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Bala na Cesta

Após novo vexame, fica a pergunta: vale a pena ter Brasília na LBF?

Fábio Balassiano

21/01/2014 01h44

Confesso que ontem quando cheguei em casa e abri o site da Liga de Basquete Feminino eu tomei um susto quando vi o placar do PRIMEIRO tempo da partida entre Sport/PE e Brasília. A imagem abaixo diz tudo.

lbf

 

vergonha1Sim, é isso mesmo o que você viu. Não adianta coçar o olho, achar que a estatística da LBF perdeu as estribeiras, porque foi isso mesmo o que aconteceu. O atual campeão e dono do maior investimento do campeonato Sport simplesmente fez 68-9 no (perdão pelo termo) semi-amador time de Brasília para depois fechar a partida em inacreditáveis, inconcebíveis, surreais, assombrosos 111-34. Obviamente o segundo tempo foi um treinamento de luxo para as comandadas de Roberto Dornellas, que tiraram o pé e permitiram mais pontos das brasilienses (25 dos 34 saíram nos 20 minutos finais).

Eu sei que este é um assunto chato, recorrente (já escrevi disso aqui e aqui), mas não dá pra simplesmente fechar os olhos e fingir que nada acontece, que o que rolou ontem em Recife é normal, natural. Porque não é. Não pode ser. É algo que em um campeonato (que diz-se) profissional não deveria ocorrer, que em uma competição adulta não deveria sequer ser cogitado. Mas ocorre, ocorreu e continuará a ocorrer nesta edição do torneio, já que Brasília não deverá ter poder financeiro algum para contratar 8, 9 jogadoras de uma hora pra outra.

Ocorre em uma LBF cuja evolução técnica foi muito grande da temporada passada para esta (parabéns sinceros!), mas que ainda peca por querer simplesmente colocar um time que não tem condição alguma (técnica, financeira, estrutural etc.). Nada contra a cidade de Brasília, que tem um time fortíssimo disputando o NBB e cujo público é apaixonado pela modalidade, e muito menos contra os que estão lá dando a cara pra bater (literalmente), mas para o bem do basquete feminino brasileiro é imperativo que uma (perdão pela palavra) aberração como o placar de ontem não aconteça mais em um campeonato (repito) profissional.

rainhaSe a LBF quer crescer (principalmente em termos de credibilidade), é bom saber selecionar seus próximos participantes (independente da cidade, pois o argumento de que houve a entrada de uma nova praça não se sustenta quando se olha uma diferença técnica tão gritante assim). Se Brasília quiser jogar a próxima edição do campeonato, será bem-vindo caso tenha uma estrutura mínima, um time razoável.

Que a lição (mais uma em sua curta existência) estampada na cara de todos nesta segunda-feira tenha sido aprendida pela Liga de Basquete Feminino. Erros assim não poderiam nem existir. Repetir é chegar pertinho do precipício.

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