variações muito interessantes para a equipe. O titular absoluto em uma ala será o ótimo canadense Andrew Wiggins, que em seu segundo ano teve 20 pontos de média. Gosto bastante de seu jogo, de seu comportamento profissional, de sua tara por evoluir e creio que nas mãos de Thibodeau seu nível alcançará outro patamar. Caso melhore seu percentual de três pontos e defenda com ainda mais agressividade se tornará um dos atletas de elite da NBA muito rapidamente. Como ala-armador eu iria de Zach LaVine, que terminou muito bem em 2015/2016 (16,4 pontos de média depois do All-Star Game) e mostrou ser muito mais do que apenas um cara que faz enterradas alucinantes. Vindo do banco sairiam Brandon Rush e o talentoso-porém-irregular Shabazz Muhammad. São quatro alas com habilidades complementares e que podem colocar o Minnesota em uma posição bem interessante durante as partidas.Todos atléticos e capazes de atacar e defender em mais de uma posição.

wolves3Antes de falarmos do garrafão, vale destacar as adições experientes que Thibodeau fez. O técnico e gerente-geral acertou com Cole Aldrich, Brandon Rush e Jordan Hill. Todos com salários bem baixos, sem terem o papel de estrela e sabedores, os atletas, que têm uma missão de passar as mensagens do treinador para a garotada e de mostrar os caminhos da liga para quem está chegando. Rush vem de uma cultura ganhadora com o Golden State Warriors. Aldrich e Hill, se não são virtuosos no pivô, possuem força física e poderão ajudar a Karl-Anthony Towns contra rivais tão ou mais fortes que eles. Se não foram contratações de peso, e nem faria sentido gastar um caminhão de dinheiro tendo tantos atletas com 20 e poucos anos precisando de espaço, dá pra aplaudir as aquisições do Wolves para essa temporada.

wolves1Mas, bem, voltando. A mola-mestra desse time é Towns mesmo e a franquia fará de tudo para que os números de seu primeiro ano sejam potencializados a partir de agora. Quanto mais ele evoluir, explodir, melhor para todos por lá. Então se em 2015/2016 foram 14,1 arremessos/jogo, esperemos que esse número aumente ainda mais. O camisa 32 é dono de uma força absurda perto da tabela, muita gente já o considera como um dos cinco melhores pivôs da liga, e explorá-lo da melhor maneira certamente estará na ordem do dia da comissão técnica. Por outro lado, Nikola Pekovic, pivô que jogou muito bem por três temporadas com a equipe, se lesionou demais nos dois últimos anos, perdeu espaço e não sei se terá muita função com os holofotes todos voltados para Towns. Além disso, recebe pouco para os padrões da NBA (US$ 12 milhões/ano) e tem valor de troca no mercado. Com Jordan Hill e Cole Aldrich chegando, é impossível crer que os quatro consigam atuar com constância por 82 jogos. Alguém claramente vai sobrar nisso aí e Pekovic é o nome que mais me vem a mente neste sentido.

diengSe na posição 5 tudo está centrado em Towns, na ala-pivô é que reside a maior lacuna do Wolves em minha opinião. O senegalês de 26 anos Gorgui Dieng foi muito bem na temporada 2015/2016 (10,1 pontos e 7,1 rebotes), evoluiu muito nos três anos em que está no Minnesota, faz o estilo de Thibodeau (trabalhador contumaz, defensor excelente e dedicado a fazer o jogo-sujo perto do aro), mas está longe de ser um virtuoso no ataque. Em uma NBA que vê cada vez mais gigantes abrindo para chutar, Dieng é a contra-corrente e dedica seus maiores esforços a pontuar perto da tabela. Não é um problema em si, mas faz com que as variações da equipe fiquem reduzidas.

Bjelica2Quem poderia se beneficiar com isso é o sérvio Nemanja Bjelica. Dono de bom chute de fora e com altura suficiente (2,08m) para marcar atletas da posição 4 das demais franquias, Bjelica poderia ser o famoso "quatro aberto" no esquema de Thibs, dando a Towns inclusive espaço para fazer seus drives com mais espaço na área pintada e mais opções para Thibodeau variar seus esquemas. O problema para o atleta de 28 anos é que sua defesa desde sempre é muito ruim e com o ex-treinador do Chicago isso é um pecado mortal. Caso melhore segurando seus oponentes, Bjelica pode ganhar tempo de quadra e proporcionar a comissão técnica uma ótima surpresa.

thibs11Para o Minnesota, é o começo de uma nova era com Tom Thibodeau, assistente em 1989 quando a franquia tinha acabado de entrar na NBA, no comando e com dois jogadores que parecem ser acima da média (Andrew Wiggins e Karl-Anthony Towns). A ansiedade de todos, porém, deve ser controlada. As feras do Wolves, reforço isso, não têm 22 anos e precisarão de tempo para chegar ao nível de excelência que a liga demanda dos times que jogam playoffs ano após ano.

De todo modo, está claro que com uma base talentosa e com um técnico de primeira linha o Minnesota visa a entrada na elite da NBA em um período muito curto. E para ficar por um longo tempo. Se tivesse que apostar, diria que isso acontecerá. Só não sei em quanto tempo. Não deve ser a expectativa, mas é possível, sim, que o Wolves brigue por uma vaga no mata-mata que não vem desde 2004. Olho em Towns, Wiggins e no excepcional Thibodeau.

Campanha em 2015/2016: 29-53
Projeção para 2016/2017: Briga por Playoff (entre 35 e 40 vitórias).
Olho em: Karl-Antonhy Towns

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