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Bala na Cesta

Brasil marca muito mal, e perde da Espanha a primeira no Mundial

Fábio Balassiano

01/09/2014 18h36

splitterO Brasil acaba de conhecer a sua primeira derrota na Copa do Mundo. Em Granada, a seleção masculina perdeu da Espanha por 82-63 e agora luta com todas as suas forças para ficar com a segunda posição do Grupo A.

Para isso, precisa vencer a Sérvia na quarta-feira (13h). Nos outros jogos do dia por essa chave a França atropelou o Egito, e os sérvios passaram pelo Irã. Mais sobre os cenários aqui, pois os resultados de hoje não mudaram nada a situação.

Na Chave B, a que vai cruzar com a do Brasil, Senegal venceu a Croácia na maior zebra da competição até aqui, a Argentina sofreu horrores, mas ganhou das Filipinas e a Grécia derrotou Porto Rico, embolando completamente a classificação do grupo (veja mais aqui). Os gregos são os únicos invictos, com Senegal, Argentina e Croácia com 2-1. Tudo indefinido por lá, então.

Sobre a partida brasileira, acho que ficou claro para todo mundo quão imperativo é, neste nível de basquete, atuar com intensidade defensiva pelos 40 minutos. O Brasil cochilou por quatro, cinco minutos no primeiro período, defendeu muito mal, acelerou os ataques para tentar compensar (outro erro), não encaixou a marcação e viu o adversário abrir diferença de 30-14. Ali a peleja já estava decidida.

gasolNão há como negar isso, e o que o ataque fez foi reflexo da falta total de "pegada" na marcação. Levar 30 pontos em 10 minutos (3 por minuto, portanto) é um péssimo índice, e contra um adversário do nível da Espanha, a segunda melhor seleção do mundo, dificilmente você terá como se recuperar disso. No final, os europeus tiveram 51% nos tiros da quadra, e creio que não preciso dizer muito mais além disso.

Do outro lado, mesmo com uma distância absurda no placar, os ibéricos não amoleceram na defesa em momento algum. Atacar contra defesas ferozes assim, como você deve imaginar, é difícil e cansa bastante. O Brasil, portanto, não teve um segundo de tranquilidade e permitiu que a Espanha atuasse de forma muito calma, sem sofrimento, em grande parte da peleja. E assim, neste nível de competição, não se vence. O adversário era potente, fortíssimo, mas é uma questão de conceito/concepção de jogo (defender nos 40 minutos com MUITA força é OBRIGATÓRIO). Esta é a maior lição que deve ficar da derrota que o time de Magnano sofreu nesta tarde de segunda-feira.

trioAlgumas coisas, porém, não há como entender. Pau Gasol (foto à direita) arremessou de três em cinco ocasiões. Em todas, livre. Matou três bolas seguidas no terceiro período, algo que não acontecia com ele desde 2001 vestindo a camisa da seleção. Não consigo compreender o motivo de o Brasil ter deixado o agora jogador do Chicago Bulls tão livre assim. Pau é craque há séculos, e seus 26 pontos (incríveis 32 de eficiência) foram conquistados sem nenhuma dificuldade.

Em tempo: nego-me a falar sobre a arbitragem (péssima para os dois lados) e do recorrente problema nos lances-livres brasileiros (hoje 8/15). Falar disso é desvirtuar completamente o foco do que ocorreu em quadra. Por fim, uma observação: em três primeiros períodos (França, Irã e Espanha), saldo negativo de -24. Em todos o Brasil perdeu. Contra franceses e iranianos deu para recuperar. Em jogo eliminatório, começar tão devagar assim é perigoso demais (e Varejão disse isso em entrevista ao Sportv depois do jogo).

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