Sem ajuda da CBB, time do Pará desiste da Supercopa Brasil por razões financeiras
Estava na cara que aconteceria alguma coisa, né. No sábado divulguei aqui que a Confederação Brasileira de Basketball, cujo orçamento de 2012 registrou R$ 25 milhões em receita, não bancaria as passagens dos clubes participantes da SuperCopa Brasil, última etapa para quem quer jogar o NBB6 que começa nesta quarta-feira em Macaé. Ontem, um dia antes de a competição começar, a Assembleia Paraense, do Pará, anunciou que não mais iria participar por motivod financeiros (se alguém quiser saber mais sobre o torneio, clique aqui).
E não dá pra tirar a razão do clube. Em matéria divulgada no Globoesporte.com o gerente de esportes do clube esbraveja contra a CBB, que deveria ter pago as passagens e só comunicou aos clubes cinco dias antes da competição começar. "O regulamento da competição diz que a CBB banca dez passagens, aéreas ou terrestres. Eu fiquei cobrando isso deles, mas, cinco dias antes de começar a competição, eles me avisam que não poderão bancar porque estão sem dinheiro. É lamentável, avisaram em cima da hora. Se tivessem nos dito pelo menos 20 dias antes, nós poderíamos conseguir pagar por conta própria ou com a ajuda de patrocinadores", afirmou ao veículo.
Em breve divulgarei aqui detalhes do balanço financeiro da entidade, mas a desistência da Assembleia Paraense fala muito sobre o (péssimo) estado da modalidade. Modalidade cuja Confederação teve (pasmem) um custo com pessoal/administrativo de R$ 12.558.639, ou, em média, R$ 1 milhão/mês em todo o ano passado. Ou seja: a CBB, que tem um custo operacional de R$ 1 milhão/mês, não conseguiu prever em seu orçamento um repasse para as passagens de oito times para a sua ÚNICA competição organizada por ela. É muita incompetência, vão me desculpar.
E repito o que escrevi no sábado: federações, clubes e jogadores são tão responsáveis quanto Carlos Nunes por deixar a situação chegar a este nível pífio de (indi)gestão da modalidade. E para quem já viu o balanço financeiro a certeza é uma só: a tendência é piorar – e piorar muito, visto que no momento a CBB não tem a Eletrobrás como sua principal mantenedora (em 2012 a estatal despejou mais de R$ 10 milhões na entidade máxima.
Alguém surpreso com os acontecimentos? Pobre basquete brasileiro…
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