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Bala na Cesta

Ministério aprova 11 projetos, e CBB poderá receber mais de R$58mi até 2016

Fábio Balassiano

29/05/2014 02h14

cbb1Em edital publicado no começo deste mês (Nº 06/2013 – CALENDÁRIO 2014 – saiba mais aqui) o Ministério do Esporte, através da Secretaria de Alto Rendimento (comandada por Ricardo Leyser – foto à direita), aprovou nada menos que ONZE (sim, 11) propostas de convênio para a Confederação Brasileira de Basketball (os projetos estão nas linhas 7 a 17 aqui), deixando a entidade máxima do basquete brasileiro como a maior "vencedora" deste Edital do ME (nenhuma outra Confederação ou Clube teve tanto projeto aprovado, vejam vocês).

leyser9O valor total do repasse do Ministério do Esporte à CBB poderá chegar a R$ 58.442.770,35 até 2016 (sim, é isso mesmo, mais de R$ 58 milhões, maior aporte de verba federal deste edital) com projetos que vão desde a preparação da seleção masculina para as Olimpíadas nas temporadas 2015 e 2016 (R$ 13,8 milhões), passando por seleção feminina de desenvolvimento (R$ 8,7 milhões) e também por Escola Nacional de Basquete (R$ 7,1 milhões). Os projetos, já habilitados e aprovados em primeira fase pela esfera federal, agora passarão por novo crivo do Ministério até o final de junho, prazo final para a publicação das propostas anteriormente habilitadas (caso das 11 da Confederação).

Desde o início de maio você tem acompanhado neste blog números e análises sobre o último Balanço Financeiro da Confederação Brasileira de Basketball e sua respectiva parte financeira (se perdeu algo clique para saber mais aqui , aqui, aqui, aqui e aqui). Os valores, tanto de receita de 2013 (R$ 27,4 milhões), quanto de despesa do mesmo ano (R$ 28,3 milhões) e de dívida acumulada (R$ 9,5 milhões), assustam tanto quanto a falta de um trabalho bem feito em termos de gestão e desenvolvimento da modalidade embora as contas do ano que passou tenham sido aprovadas tanto por Federações quanto por Associação de Atletas (mais aqui).

number1A situação é tão assustadora que o Especialista Contábil Jorge Eduardo Scarpin qualifica a situação da CBB como "falimentar" e o Tribunal de Contas da União, procurado por este blog, afirmou que pretende seguir de perto a situação da entidade, que recebeu em 2013 mais de R$ 15 milhões de verba federal mesmo devendo R$ 1,9mi ao INSS.

Mesmo com tudo isso, com este cenário de dívidas assim crescentes (saltou de R$ 800 mil em 2009, o primeiro ano da gestão Carlos Nunes, para R$ 9,6 mi em 2013) e pouca eficiência em gestão e desenvolvimento do basquete, o Ministério do Esporte resolveu, mais uma vez (relembre a outra, de R$ 14,8 milhões, aqui), despejar uma grana imensa nos cofres da Confederação Brasileira.

Ministério do Esporte que, via Ricardo Leyser (Secretário de Alto Rendimento), criticou a CBB recentemente, chamando a entidade máxima do basquete brasileiro de "ponto fraco" da modalidade (relembre aquiaqui). Nada, porém, que tenha evitado novo derramamento de dinheiro público no (reiterando com os termos de Leyser) "ponto fraco" da modalidade atualmente.

No basquete, a Liga de Basquete Feminino também foi agraciada com a habilitação prévia de um projeto (valor de R$ 4,4 milhões para a realização de sua Liga de Desenvolvimento para jovens). Antes, a Liga Nacional de Basquete já tivera três projetos habilitados (veja mais aqui – Mundial de Clubes, Liga de Desenvolvimento e Copa América Sub-21 de Clubes)

nunes11Por isso chama a atenção não só o valor altíssimo (mais de R$ 58 milhões) para uma entidade que não tem sabido como utilizar tanta verba (embora um dos dirigentes tenha reclamado, veja você, que verba federal não era uma verba, digamos, muito querida), mas também a capacidade que a CBB teve de aprovar suas propostas (para quem quiser saber mais, é só clicar aqui e procurar por Confederação Brasileira). Dos 12 projetos apresentados, apenas um não foi habilitado pelo Ministério do Esporte ("Manutenção do software de estatística de jogo Synergy e o desenvolvimento de uma ferramenta online que permita o controle da carga de treinamento dos atletas selecionáveis…") para Carlos Nunes, o presidente, e companhia. Ou seja, a entidade máxima esteve quase perfeita nas aprovações neste edital.

Procurado por este blog, o Ministério do Esporte justificou o fortíssimo investimento no basquete desta maneira: "Mesmo depois das etapas de análise (Habilitação, Classificação, Seleção e Aprovação), o Ministério ainda leva em conta a disponibilidade orçamentária antes de oficializar qualquer convênio. Os projetos de continuidade da preparação das seleções para o Rio-2016 ou desenvolvimento de equipes de base das modalidades têm renovação assegurada, assim como os de compra de equipamentos para estruturar centros de treinamento e contratação de equipes técnicas e multidisciplinares.

leyser2Atualmente, a equipe técnica está na segunda fase de análise das propostas. Ainda conforme o edital, o cronograma de apresentação de projetos foi dividido em duas partes. Uma em 2013, já encerrada, e outra em 2014, que está na fase de classificação das propostas. O Ministério do Esporte tem interesse em continuar apoiando o basquete, não apenas por conta do bom desempenho das seleções nos Jogos Olímpicos de 2016, mas por necessidade de desenvolver as equipes de base e capacitar técnicos e árbitros".

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