Sem Irving, mas com LeBron - Cavs precisam vencer Warriors hoje
A final da NBA continua logo mais em Oakland (21h, com ESPN) quando o Golden State abre novamente a Oracle Arena para receber o Cleveland Cavs. Com 1-0 na série, os Warriors se aproximam ainda mais do segundo título da franquia caso vençam a turma de Ohio mais uma vez, viajando para os dois jogos fora de casa com mais tranquilidade e deixando o rival, que não terá o armador Kyrie Irving a partir de hoje, ainda mais no buraco.
No Cleveland, o australiano Matthew Dellavedova (apenas nove minutos na partida que abriu a decisão) deve começar a partida como armador titular e uma coisinha bem importante deve martelar a cabeça do ótimo técnico David Blatt: como não triturar o seus atletas no duelo de logo mais?
No jogo 1, foram 8 jogadores em quadra, e LeBron (46'), Irving (44') e Tristan Thompson (47') por mais de 40 minutos (do outro lado apenas Steph Curry, com 43', jogou mais que 40). Será que não dá para usar Shawn Marion, Kendrick Perkins e o novato Joe Harris ao menos um pouquinho? Seu time pareceu bem cansado no final do duelo de quinta-feira e uma rotação mais extensa parece ser salutar principalmente para LeBron, que precisa respirar um pouco mais para ter fôlego para decidir no último período.
Além disso, Blatt e sua principal estrela (LeBron James) terão que tentar desvendar o mistério em torno da armadilha que Steve Kerr lhes aplicou na primeira partida (na defesa a estratégia era limitar as bolas de três do rival, e isso deu muito certo principalmente contra Steph Curry e Klay Thompson, que tiveram juntos apenas 5/15). Como bem destacou o colunista Rob Mahoney no site da Sports Illustrated, a tática do Golden State contra o Cleveland era justamente a de "deixar" LeBron jogar (principalmente longe da cesta), algo muito comum em times que enfrentavam Michael Jordan, de quem Kerr era companheiro na época de Chicago.
Por mais que os 44 pontos do craque tenham ferido (e que ele tenha ficado a uma bola de concretizar a vitória para a sua equipe), a intenção era mesmo de não deixar o ala envolver seus companheiros (o que deu certo) fechando todas as possíveis linhas de passe (vejam a foto interessante ao lado). Seus 38 arremessos foram o maior número de sua carreira e mostram bem como o expediente de Steve Kerr funcionou como ele pensou. Na segunda etapa, por exemplo, apenas Kyrie Irving e Timofey Mozgov, além do camisa 23, pontuaram pelo Cleveland, um verdadeiro absurdo. Nada de dobras ou ajuda (a não ser perto da cesta para evitar enterradas ou cestas fáceis em sequência). Se quisesse pontuar, que LeBron chamasse seu marcador para o um-contra-um (algo que ele tem feito com frequência no playoff) e tentasse chutar (algo cujo percentual de conversão nunca é alto).
Há, ainda, um fator fundamental e ele atende pelo nome de Andre Iguodala (vídeo abaixo). Foram quatro caras do Warriors marcando LBJ (Klay Thompson, Harrison Barnes, Draymond Green e Iguodala) e se os 44 pontos de LeBron foram um estrago imenso, ele poderia ter sido ainda maior se o ala do Warriors não tivesse sido tão efetivo vindo do banco de reservas para segurar o ímpeto do craque rival. De acordo com dados da ESPN americana, LeBron teve 4/14, 11 pontos e 3 desperdícios de bola quando marcado pelo camisa 9 do Golden State, que literalmente colou o seu corpo junto ao do camisa 23 do Cavs e não o deixou chutar solto, e 12/22, 27 pontos e um erro diante de todos os outros que tentaram marcá-lo na quinta-feira. Nas bolas de longe, 2/8 de três pontos e 4/12 de fora do garrafão.
Para o Cleveland, portanto, logo mais é um jogo muito difícil e que precisa ter sido estudado em detalhes entre quinta-feira e ontem à noite (e isso deve ter sido feito por David Blatt e sua comissão técnica, sabemos bem). Como atacar contra essa ótima defesa do Golden State? Deixar a bola nas mãos de LeBron James o tempo todo é mesmo a melhor opção? Como fazer para que o camisa 23 envolva mais os seus companheiros? Tirar Mozgov, como Blatt fez na prorrogação para igualar o esquema de "baixinhos" do Warriors (mais uma tacada de Steve Kerr), é válido?
Quatro boas opções ofensivas para o Cavs na minha opinião são: a) Tentar que LeBron insista no jogo de costas para a cesta perto da tabela, forçando a dobra na marcação e, por consequência, abrindo espaço para os passes de LBJ para os demais atletas do Cavs; b) David Blatt chamar uma série de picks para LeBron na cabeça do garrafão (tal qual faz Tony Parker no San Antonio Spurs, por exemplo). Isso faria com que a marcação do Warriors se movesse um pouco e gerasse uma série de mudanças nos duelos individuais; c) Mais passes (mexendo a bola de um lado para o outro), mais movimentação dos homens sem bola. Certamente surgiriam espaços e no mínimo deixariam a defesa adversária mais cansada e confusa; e d) Um pouco mais de velocidade para começar as jogadas é recomendável. Armar o ataque antes de a marcação do Warriors. Talvez assim os jogadores do Cleveland tenham mais chance de pontuar. Foram, aliás, apenas 8 pontos em contra-ataque para o Cleveland no jogo 1. Deixar tudo no jogo de meia quadra é justamente o que o GSW quer.
O que será que acontece logo mais? Steve Kerr continuará dominando a série taticamente? Comentem!
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