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Bala na Cesta

Sem DeMarre Carroll, Atlanta, de Splitter, quer se manter no topo do Leste

Fábio Balassiano

21/10/2015 00h37

hawksO Atlanta Hawks foi uma das grandes surpresas da temporada passada. Conseguiu 60 vitórias pela primeira vez na história da franquia, liderou a conferência Leste e encantou com um basquete rápido, solidário e de marcação forte. Para o campeonato que começa em menos de 10 dias, a expectativa de todos na Geórgia é se manter no topo, mas há um problema: como continuar eficiente sem DeMarre Carroll, fisgado no mercado de agentes-livres pelo Toronto Raptors?

carrollAs médias de 12,3 pontos e 5,6 rebotes de Carroll (foto) não explicam a importância dele para o desenvolvimento do Hawks nos últimos anos. Atlético, rápido e com boa leitura de jogo, ele era o responsável por "camuflar" as deficiências defensivas de Kyle Korver no perímetro e ser o "ajudante" de Paul Millsap e Al Horford nas dobras no garrafão. Não era raro vê-lo sendo aplaudido pelo técnico Mike Budenholzer, que quase sempre elogiava seu espírito altruísta. A derrocada do Atlanta na pós-temporada, aliás, pode ser creditada a queda de performance de DeMarre, que chegou aos playoffs fisicamente em frangalhos (teve inclusive aquele problema no joelho, lembram?). Não que ele seja um craque, mas o camisa 5 era o típico caso de peça que funcionava para "colar" todas as partes em um time de basquete.

kent1A importância deste tipo de atleta raramente é vista em números ou no dia a dia corrido dos jogos, mas principalmente na sua ausência. E é com isso que o Atlanta terá que conviver daqui para frente. Sem Carroll, Kent Bazemore (foto) assume o posto de titular na ala. Mas a comparação é injusta demais com ele. Bazemore nem de longe possui o potencial físico do antigo dono da posição três e seu estilo de jogo está muito mais para o de um chutador do que para um aglutinador, alguém que fará com que as peças a seu redor fiquem mais, digamos, confortáveis entre si.

tiago1Os Hawks, é verdade, até que se reforçaram bem. Trouxeram o brasileiro Tiago Splitter (agora camisa 11) para o garrafão e em alguns momentos podem tentar jogar com uma formação que incluir Paul Millsap, Tiago e Al Horford, com Millsap saindo um pouco mais do jogo interno para arremessar (algo que ele fez bem no final da temporada passada). Além dele, chegou Tim Hardaway Jr. (ex-Knicks), que pode auxiliar muito na defesa, e a equipe terá, enfim, o retorno do bom marcador Thabo Sefolosha, contratado na temporada passada, mas fora de combate desde o começo de 2015 quando se envolveu em uma confusão com a polícia de Nova Iorque.

mike1A grande questão sobre o Atlanta, para mim, é ver como o time que foi tão bem jogando um basquete tão sólido reagirá sem uma de suas peças. Pode ser que o ritmo se mantenha com os quatro titulares que permaneceram e com a filosofia de Budenholzer (ex-Spurs, não custa lembrar). Não é irreal pensar, no entanto, que o ritmo apresentado em 2014/2015 não consiga ser alcançado justamente porque uma dos principais atores não está mais por lá.

Chegar aos playoffs no combalido Leste é tranquilo para os Hawks. Repetir das 60 vitórias, muito difícil. Ir além da final da conferência (decisão da NBA portanto), parece-me bem improvável.

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