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Bala na Cesta

Um elogio justo a excelente defesa de Americana neste começo da Liga Feminina de Basquete

Fábio Balassiano

04/02/2013 15h41

Por conta de duas transmissões de TV, consegui ver o time de Americana com atenção neste começo de LBF (o único que não vi foi diante do Santo André – mas o Gustavo contou como foi por aqui). Diante do Sport-PE, na estreia (aqui), e no sábado contra o Maranhão Basquete (leia mais aqui), por coincidência justamente contra os dois melhores elencos do país (junto com o de Americana, claro).

E posso dizer uma coisa sem medo de errar principalmente pelo duelo contra as maranhenses: não via uma defesa tão forte, apertada, dura por aqui há muito tempo (que eu me lembre, desde que Maria Helena Cardoso ainda comandava o BNC – saudades dela e do time de Osasco em competições adultas, hein).

Não é que Zanon (foto à direita) seja o maior especialista em defesa dos últimos tempos, mas para um cenário de leseira tática dos nossos treinadores, o que o técnico de Americana conseguiu fazer em três anos de trabalho com a equipe (são 12 campeonatos jogados e dez títulos conquistados) é sensacional, sensacional mesmo (incluo nisso tudo a seleção brasileira feminina, hein).

No sábado, contra Iziane, a ordem foi muito clara e bem executada: toda vez que ela encostar na bola, dobrem a marcação nela. No primeiro combate a camisa 8 do Maranhão, a norte-americana Roneeka dava as cartas. Mas, ato contínuo, Karla (na foto) abandonava Bethânia para fazer a dobra. Aqui vai um ponto interessante também: a estratégia só deu certo porque Zanon tem um elenco de primeira. O técnico conseguiu colocar a armadora Babi (com 1,78m, ela é alta e pode fazer isso) para vigiar a ala Chuca sem maiores problemas, fazendo com que Karla, mais rápida e forte, conseguisse correr para fazer a marcação dupla na melhor jogadora do time adversário. Com isso, Iziane teve cinco erros, menos volume de arremessos do que gosta (chutou 14 "apenas") e foi praticamente obrigada a quicar a bola para suas companheiras, que não arremessavam livres (a rotação, esplêndida, chegava rapidamente e impedia chutes sem marcação) e não estavam em uma boa jornada (0/9 nos três pontos e 18/44 nos tiros de dois).

O Sport/PE é o líder invicto da LBF (venceu ontem o Ourinhos facilmente por 81-51 e chegou ao quarto jogo sem derrota), não deve perder jogo algum até o final da fase de classificação (ficará de folga na primeira rodada do mata-mata, portanto), mas eu fiquei absurdamente impressionado e empolgado com a defesa que vi de Americana no último sábado. Em um cenário de terra arrasada em termos técnicos e táticos, o que Zanon conseguiu fazer com sua equipe é de encher os olhos, de verdade mesmo.

Que ele continue assim, e que a Liga de Basquete Feminino aproveite a onda de três times fortíssimos (Americana, Sport/PE e Maranhão) para popularizar o basquete feminino.

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