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Bala na Cesta

No retorno de Carmelo Anthony a Denver, olho nos Nuggets e no armador Ty Lawson

Fábio Balassiano

13/03/2013 01h23

Os flashes estarão em Carmelo Anthony na noite desta quarta-feira, 13 de março de 2013. Trocado pelo Denver Nuggets para o New York Knicks em 2011 depois de uma novela tão mala quanto a de Dwight Howard no Orlando (o pivô jogou contra seu ex-time ontem, aliás), o camisa 7 nova-iorquino jogará hoje pela primeira vez contra a ex-equipe no Colorado (23h30 de Brasília). Promessa de jogão, sem dúvida alguma.

Os Knicks fizeram o que tinha que ser feito mesmo. Cercaram Melo de um ótimo pivô (Tyson Chandler), trouxeram um chutador de fora (JR Smith), foram buscar dois armadores para tirar a bola das mãos do ala na maior parte do jogo (Jason Kidd e Raymond Felton) e ainda pescaram um técnico que a estrela maior da franquia respeita (Mike Woodson). O resultado é que na primeira temporada completa (82 jogos) a turma da Big Apple já está na vice-liderança do Leste com 38-23 e em boas condições de terminar nesta posição na conferência.

Os Nuggets, por sua vez, perderam Carmelo, um craque, mas tiveram inteligência e sobretudo paciência para remontar o time. Ficaram com Wilson Chandler, Timofey Mogzov e principalmente Danilo Gallinari, apostaram na experiência de George Karl e construíram um time solidário pacas de dois anos pra cá (justamente o oposto do que a franquia pregou enquanto Melo e Iverson estiveram por lá).

E o grande artífice por colocar o Denver em quinto no Oeste com 43-22 chama-se Ty Lawson (são nove vitórias nos últimos dez jogos, nove seguidas e 22-12 contra times na zona dos playoffs). Com 1,80m e em sua quarta temporada, ele sustenta as ótimas médias de 17 pontos e 7,1 assistências (mesmos números do campeonato passado). Pouca gente lembra, mas o baixinho foi escolhido apenas em 18º no Draft de 2009.

Veloz ao cubo, Lawson comanda com brilhantismo o time mais rápido da NBA (decide 37% de suas jogadas antes de o relógio marcar 14 segundos para o final da posse de bola). Os Nuggets, que têm o terceiro ataque mais positivo da liga com 105,9 pontos e 110 posses de bola por noite (são 24,5 assistências por jogo, ou 0,6 passe a cada arremesso convertido), lideram em pontos de contra-ataque (19,5 por jogo, com 63,1% de acerto neste tipo de jogada), possuem seis jogadores com dez ou mais pontos e têm força nos rebotes (54,4 por noite – sendo 13,2 no ataque), em pontos de segunda chance (16,9) e pontos no garrafão (42,3 dos 106 saem lá dentro). Isso tudo, é bom dizer, sem ter um craque consolidado entre alas-pivôs ou pivôs. Mesmo assim, com ose vê, o time tem se virado muito bem com o (ótimo) elenco que tem (destaque para Gallinari, Iguodala, Faried, Chandler e, quem diria, Corey Brewer, que enfim voltou a jogar basquete).

O foco é no Carmelo, mas é bom ficar de olho neste maravilhoso time de Ty Lawson e de George Karl (ele merece muito crédito por ter segurado a bomba que foi aquela temporada em que Anthony pedia pra ser trocado todos os dias e pelo sistema ofensivo e altruísta que forjou desde que Melo de lá saiu). O Denver ainda não está pronto para ir longe nos playoffs (falta cabelo branco e alguém mais acostumado a decidir perto da cesta), mas sem dúvida é um dos times mais empolgantes de se ver na NBA.

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