A volta das veteranas na convocação de Zanon para a Copa América

Ontem o técnico Zanon convocou 16 atletas para a seleção feminina adulta que disputará a Copa América que será realizada no México no final de setembro (são três vagas). E a grande novidade, desta vez, foram as voltas da armadora Adrianinha (que, aos 34 anos, manifestou seu desejo de retornar à seleção a este blog em primeira mão há mais de quatro meses – ela na foto), das alas Karla e Chuca (ambas de 34 anos) e de Érika (a pivô de 31 anos está entre as cinco melhores do mundo). Além delas, o treinador trouxe Nádia (pivô de 24 anos) e cortou Franciele (ala-pivô) e Cacá (ala)

Estava claro pra mim que Zanon ia rechear o grupo com atletas experientes. Por mais necessário que seja o processo de renovação na seleção (é mesmo e está sendo feito), era bem óbvio que pelo menos três jogadoras mais rodadas apareceriam na lista da Copa América, uma competição importante e que dá vaga para o Mundial da Turquia. Ninguém é maluco de arriscar um processo de mudança sem se classificar para o Mundial.

Isso é um fato, e não dá pra discordar dos três pilares propostos por Zanon (Adrianinha na armação, Karla/Chuca na ala e Érika no pivô – esta, claro, se puder vir, já que estará nos playoffs da WNBA). Se a conquista da vaga não fosse motivo suficiente para trazê-las, o desempenho das alas do Brasil nos amistosos e no Sul-Americano não foi bom (pra dizer o mínimo). Todas elas (Patricia, Tatiane, Cacá e Joice Coelho) mostraram que ainda estão bem cruas em todos os fundamentos e na parte física, precisando de uma boa dose de desenvolvimento. Além disso, Izabela Andrade e Jaqueline, mais experientes e que poderiam dar essa sustentação às mais novas, vêm de lesão, motivo pelo qual o comandante deve ter ligado o sinal de alerta nas posições 2 e 3.

Deste canto, e deixo claro que respeito demais a posição do técnico e o nome das atletas, teria pelo menos mantido no grupo de treinamento as alas Isabela Ramona, cestinha do Mundial Sub-19, e Sassá, que entrou bem no Torneio de São Carlos. Além disso, não teria trazido Karla e Chuca, mas sim uma ou outra. Pode até ser que uma das duas seja cortada, abrindo espaço para as mais novas na Copa América, mas eu não creio que após chamá-las Zanon vai deixar as duas alas, que ainda dominam o cenário nacional, de fora (e este é um ponto que merece ser levado em conta – as mais veteranas ainda seguem dando as cartas em competições adultas).

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