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Bala na Cesta

No primeiro teste, o surgimento do ótimo Leo Meindl

Fábio Balassiano

04/08/2013 11h45

Vi o jogo da seleção masculina atentamente ontem contra o Uruguai, na estreia do Super 4 de Salta, Argentina. Foi uma boa exibição (vitória por 92-71), que mostrou mais uma vez as qualidades "sufocantes" da defesa de Rubén Magnano e como dá pra fazer um ataque tranquilo e coeso no basquete brasileiro (parece impossível vermos isso no NBB, mas o hermano prova que boa qualidade de treinamento é, sim, viável), mas sobretudo um novo talento do basquete brasileiro.

Ele se chama Leonardo Simões Meindl, é filho do ex-jogador (e agora assistente-técnico) Paulão, e joga no Franca, onde teve a média de 9,7 pontos em sua primeira temporada efetiva no NBB (24 minutos por jogo). Lula Ferreira, seu técnico, destacou pra mim o seguinte sobre Leo, como ele é chamado: "Ele é um lateral inteligente e habilidoso, tem um bom arremesso de dois e três pontos e sabe penetrar muito bem. Precisa de um amadurecimento físico pra aguentar os contatos do basquete atual, mas tem uma grande qualidade: é um líder nato. É o capitão das equipes Sub-19 e Sub-22, e mostrou muita personalidade na equipe adulta".

Pois muito bem. Todas as vezes que vi Leo jogar fiquei impressionado com sua habilidade e desenvoltura. Mas ontem era um dia diferente, era um dia especial. Era a data de sua primeira partida dele pela seleção principal, pela seleção brasileira adulta. E o menino saiu do banco com a camisa 14 de vocês sabem quem um pouco nervoso, como ele mesmo confessou ao site da CBB ("Ter jogado essa partida contra o Uruguai foi a realização de um sonho. Minha vida toda fiquei sonhando com esse momento e hoje estou ao lado de jogadores que sempre tive como ídolos. No início da partida estava um pouco tenso, mas depois que caiu a primeira bola me soltei e terminei o jogo como se estivesse atuando no meu clube"), mas logo se soltou e terminou simplesmente como um dos cestinhas do Brasil com 13 pontos (em 16 minutos de atuação).

É óbvio que Leo ainda tem muito a evoluir. Ele ainda falha nas rotações defensivas (não é raro vê-lo "perdido" nas movimentações e cortes rivais) e possui pouca variação de "golpes" no ataque. De todo modo, ele tem 20 anos, é alto para a sua posição (2,00m), é inteligente e focado pacas e pode, sim, ter um futuro brilhante em uma posição carente no basquete brasileiro há alguns anos.

Neste domingo o Brasil enfrenta, às 20h (o Sportv exibe), o México, que surpreendentemente bateu a Argentina por 67-55, na final do Super 4. Será interessante notar novamente o desempenho da defesa de Magnano e sobretudo o arrojo, a coragem e a desenvoltura deste menino que parece não sentir nenhuma pressão vestindo a camisa da seleção brasileira. Leo Meindl parece mesmo ser uma daquelas revelações especiais que surgem muito de vez em quando. Que continue assim!

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