A boa fase do Atlanta Hawks na NBA
Muita coisa mudou no Atlanta Hawks da temporada 2014/2015 para esta. Sem DeMarre Carroll, o time ainda busca uma nova identidade, mas sofre um bocado na defesa até encontrar (como aliás eu previ antes do campeonato). Os 97,1 pontos sofridos por jogo (quinta melhor marca) se transformaram em 101,7 (a décima-quinta), a fluência defensiva é muito abaixo do que já vimos, mas nem tudo é terra arrasada na Geórgia na verdade.
Ao contrário do campeonato passado, quando começou voando com 40-8, chegou a ter uma sequência de 19 vitórias seguidas e fechou com 60 vitórias a temporada regular, nesta temporada o Atlanta tinha 14-12 após perder a terceira seguida para o Miami em 14 de dezembro. Muita gente imaginava que o que se viu em 2014/2015 fosse obra do acaso, que os Hawks não conseguiriam repetir o sucesso, mas o time conseguiu retomar o bom basquete.
Não sei se era parte da estratégia do treinador Mike Budenholzer (aparentemente sim), porque os Hawks chegaram ao playoff passado completamente acabados em termos físicos, algo que todos viam inclusive em séries contra o fraco Nets e diante do Washington Wizards), mas o fato é que há cerca de 20 dias o time tem jogado muitíssimo bem (o que leva a crer que a preparação foi de começar o certame mais, digamos, devagar e ganhar ritmo durante a competição, de modo a não perder força no mata-mata) e vencido muitos jogos.
Desde 14/12 o Atlanta entrou em quadra oito vezes e venceu sete (nas últimas sem Tiago Splitter, lesionado – deve retornar em duas semanas). Com exceção da derrota contra o Indiana na segunda-feira passada, em todas as partidas anotou mais de 100 pontos. Neste período, dos 42 arremessos convertidos, nada menos que 30 vieram de assistências (destaque para o armador Jeff Teague, um dos mais subestimados da NBA, que somou 46 nestes oito embates – quase seis por jogo).
A fórmula do Atlanta, aliás, permanece a mesma no ataque: muitos, muitos e muitos passes, deslocamento constante dos atletas sem a bola, infiltrações de Jeff Teague e procura pelo arremessador mais livre na zona de três pontos. Os ótimos Jeff Teague, Al Horford e Paul Millsap (os três na foto) continuam brilhantes e somam quase 50 pontos (eles formam um dos trios menos valorizados da NBA).
Para azar do Hawks, no entanto, a melhor execução do sistema ofensivo se daria caso as bolas longas caíssem com mais frequência pelas peças que sistematicamente acabam recebendo os passes de Teague ou do ótimo Dennis Schröder (reserva de Teague, o alemão de 22 anos tem jogado muito bem e mesmo com 21 minutos por jogo já registra as ótimas médias de 10,1 pontos e 4,3 assistências por partida). Melhor chutador longo do time, Kyle Korver, All-Star em 2015, registrou 49% em 2014/2015, mas tem apenas 36% neste campeonato (menor marca desde 2008). Nos últimos cinco jogos, aliás, o ala de 34 anos tem tenebrosos 4/30 em tiros de fora (incluindo um 0/10 contra o Houston e outro 0/8 diante do Indiana).
Outra razão do crescimento atende pelo nome de Thabo Sefolosha. Contratado na temporada passada, ele sofreu com a confusão que aconteceu em Nova Iorque (relembre aqui) e só agora faz o que se espera dele – boa defesa no perímetro e cobertura no garrafão. Ele está longe de ser um virtuoso, mas faz muito do que DeMarre Carroll fazia, e muito mais do que aquilo que o novo titular da posição 3, o irregular Kent Bazemore, tem capacidade atlética de fazer. Marcar o melhor pontuador do rival não é algo fácil, mas é o que Sefolosha faz na NBA há quase uma década muitíssimo bem.
Assim caminha o Atlanta, que agora tem 21-13 e que abre os trabalhos de 2016 diante do New York Knicks na Big Apple. O time ainda precisa se encontrar, jogar como fazia muito bem na temporada passada, mas aparentemente o bom nível que vimos em 2014/2015 vai aparecendo.
Com o Cleveland navegando tranquilamente na liderança do Leste, a turma da Geórgia tenta agora fincar o pé na segunda colocação da conferência e ganhar confiança para a segunda metade da temporada. É bom ficar atento aos movimentos de Mike Budenholzer e dos Hawks. Se o que vimos em 2014/2015 foi uma desaceleração de ritmo nos playoffs, dessa vez o time parece ganhar a melhor forma pensando justamente em ir longe na pós-temporada.
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