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Bala na Cesta

A consolidação de Andrew Wiggins, ala do Minnesota, na NBA

Fábio Balassiano

02/01/2016 06h22

wiggins1O Draft de 2014 da NBA foi cantado em verso e prosa como o melhor dos últimos tempos. A imprensa americana adora comparações, e o que mais vimos (no agora) ano retrasado foi uma enxurrada de analogias com seleções universitárias / internacionais e atletas de sucesso.

O tempo passou, uma temporada e meia já foi jogada por esta turma e de jogadores acima da média mesmo só dá pra cravar o nome de Andrew Wiggins (Jabari Parker parece ser muito bom, mas se machucou ano passado e ainda reencontra o melhor ritmo no Bucks). Escolhido na primeira posição pelo Cleveland e logo repassado ao Minnesota Timberwolves na troca por Kevin Love, o canadense de 2,03m fez ótima temporada em 2014/2015, chegando a respeitáveis 16,9 pontos, 4,6 rebotes, 2,1 assistências e 43% nos arremessos (média de 13,9 chutes por jogo).

wiggins3O que era bom ficou ainda em 2014/2015 ficou ainda melhor nesta temporada. Jogando por um Minnesota que começou bem (8-8) mas que depois não se emendou (agora tem 12-21), Wiggins tem conseguido aproveitar muito bem os passes de Ricky Rubio (com sua visão de jogo surreal de incrível), os bloqueios de Karl Anthony-Towns, escolhido na primeira posição em 2015, e a experiência de Kevin Garnett, Tayshuan Prince e Andre Miller para crescer seu jogo.

wiggins2Seus números cresceram para 20,6 pontos com os mesmos 43% (em 16,1 chutes) e sua agressividade pode ser vista também no maior número de lances-livres tentados por jogo (de 5,7 para 7,4). Se ainda carece de um pouco mais de "touch" nas bolas longas (24,4% no aproveitamento) ou de agressividade para defender, seu saldo é extremamente positivo pelo que consegue fazer criando seus próprios arremessos e/ou jogadas para seus companheiros. Além disso, enumera lances maravilhosos nesta temporada como você pode ver abaixo:

wiggins4O único problema para Andrew Wiggins é, mesmo, ter uma carreira de sucesso em Minnesota pensando no longo prazo (e obviamente observando o seu descomunal talento). A franquia não consegue, nunca, reter os seus talentos ou desenvolvê-los a ponto de levá-los a playoffs ou mais adiante ainda na pós-temporada. Ficar lá com bons números, mas sem experimentar o "sabor" dos grandes jogos não é a melhor coisa do mundo, sabemos. Para quem quer ir longe pode ser algo que pese lá na frente.

wiggins5Por enquanto ele ainda não precisa pensar nisso. Seu negócio, mesmo, é continuar jogando – e jogando bem. Logo mais o Minnesota enfrenta o Bucks, de Jabari Parker, escolhido uma posição depois dele no Draft de 2014, mas ainda alguns degraus abaixo na "escala" técnica da NBA. Para Kobe Bryant, dos jovens jogadores que surgiram recentemente Andrew Wiggins é o que tem mais "fome" para se tornar um dos melhores de sua geração.

Vale a pena ficar de olho, portanto, em mais um ano de Andrew Wiggins em 2016.

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