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Bala na Cesta

Com armadores em alta, Denver bate Oklahoma fora de casa e alcança 13 vitórias seguidas

Fábio Balassiano

20/03/2013 07h08

Não foi uma noite fácil para Russell Westbrook, armador do Oklahoma City Thunder. Não que ele tenha jogado mal (25 pontos e seis assistências), mas do outro lado havia uma dupla de armadores a infernizá-lo por todo jogo. Ty Lawson (foto) correu como um louco, terminou com 25 pontos, quatro rebotes e quatro assistências e foi muitíssimo bem. E Andre Miller, que completou 37 anos nesta terça-feira, deu um presentão a si mesmo anotando 13 de seus 20 pontos no último período para terminar com 20, nove assistências e sete rebotes em 23 minutos de ação. Com tudo isso foi difícil para o Denver Nuggets, que fez 114-104 fora de casa, bateu um importante rival e chegou a ótima marca de 13 vitórias consecutivas na NBA.

Dados interessantes trazidos pela ESPN, aliás: nunca na história da liga houve duas sequências simultâneas de 13 ou mais triunfos como há agora com os Nuggets e Miami Heat. O Denver (lidera a liga com 58 por noite), que anotou absurdos 72 pontos no garrafão ontem, ganhou de seus rivais em pontos desta maneira nos últimos 50 jogos, maior série da liga desde 1996 (quando a NBA passou a ter este tipo de estatística).

Havia escrito aqui sobre o Denver (quando falo e ganho vocês não me chamam de pé-quente, né…), e acho que vale uma atenção ainda mais especial ao trabalho de George Karl (foto à direita) no Colorado. Não que ele seja pouco valorizado, mas Karl conseguiu extrair dos Nuggets o melhor dentro de seu plantel (e isso é um baita mérito). Isso tudo, é bom lembrar, sem ter grandes chutadores (o time é o 24º em 3 pontos – ontem foram 4/21).

E como é que os caras conseguem ter a ótima campanha de 47-22 com 13 vitórias seguidas, a maior da história da franquia? É simples. Ele dividem a bola e correm pra cacete. Sem estrelas de primeira grandeza (quanta diferença do período de Billups, Melo e Iverson, hein!), o Denver abusa do coletivo, rouba muitas bolas (9,2, só ficando atrás do Clippers, que tem 9,7) e fez com que seus jogadores entendessem a filosofia do "chuta quem estiver bem posicionado". Cinco jogadores tentam de 10 a 14 arremessos por noite, seis têm média superior a 10 pontos (ao todo são 106,1, terceira melhor marca da competição) e nove jogam mais de 20 minutos por jogo. Em pontos de contra-ataque são 19,8 pontos, melhor índice disparado da NBA. E nos rebotes ofensivos o time é uma máquina (ontem foram 17; na temporada, são 13,4, primeiro lugar geral no torneio).

Não sei, sinceramente, o que isso tem a ver com playoffs, visto que na pós-temporada o jogo muda um pouco, a experiência pesa e o talento coletivo precisa estar intimamente ligado a uma dose boa de capacidade individual para resolver partidas no final, mas está sendo um baita prazer ver este time de George Karl jogar. Leve, rápido, inteligente e sabendo usar a capacidade máxima do elenco (só lembrando: os pivôs são Kosta Koufos, JaVale McGee e Kenneth Faried, ou seja, nenhum virtuoso), mostra que o basquete pode ser, e é mesmo, bem simples.

Será que eles conseguem transformar o jogo coletivo em vitórias nos playoffs? Com o triunfo de ontem os Nuggets empataram com os Clippers na quarta posição do Oeste. Comente!

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