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Bala na Cesta

Com Anthony Davis, mas sem elenco forte, Pelicans começam mal na NBA

Fábio Balassiano

16/11/2015 01h13

davis1Antes da temporada começar o New Orleans Pelicans estourou o champanhe: Anthony Davis, decantado (justamente) aos quatro ventos como a próxima grande estrela da NBA, assinou um contrato de US$ 145 milhões a partir de 2016/2017 que vale até o final do campeonato de 2020/2021.

Para potencializar as habilidades ofensivas do monocelha, a diretoria rifou Monty Williams, técnico desde 2010 e responsável por levar o time ao playoff no Oeste em 2014/2015 com 45 vitórias. Para seu lugar veio Alvin Gentry, o mentor do sistema ofensivo do campeão Golden State Warriors. O frenesi era tanto que muita chegou, inclusive, a colocar Davis como um dos candidatos a MVP do certame.

gentry2Pois muito bem. Dez jogos se passaram e o que vemos em quadra até o momento é um time muito aquém das expectativas. O New Orleans Pelicans perdeu do Knicks ontem em Nova Iorque por 95-87, amargou a terceira derrota consecutiva e a nona em dez jogos. É a segunda pior campanha da NBA até o momento, ficando atrás apenas do Sixers (que ainda não venceu) e se igualando ao Brooklyn Nets. O cenário, como se vê, está longe de ser animador.

gentry3E não é animador mesmo com elenco idêntico ao da temporada passada. Com Monty Williams, da escola de Gregg Popovich, o New Orleans rodava a bola pra caramba (22 assistências/jogo), marcava muito bem (98,6 pontos cedidos, com 45,8% de conversão rival nos arremessos, sendo 32,% nos tiros longos) e era uma força nos rebotes (44 por jogo, sendo 11,5 no ataque).

pelsSob comando de Alvin Gentry, que liberou Anthony Davis para sair do garrafão, todos os índices despencaram (inclusive os ofensivos, sua especialidade): são 21 assistências por jogo, mas a cada 38 chutes convertidos (ao invés dos 34 de 2014/2015). É na defesa, porém, que o bicho pega. O Pelicans sofre 110 pontos/jogo (pior marca da liga), vê os adversários acertarem 48,1% dos arremessos e ainda cravar 39,5% nas bolas longas. Nem nos rebotes ofensivos (8,8/jogo) o time consegue segurar mais a onda.

pels3O começo da Era Alvin Gentry em New Orleans, está bem claro, não é nada bom. É óbvio que as individualidades não estão ajudando, em que pese cinco atletas conseguirem 10+ pontos de média. Mas Tyreke Evans sequer estreou, Jrue Holiday vive às voltas com lesões, o próprio monocelha ficou de fora em três jogos e ninguém que tenha Ish Smith jogando 28 minutos/jogo vai longe na NBA. Para piorar, até o final do mês quatro dos sete jogos serão longe do lar (Thunder, Suns, Clippers e Jazz – todos do Oeste), com Nuggets, Spurs e Suns em casa no meio disso tudo. O calendário, obviamente, está longe de ser animador.

davis2Todo mundo sabe que o plano com Anthony Davis é de longo prazo, mas o elenco do Pelicans é o décimo mais caro da NBA e está longe de ser bom. Se quiser que monocelha mantenha o seu sorriso no rosto por muito tempo é melhor ligar o sinal de alerta desde já. Mexer no elenco para abrir espaço para contratações e/ou picks altos no próximo Draft podem ser boas alterantivas, porque do jeito que as coisas estão é difícil crer que o playoff no Oeste chegará para a turma dos Pelicans.

O diagnóstico é claro: Anthony Davis merece muito mais do que as peças que estão, hoje, ao seu redor. Que a franquia corra para cercá-lo com o talento que ele merece o quanto antes.

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