Contra o Uruguai, o jogo mais perigoso da seleção brasileira na Copa América
(Preâmbulo obrigatório a partir de agora, visto que está sendo difícil a compreensão de qualquer texto que trate do técnico da seleção brasileira. Vamos lá: Rubén Pablo Magnano é um grande treinador. Ninguém é campeão olímpico e vice-campeão mundial por sorte. Dos técnicos que vi na seleção brasileira, é o melhor com sobras. Em três anos de trabalho deu padrão defensivo invejável ao time e um pouco mais de organização ao ataque. Entende muito de basquete e é um obcecado por desenvolvimento de equipes e atletas. Mas não é infalível. Quando o criticar, estimado leitor, por favor não confunda com um "quero esse argentino fora dali agora". É bem longe disso.)
Todo mundo sabe que ontem a seleção brasileira pagou um mico danado. Perdeu do Canadá por 29 pontos (maior derrota do país desde 2007 – e há seis anos foram 37 pontos de diferença contra os Estados Unidos de Kobe Bryant e companhia no Pré-Olímpico de Las Vegas, é bom lembrar), ainda está sem vitória na Copa América da Venezuela e nesta segunda-feira enfrenta o Uruguai (18h30, com Sportv e ESPN com direitos de transmissão da partida) em uma partida que não pode nem pensar em perder se quiser se classificar ao Mundial da Espanha do próximo ano.
Por isso a partida de logo mais torna-se perigosa, perigosa pra caramba. O Brasil não tem jogado bem desde a fase de preparação, não possui padrão de jogo algum no ataque, a defesa voltou a ser um problema e o que se vê em quadra na Copa América é apenas a extensão da péssima convocação de Rubén Magnano e dos amistosos realizados antes da competição.
Logo mais há um freguês de carteirinha do basquete brasileiro. O Uruguai sempre traz bons times para as competições – e quase sempre volta com derrotas homéricas. Desta vez, porém, há um fator que merece ser levado em consideração. O Brasil está fragilizado mentalmente, as oscilações dentro de uma mesma partida são frequentes e o elenco conta com pivôs muito em péssima forma física e técnica (do outro lado estará Esteban Batista, que promete dar um trabalho monstro). É um jogo que em condições normais não traria problema algum pra qualquer seleção brasileira. Na situação em que se encontra, com o elenco que está em Caracas, o jogo de logo mais torna-se perigoso (um revés pode significar ver a vaga direta ao Mundial cada vez mais de longe).
Por isso a saída, mais do que nunca, é esquecer dos fiascos dos dois últimos dias e se concentrar partida por partida, sem pensar lá na frente, na próxima fase ou algo assim. O Brasil está longe de ser um timaço nesta Copa América, e vai ter que brigar com os 12 que estão lá. Vencer o Uruguai é, portanto, imperativo pra manter a chama do Mundial de 2014 acesa (sem depender de convite).
Insisto na tese que sustento aqui há um mês (é só ler os posts antigos): o Brasil irá se classificar para o Mundial de 2014 na Espanha. Sofrerá até o final, até a última bola, pode ser até que tenha que fazer algumas contas, mas acredito que a vaga virá. E, repito novamente, com o time que foi convocado por Magnano, aliado aos que pediram dispensa, não haveria outra forma disso acontecer.
Vamos ver se hoje o sofrimento não aumenta. Vamos ver se, hoje contra os uruguaios, o Brasil estanca o sangue e enfim consegue uma vitória na Copa América de basquete.
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