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Bala na Cesta

Contra 'bambas da posição', Fischer mira mais um título por Bauru

Fábio Balassiano

23/09/2015 06h13

fischer1Aos 24 anos, Ricardo Fischer viverá um sonho a partir de sexta-feira. Liderando Bauru na final do Mundial contra o Real Madrid, o armador terá a oportunidade de colocar mais um título em sua galeria de troféus (dois Paulistas, Liga Sul-Americana e Liga das Américas) e enfrentará dois dos melhores jogadores de sua posição. Do outro lado da quadra estarão nada menos que Sergio Rodriguez e Sergio Llull, que acabaram de ser campeões do EuroBasket com a Espanha e formam uma das melhores duplas do planeta. Conversei com Fischer sobre o torneio, os duelos contra Llull e Rodriguez, sua relação com o técnico Guerrinha e seleção brasileira. Confiram!

fischerBALA NA CESTA: Você chegou a Bauru há três temporadas e pegou, literalmente, o momento de subida do time no cenário brasileiro. Novos jogadores, investimento mais alto, melhoria de estrutura. Olhando pra trás, dava para imaginar que você e o time estariam disputando um Mundial Interclubes em 2015?
RICARDO FISCHER: Para ser bem sincero não imaginava, pois a Itabom (antiga patrocinadora) tinha acabado de sair, Bauru não sabia se iria ter time e aos 48 minutos o Paschoalotto apareceu. Sabíamos da seriedade deles e que queriam um trabalho longo, mas não daria para imaginar resultados tão expressivos em tão pouco tempo.

TÉCNICO GUERRINHA REENCONTRA REAL MADRID EM UM MUNDIAL

fischerBNC: Como você avalia o seu momento atual? Seu crescimento é nítido, obviamente, a melhora na parte física é notável, bem como em seu arremesso, mas o que ainda falta como atleta?
FISCHER: Avalio que estou vivendo o melhor momento da minha carreira. Já estava em uma crescente, mas a seleção me ajudou muito. Jogar em alto nível internacional eleva seu jogo. Percebi que ainda tenho que melhorar mais ainda minha parte física em questão de explosão de força e melhorar cada vez mais a visão e o entendimento do jogo, o que para um armador é mais do que essencial.

llull1BNC: Do outro lado da quadra estarão caras como Sergio Llull e Sergio Rodriguez, que têm brilhado tanto com a camisa do Real quanto com a da seleção espanhola. Como será enfrentá-los? Imagino que você, como maluco por basquete que é já deva ter visto inúmeros jogos e vídeos dele…
FISCHER: Será incrível! Estou ansioso para esse confronto. Torna-se um desafio pessoal também para saber se estou nesse nível ou não, o que preciso melhorar, etc. . Como você já falou, assistia muito o Real nas competições europeias e acompanhei agora muito o Eurobasket também. São jogadores excepcionais que comandam com maestria o time. Estudei muito os dois jogadores, e sei dos pontos fortes e fracos deles. Agora é saber botar em prática no jogo.

fischer2BNC: Acho que já te perguntei isso, mas vale repetir. Como é, para você, ter um técnico como o Guerrinha, que foi armador (e dos bons)? Imagino que a exigência dele, que é alta com todos os atletas, deva ser ainda mais alta com alguém da posição que ele atuou…
FISCHER: É muito bom tê-lo como técnico. É um cara que pensa como armador fora da quadra, tendo uma visão diferente da minha e isso me ajuda demais. Sempre conversamos muito e trocamos ideias para a melhoria do time. Ele exige muito de mim pois sou praticamente um técnico na quadra. Isso é bom, pois me faz evoluir cada vez mais.

fischer4BNC: Como avalia a sua primeira temporada com a seleção brasileira? Por que o time foi tão bem no Pan-Americano e tão mal na Copa América?
FISCHER: Avalio como positiva. Descobri que consigo jogar nesse nível, sei das coisas que preciso melhorar. Acredito que no começo do Pan a ansiedade me atrapalhou um pouco, mas depois na fase final e na Copa América consegui desenvolver melhor meu basquete. Essa temporada da seleção foi a mais longa da história com um mesmo grupo e isso foi bem difícil tanto para nós jogadores quanto para a comissão. Tivemos que aprender a lidar com isso, mas foi uma coisa natural, não teve nada em especial. Tivemos um pico muito grande no Pan e infelizmente na Copa América caímos de produção. Fizemos tudo, fisicamente estávamos bem, preparados para o jogo em questões táticas, mas as coisas não aconteceram, nossa produção de chutes foi muito baixa. Foi uma pena, pois o grupo era muito especial, trabalhador e não merecia acabar com uma desqualificação.

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